20.000 músicas reduzidas a 100. Um trabalho longo, mas deveras prazeroso.
Já passaram mais de 11 anos desde que comecei a minha aventura no mundo da descoberta e partilha musical (na altura através do Tumblr). Neste mês de dezembro, faz nove anos (consecutivos) que entrego o tempo livre que tenho na época natalícia aos tops de melhores músicas.
Entre 2012 e 2017 foi sempre top 50, mas a partir de 2018, por necessidade devido à amplitude musical que fui ganhando, passou a ser top 100. Este ano, marca também a primeira vez em que partilho as minhas escolhas através desta segunda casa, que é o Echo Boomer. Ao longo de uma década a escrever, nunca senti tanto crescimento como aqui.
Somando o interesse que a PIAS teve em colaborar connosco, através da partilha de singles e álbuns antecipados (alguns deles presentes no Top 50 de álbuns e, agora, neste top de músicas), olho para trás e sinto que este meu investimento na música foi gratificante e enriquecedor.
Voltando-me para este ano em concreto, posso dizer que, apesar de ter muita produção de qualidade, é o ano com maior disparidade de músicas diferentes nos tops dos grandes meios que os fazem, sendo que considero o meu o mais completo e consistente (modéstia à parte).
Ao contrário de gigantes dentro desta área como a Pitchfork, Consequence of Sound, NME, Spin, Paste, Rolling Stone ou até Guardian, NY Times ou LA Times, não faço vida disto, nem é o meu sustento. Como tal, não tenho o mesmo tempo que eles para aprofundar o porquê das minhas escolhas, mas garanto-vos que as faço da maneira mais justa e equilibrada possível. Sei que nem todas as escolhas vão agradar a quem está a ler desse lado, uma vez que cada pessoa tem os seus géneros prediletos, mas garanto-vos que vão encontrar algo que vos vai surpreender.
Posto isto, posso dar-vos a minha palavra que olhei para todos os géneros musicais com a maior imparcialidade possível, até porque me considero um sortudo por conseguir apreciar o que cada um oferece de melhor à música.
Antes que me esqueça, podem encontrar, no fundo do artigo, o link para a playlist do top no Spotify.
Sem mais demoras:
Top 100 de músicas de 2020
100. A Girl Called Eddy – “Been Around” [Análise do álbum]
99. Låpsley – “Womxn” [Análise do álbum]
98. Everything Everything – “Planets” [Análise do álbum]
97. The Strokes – “The Adults Are Talking” [Análise do álbum]
96. Kylie Minogue – “Till You Love Somebody” [Análise do álbum]
95. Haiku Hands – “Fashion Model Art” (ft. Sofi Tukker) [Análise do álbum]
94. Chris Stapleton – “Cold” [Análise do álbum]
93. BTS – “Dynamite” [Análise do álbum]
92. Mac Miller – “Good News” [Análise do álbum]
91. Alicia Keys – “Underdog” [Análise do álbum]
90. Kiesza – “Run Renegade” [Análise do álbum]
89. Burna Boy – “Way Too Big” [Análise do álbum]
88. Another Sky – “Fell In Love With The City [Análise do álbum]
87. Dream Wife – “Sports!” [Análise do álbum]
86. Eminem – “Godzilla” (ft. Juice WRLD) [Análise do álbum]
85. Fantastic Negrito – “Chocolate Samurai” [Análise do álbum]
84. Fiona Apple – “Cosmonauts” [Análise do álbum]
83. Taylor Swift – “The Last Great American Dynasty” [Análise do álbum]
82. The Chicks – “Gaslighter” [Análise do álbum]
81. J Hus – “Big Conspiracy” (ft. Iceè tgm) [Análise do álbum]
80. Bombay Bicycle Clube – “Eat, Sleep, Wake (Nothing But You)” [Análise do álbum]
79. Rico Nasty – “IPHONE” [Análise do álbum]
78. Linkin Park – “She Couldn’t”
77. Benee – “Happen To Me” [Análise do álbum]
76. Sault – “Strong” [Análise do álbum]
75. Tunng – “Death Is The New Sex” [Análise do álbum]
74. DaBaby – “Rockstar” (ft. Roddy Rich)
73. Jessy Lanza – “Lick In Heaven” [Análise do álbum]
72. Flume – “The Difference” (ft. Toro Y Moi)
71. Megan Thee Stallion – “Work That” [Análise do álbum]
70. Touché Amoré – “Limelight” (ft. Manchester Orchestra) [Análise do álbum]
69. Haim – “The Steps” [Análise do álbum]
68. NCZA Lines – “Prisioner of Love” [Análise do álbum]
67. Tiña – “I Feel Fine” [Análise do álbum]
66. Doja Cat – “Boss Bitch”
65. Thundercat – “Dragonball Durag” [Análise do álbum]
64. Marilyn Manson – “Paint You With My Love” [Análise do álbum]
63. Laura Veirs – “Another Space and Time” [Análise do álbum]
62. Elizabeth Cook – “Thick Georgia Woman” [Análise do álbum]
61. Glass Animals – “Heat Waves” [Análise do álbum]
60. Public Enemy – “Grid” (ft. Cypress Hill & George Clinton) [Análise do álbum]
59. Ariana Grande – “Positions” [Análise do álbum]
58. Gorillaz – “Aries” (ft. Peter Hook and Georgia) [Análise do álbum]
57. Taylor Swift – “Willow” [Análise do álbum]
56. Lady Gaga – “Rain On Me” (ft. Ariana Grande) [Análise do álbum]
55. Idles – “Grounds” [Análise do álbum]
54. Beabadoobee – “Care” [Análise do álbum]
53. Jay Electronica – “Universial Soldier” [Análise do álbum]
52. The 1975 – “If You’re Too Shy (Let Me Know)” [Análise do álbum]
51. Hayley Williams – “Simmer” [Análise do álbum]
50. Caroline Rose – “Nothing’s Impossible” [Análise do álbum]
49. Dua Lipa – “Physical” [Análise do álbum]
48. Charli XCX – “Claws” [Análise do álbum]
47. Waxahatchee – “Lilacs” [Análise do álbum]
46. Shamir – “On My Own” [Análise do álbum]
45. Creeper – “Be My End” [Análise do álbum]
44. Neil Young – “Separate Ways” [Análise do álbum]
43. Cults – “8th Avenue” [Análise do álbum]
42. Georgia – “Feel It” [Análise do álbum]
41. Grimes – “Delete Forever” [Análise do álbum]
40. Fontaines D.C. – “Televised Mind” [Análise do álbum]
39. Cardi B – “WAP” (ft. Megan Thee Stallion)
38. Phoebe Bridgers – “Kyoto” [Análise do álbum]
37. Pearl Jam – “Dance of Clairvoyants” [Análise do álbum]
36. The Avalanches – “Running Red Lights” (ft. Rivers Cuomo & Pink Siifu) [Análise do álbum]
35. Bob Dylan – “Murder Most Foul” [Análise do álbum]
34. Bad Bunny – “La Santa” (ft. Daddy Yanke) [Análise do álbum]
33. Fleet Foxes – “Can I Believe You” [Análise do álbum]
32. Future Islands – “For Sure” [Análise do álbum]
31. Porridge Radio – “Born Confused” [Análise do álbum]
30. Miley Cyrus – “Midnight Sky” [Análise do álbum]
29. Fiona Apple – “Ladies” [Análise do álbum]
28. Deftones – “Genesis” [Análise do álbum]
27. Tame Impala – “Breathe Deeper” [Análise do álbum]
26. Haim – “I Know Alone” [Análise do álbum]
25. Caribou – “Never Come Back” [Análise do álbum]
24. Freddie Gibbs and The Achemist – “1985” [Análise do álbum]
23. The Killers – “My Own Soul’s Warning” [Análise do álbum]
22. Glass Animals – “Tokyo Drifting” (ft. Denzel Curry) [Análise do álbum]
21. Jessie Ware – “Spotlight” [Análise do álbum]
20. Moses Sumney – “Polly” [Análise do álbum]
19. Rina Sawayama – “Dynasty” [Análise do álbum]
18. Yves Tumor – “Gospel For A New Century” [Análise do álbum]
17. Laura Marling – “Held Down” [Análise do álbum]
16. U.S. Girls – “4 American Dollars” [Análise do álbum]
15. Megan Thee Stallion – “Savage (Remix)” (ft. Beyoncé) [Análise do álbum]
14. Chloe x Hale – “Do It” [Análise do álbum]
13. Soccer Mommy – “Circle The Drain” [Análise do álbum]
12. Perfume Genius – “On The Floor” [Análise do álbum]
11. Sault – “I Just Want To Dance” [Análise do álbum]
10. Christine and the Queens – “People I’ve Been Sad” [Análise do álbum]
9. Adrianne Lenker – “Anything” [Análise do álbum]
8. Róisín Murphy – Murphy’s Law [Análise do álbum]
7. Dua Lipa – “Levitating” [Análise do álbum]
6. Waxahatchee – “Fire” [Análise do álbum]
5. Taylor Swift – “Exile” (ft. Bon Iver) [Análise do álbum]
4. Run The Jewels – “Ohh La La” (ft. Greg Nice & DJ Premier) [Análise do álbum]
3. Fiona Apple – “I Want You To Love Me” [Análise do álbum]
2. The Weekend – “Blinding Lights” [Análise do álbum]
1. Phoebe Bridgers – “I Know The End” [Análise do álbum]
Após alguma ponderação, o 1º lugar vai para Phoebe Bridgers (na foto acima), cujo álbum foi uma das surpresas mais agradáveis do ano, muito em parte devido ao crescimento da artista desde 2017.
“I Know The End” é a música que fechou Punisher e é uma balada em crescendo cheia de melancolia, emoção e intensidade, que abre e desenvolve com a doçura característica de Bridgers e termina numa conjugação poderosa entre instrumental, gritos (de amigos da cantora) e a linha “the end is here”.
A música em questão é uma abordagem apocalíptica da realidade de Bridgers, onde o brilho mais intenso recai sobre a linha “Either way / I’ll find a new place to be from”, numa música que dá a entender que a cantora encontrou o sítio a que chama de casa (metafórico).
Com isto, Phoebe Bridgers deixa de ser apenas uma rapariga emo com uma guitarra, para passar a ser uma artista feita e conquista o lugar mais especial no meu top 100 deste ano.