Os 10 melhores filmes de 2020

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2020 foi, sem dúvida, um dos piores anos de sempre para o cinema. A pandemia global impactou negativamente os filmes um pouco por todo o mundo e o tema “ver em casa vs. experiência de cinema” nunca teve tantas pessoas a debatê-lo.

Os 10 melhores filmes de 2020

No entanto, este ano ainda ofereceu muitos filmes fantásticos. É só uma questão de saber onde procurar e não hesitar em dar uma chance a uma premissa não tão cativante que nos pode surpreender. Obviamente, blockbusters e/ou filmes de sagas são inevitavelmente menos do que em anos anteriores, mas os chamados filmes indie superaram todos os obstáculos, conseguindo chegar a milhares de casas ao longo dos últimos 12 meses.

Quando se trata de criar uma lista com os meus filmes favoritos de um determinado ano, raramente olho para as classificações como ajuda. Em vez disso, baseio-me noutros critérios: valor de repetição, entretenimento geral, o quão memorável é… A resposta para “o quanto desejo assistir a este filme novamente?” é, na maioria das vezes, o fator decisivo quando não consigo encontrar nenhum outro aspeto para me ajudar a tomar uma decisão final. Logo, não se surpreendam se observarem um filme com maior classificação debaixo de outro com menor.

Afinal de contas, é a MINHA lista. As MINHAS preferências pessoais em relação ao género, entretenimento e qualidade. O meu filme #1 não necessita obrigatoriamente de ser o melhor filme do ano. Pode ser simplesmente especial para mim e só esta razão é suficiente para garantir um lugar mais alto na minha lista do que outros filmes admitidamente “melhores”.

Então, funcionará assim… Primeiro, escrevo algumas menções honrosas (filmes que quase conseguiram entrar) e, finalmente, o meu Top 10 atual. Todos os filmes com uma crítica disponível contêm um link na imagem respetiva.

Aproveitem e lembrem-se: adoro todos os filmes que abordo aqui. Um filme ficar um lugar acima de outro não significa que seja melhor.

Menções honrosas

E agora… vamos então ao Top 10!

10. One Night in Miami

Possuindo um dos melhores elencos de 2020, One Night in Miami é uma obra magnífica de filmmaking e storytelling. Desde a estreia magistral de Regina King na realização até ao argumento adaptado instigante e hipnotizante de Kemp Powers, é difícil apontar quaisquer falhas num filme tão bem feito. O blocking e framing brilhantes de King mantêm todas as conversas interessantes e únicas, apesar da localização raramente mudar, ao passo que a narrativa de Powers encontra-se repleta de argumentos sobre direitos civis tão impactantes que a maioria das discussões continuam nos dias de hoje.

Kingsley Ben-Adir e Leslie Odom Jr. têm mais diálogos para brilhar do que Aldis Hodge e Eli Goree, mas todos entregam prestações fenomenais, especialmente Kingsley. O primeiro ato é um pouco rápido demais, mas possui muito entretenimento, e o resto do filme é surpreendentemente cativante até ao final. Pode parecer fortemente deprimente em momentos específicos, mas o objetivo é justamente convencer o público a refletir sobre a sociedade atual e o seu sistema socioeconómico.

Pessoalmente, não esperava que entrasse no meu Top 10 de 2020, mas cá estamos nós…

9. The Personal History of David Copperfield

The Personal History of David Copperfield é uma das obras semi-biográficas mais divertidas que alguma vez vi, assim como uma das surpresas mais agradáveis de 2020. É um daqueles filmes que nos deixa com um sorriso enorme, de orelha a orelha. Como espetador, assistir à viagem de David Copperfield para se tornar um escritor é tão cativante e divertido, não apenas devido ao argumento humorístico, mas principalmente porque é uma história incrivelmente honesta, emocional e genuína.

Apenas alguns minutos dentro e já tinha uma vontade imensa que David tivesse sucesso na vida. A minha ligação emocional com o protagonista era tão forte que não consegui evitar que algumas lágrimas caíssem no final.

Não se atrevam a perdê-lo!

8. Promising Young Woman

Promising Young Woman guarda uma das melhores estreias na cadeira de realização de sempre. Emerald Fennell entrega uma história fascinante e imprevisível que subverte impressionantemente o subgénero de vingança (de violação) ao abordar brilhantemente o comportamento tendencioso e de conformidade da nossa sociedade nestas situações sensíveis.

Apesar de algumas inconsistências ao nível do tom, a narrativa incrivelmente cativante não deixa ninguém indiferente, especialmente durante o terceiro ato impiedosamente chocante. Desde as escolhas de músicas pop estranhamente únicas ao aspeto colorido do filme, passando por uma edição impecável e uma cinematografia poderosa, todos os elementos técnicos possuem um impacto inquestionável no sucesso do filme, incluindo as escolhas inteligentes referentes ao elenco.

Carey Mulligan tanto consegue ser extremamente ameaçadora como muito engraçada, oferecendo a melhor prestação da sua carreira de uma protagonista totalmente desenvolvida com motivações emocionalmente ressoantes, mas também com um arco perigosamente elaborado que pode transmitir a mensagem errada para alguns espetadores.

Os últimos 10 minutos são… bem, terão de ver com os vossos próprios olhos. Um lugar bem merecido no meu Top10.

7. Tenet

Tenet possui, sem dúvida, uma narrativa incrivelmente complexa com um conceito temporal único demonstrado através de sequências de ação espetaculares, barulhentas, de fazer cair o queixo e muitíssimo práticas. Christopher Nolan é um realizador magnífico e um argumentista fascinante, mas tem que agradecer à sua equipa técnica por criar um blockbuster tão deslumbrante a nível visual.

Do trabalho de câmara entusiasmante de Hoyte van Hoytema à edição perfeita de Jennifer Lame, passando pela banda sonora poderosa de Ludwig Göransson e pela bela produção artística de Nathan Crowley, Tenet é um dos filmes mais alucinantes dos últimos anos.

6. The Trial of the Chicago 7

The Trial of the Chicago 7 é, sem dúvida, um dos melhores filmes do ano. A estrutura narrativa de Aaron Sorkin e o elenco brilhante são as duas razões principais pelas quais este filme é tão bem sucedido. O argumento de Sorkin é organizado de uma forma que mantém o espetador extraordinariamente cativado durante todo o tempo de execução, seguindo uma estrutura não-linear.

Manter o foco num único local é uma decisão excecional para um filme onde as palavras são a ação da história. Dentro do tribunal é onde todos os argumentos fascinantes ocorrem, nunca perdendo gás até ao final.

Talvez ler um pouco sobre os eventos reais de antemão ajude a uma eventual visualização, mas não leiam demasiado devido aos spoilers habituais.

5. The Invisible Man

The Invisible Man merece todo o hype que recebeu na altura. Leigh Whannell criou um filme de horror genuinamente assustador e repleto de suspense, baseado numa situação traumática da vida real que muitas pessoas, infelizmente, têm de enfrentar. Elisabeth Moss tem uma prestação emocionalmente poderosa, demonstrando todas as suas habilidades impressionantes enquanto atriz e que, provavelmente, serão ignoradas quando a época dos prémios surgir (o habitual bias contra o género de horror).

Não sou fã do final (é ligeiramente incoerente), visto que algumas decisões de personagens/narrativa são difíceis de acreditar e a mensagem final não parece ter a intenção que devia. No entanto, é um dos melhores filmes do ano, por isso, não percam!

4. Wolfwalkers

A Cartoon Saloon continua a provar que a animação 2D ainda é capaz de entregar histórias emocionalmente convincentes através de desenhos artísticos belos, únicos e artísticos. Wolfwalkers é um desses casos.

Apesar da narrativa genérica de Will Collins e das mensagens clichês, todos os detalhes são executados na perfeição, sem uma única falha a apontar. Excelente trabalho de voz de Honor Kneafsey e Eva Whittaker enquanto protagonistas, muito bem desenvolvidas e tremendamente cativantes. No entanto, é a banda sonora original de Bruno Coulais e do grupo Kíla que derrete o coração e provoca arrepios sempre que a volto a ouvir.

3. Palm Springs

Com a ajuda do realizador estreante (Max Barbakow), Andy Samberg e Cristin Milioti espalham a sua química extraordinária por toda a narrativa inovadora e original, escrita pelo também estreante Andy Siara. Este último é, sem dúvida, o principal responsável por este filme repleto de entretenimento puro.

Com um ritmo rápido e um equilíbrio perfeito do seu tom, Palm Springs diferencia-se dos outros filmes do género, mantendo-se longe de todos os clichês, fórmulas e estereótipos associados ao mesmo. J.K. Simmons também empresta o seu talento inegável… por que não? Quer sejam fãs de rom-coms ou não, definitivamente sugiro dar uma olhada neste. Não se vão desiludir!

2. Soul

Soul é tudo aquilo que desejava que fosse. Um clássico filme de animação da Pixar com o já tradicional terceiro ato a ser emocionalmente poderoso; uma banda sonora bonita, doce e provocadora de muitas lágrimas; e uma história relacionável, profunda e bem explorada sobre a nossa própria alma e o significado da vida.

Supera as barreiras do cinema, tornando-se uma fonte revitalizante da qual se pode retirar tanta energia importante. Funciona perfeitamente como uma reflexão sobre a vida e será uma motivação para todos começarem a realmente viver todos os momentos da mesma.

1. Sound of Metal

Sound of Metal surpreendeu-me genuinamente. O argumento requintado de Darius Marder e Abraham Marder é o destaque absoluto, estando ao mesmo nível do desempenho impressionante de Riz Ahmed. Sound of Metal tem uma história significativa e esclarecedora não só sobre a comunidade surda, mas também sobre aceitar as nossas limitações como algo que é parte de nós, em vez de considerarmos uma desvantagem.

Inúmeros detalhes técnicos de storytelling elevam este filme. Desde o uso (ou ausência) aparentemente simples, mas extremamente inteligente, de legendas para linguagem gestual, até diálogos emocionalmente convincentes, uma atmosfera incrivelmente realista cobre o filme durante todo o tempo de execução.

Não podia estar mais contente com este meu #1!

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