Música – Álbuns essenciais (novembro)

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Olhem quem regressou às luzes da ribalta: AC/DC!

Música - Álbuns essenciais (novembro 2020)

Está quase a chegar aquela altura do ano fantástica e não, não falo do Natal. Falo, pois, do final do ano, onde recordo toda a música lançada durante o ano e presenteio-vos com o meu top 100 de melhores músicas e top 50 de melhores álbuns. Contudo, antes disso, ainda falta falar sobre os álbuns essenciais de novembro.

Se, no mês de novembro, já é certo e sabido que não há muitos lançamentos, isto por decisão estratégica dos artistas, no mês de dezembro ainda vão ser mais escassos. É sempre melhor adiar o lançamento e ter o primeiro grande álbum do ano seguinte do que lançar um álbum em dezembro e nem chamar muito à atenção, até porque a maior parte dos meios lançam os tops longo no início do mês (não contabilizando o que é lançado no último mês do ano). Caso queiram, podem rever o mês de outubro.

AC/DC – Power Up

AC/DC - Power Up

Género: Rock and Roll/Hard Rock

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AC/DC são aquele tipo de bandas que, mesmo perdendo o “momentum“, continuam a ter uma legião de fãs sempre pronta a ouvir novo material. A verdade é que não desiludiram, antes pelo contrário! Este álbum volta a provar que não foi por acaso que a banda entrou no Hall of Fame do Rock and Roll (em 2003), pois não se resignou ao pelourinho que ocupa há 17 anos.

Os AC/DC ainda estão cá para as curvas e lançam mais um álbum eletrizante que, apesar de não ter o mesmo impacto no mainstream que teria há 20 anos, tem qualidade semelhante aos melhores trabalhos da banda.

Classificação do álbum: ★★★★½

Músicas a ouvir:

  • Realize
  • Rejection
  • Kick You When You’re Down
  • Wild Reputation
  • Money Shot

Benee – Hey u x

Benee - Hey u x

Género: Alternative Pop

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Para muitos, Benee é mais uma artista de Tik Tok, graças ao hit “Supalonely”. No entanto, para quem aprecia música alternativa, tem aqui um álbum de estreia bastante promissor. As letras são na maioria melancólicas, focadas sobretudo na solidão e perda, enquanto a sonoridade faz lembrar bandas de um passado presente, onde o Indie Rock desbrotava por todos os lados, tais como Kings of Convenience, The Whitest Boy Alive ou Bombay Bicycle Club.

Pelo meio tem “Sheesh”, em colaboração com Grimes, que faz lembrar trabalhos recentes de Charli XCX, ou até mesmo “Plain”, com Lili Allen e Flo Milli, cuja sonoridade básica tem semelhanças com a de “Dance To This”, de Troye Sivan e Ariana Grande.

À medida que o álbum avança, nota-se que Benee é uma artista a explorar terreno, mas não restam dúvidas que confiança é algo que não lhe falta.

As bases estão lá, bem patentes. Espero ouvir mais dela em breve, para ser franco.

Classificação do álbum: ★★★★

Músicas a ouvir:

  • Happen to Me
  • Sheesh (ft. Grimes)
  • Supalonely (ft. Guy Dopperton)
  • Snail
  • Plain (ft. Lily Alien & Flo Milli)

BTS – BE

BTS - BE

Género: K-Pop

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Os BTS parecem não conseguir parar de produzir música e, pela segunda vez este ano, lançam um trabalho bastante agradável. A banda sul-coreana está a levar o K-Pop para além de fronteiras e a normalizar esta vertente cultural do Pop. O melhor é que o consegue fazê-lo de forma tão cativante que, mesmo quando aposta em letras em inglês, com objetivo claro de internacionalização dentro do mainstream, consegue manter a essência e identidade que tão bem os caracteriza e impulsionou até aqui.

É certo que BE é mais um EP do que um álbum em si, mas não é por isso que tem menos qualidade que Map of Soul 7.

Que 2021 continue a trazer mais desta jovem banda e outras bandas/artistas dentro do género musical, como Yaeji ou DPR LIVE.

Classificação do álbum: ★★★½

Músicas a ouvir:

  • Life Goes On
  • Fly To My Room
  • Dynamite

Chris Stapleton – Starting Over

chris stapleton - starting over

Género: Country/Southern Rock

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Três anos após o lançamento de From A Room (divido em dois volumes), cujo Volume 1 foi um dos álbuns mais surpreendentes de 2017, Chris Stapleton lança Starting Over. Apesar do nome do álbum, não fica a sensação de ser um recomeço, mas sim uma continuação mais refinada, focada e esforçada. Desta vez recebemos um volume inteiro, de 14 faixas, que atiram Starting Over para os lugares cimeiros dos melhores álbuns country do ano, com claras influências do melhor do southern rock.

Como a Variety apontou (e bem), há muito Willie Nelson e B.B. King no trabalho de Stapleton, porém este consegue ser mais “barulhento”. Barulhento pela positiva, atenção, e a verdade é que faixas como “Cold”, “Arkansas” ou “Watch You Burn” provam isso. Chris Stapleton é country, mas também é rock, blues e soul – um artista muito completo, tendo tudo para carimbar o seu nome na história da música do género.

Um aparte: espero que a próxima edição do jogo NASCAR HEAT inclua algumas músicas deste álbum (ou álbum todo).

Classificação do álbum: ★★★★½

Músicas a ouvir:

  • Starting Over
  • Cold
  • Maggie’s Song
  • Whisky Sunrise
  • Old Friend
  • Watch You Burn

King Gizzard & The Lizard Wizard – K.G.

king gizzard & the lizard wizard - k.g.

Género: Psychedelic Rock/Neo-Psychedelia

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A banda australiana de rock psicadélico com um nome engraçado, que conseguiu a proeza de, em 2017, lançar cinco álbuns, lança o seu 16º álbum em oito anos.

K.G. não surpreende muito mais que trabalhos anteriores, nem reinventa a banda (com exceção para “Intrasport”), mas continua a ser um bom álbum com sonoridades eufóricas. Há ordem na desordem, acompanhado de uma clara introspeção profunda à existência humana, que passa despercebida na tal desordem.

Classificação do álbum: ★★★½

Músicas as ouvir:

  • Automation
  • Straws In The Wind
  • Intrasport
  • Honey

Kylie Minogue – Disco

kylie minogue - disco

Género: Disco/Pop

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Já sou fã de longa data de Kylie Minogue, embora reconheça que a artista australiana sempre teve mais sucesso pelos singles icónicos que foi lançando do que propriamente pela consistência dos seus álbuns.

A carreira da cantora ia de vento em poupa quando, em 2005, lhe foi diagnosticado cancro da mama. Esse acontecimento tirou-lhe o tapete debaixo dos pés aos 36 anos, afetando a sua carreira. Desde então lançou cinco álbuns, mas nenhum tão marcante como Fever ou Light Years.

A produção de Disco começou ainda em 2019, mas alongou-se para 2020 e 90% do álbum foi feita em casa, no seu estúdio pessoal. O objetivo de Minogue era claro desde o início: voltar às pistas de dança, às origens que glorificaram o seu nome. O tempo fechada em casa veio ajudar e funcionou de forma fantástica, dando origem a um álbum que fica no pedestal, junto aos seus melhores trabalhos.

Como a música de abertura questiona e bem: “Do you believe in magic?”. Se não, ouçam o álbum!

Classificação do álbum: ★★★★

Músicas a ouvir:

  • Magic
  • Miss A Thing
  • Say Something
  • Dance Floor Darling
  • Celebrate You
  • Till You Love Somebody

Marika Hackman – Covers

marika hackman - covers

Género: Alternative/Indie

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Enquanto centenas de artistas aproveitaram o confinamento para criar nova música, Marika Hackman, que já provou ter criatividade para criar boa música, optou por fazer um álbum de covers, com o objetivo de explorar mais a sua capacidade enquanto artista.

Segundo Hackman, este álbum surge com o propósito de homenagear artistas que influenciaram positivamente a sua carreira e a inspiraram a apostar na música.

Há covers de músicas de artistas como Radiohead, Grimes, Sharon Van Etten e Beyoncé re-imaginadas por Hackman, seguindo uma abordagem íntima e suave.

O toque atmosférico dado a cada música é esplêndido e o resultado final é muito prazeroso.
Por norma não costumo dar muita atenção a álbuns de covers, mas este merece.

Classificação do álbum: ★★★★

Músicas a ouvir:

  • Playground Love
  • Realiti
  • Jupiter 4
  • In Undertow
  • All Night

Megan Thee Stallion – Good News

Megan Thee Stallion - Good News

Género: Rap/Classic Rap

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Quando, no início do ano, Megan Thee Stallion lançou o EP Suga, pouco fazia esperar que lançasse um álbum ainda no decorrer de 2020. A verdade é que o fez, com 17 faixas recheadas de criatividade e um flow diverso e fantástico ao longo de todo álbum.

Good News é, de facto, boas notícias para os fãs de rap com sonoridades mais clássicas e para os fãs de álbuns longos de qualidade. A rapper norte-americana fecha, assim, o ano de 2020 bem posicionada na corrida pelo trono da melhor rapper do momento (na minha opinião está bem à frente de Cardi B ou Doja Cat).

Classificação do álbum: ★★★★½

Músicas a ouvir:

  • Circles
  • Freak Girls (ft. SZA)
  • Body
  • Work That
  • Don’t Rock Me To Sleep
  • Outside
  • Girls In The Hood

Miley Cyrus – Plastic Hearts

miley cyrus - plastic hearts

Género: Pop/Pop Rock

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A premissa do álbum era interessante, principalmente devido à forma como iria ser montado para incluir e adaptar-se às presenças de artistas convidados tão distintos como Dua Lipa, Billy Idol, Joan Jett e Stevie Nicks e, ainda assim, ser consistente como um todo.

Ainda que o disco abra com um banger de pop rock, rapidamente entra nas baladas e, com Plastic Hearts, Miley Cyrus prova que, mesmo usando uma fórmula antiga, continua a conseguir ser original.

Com “Prisioner” chega a grande exceção do álbum em parceria com Dua Lipa que, muito por toque desta, afasta-se de Plastic Hearts em direção ao que foi Future Nostalgia. Chegando a “Night Crawling” lado a lado com Billy Idol, Miley consegue captar a aura e energia típica dos anos 80s, à semelhança de “Rebel Yell” (um verdadeiro doce para os fãs de Idol).

A seguir a este salto aos anos 80 já estamos em “Midnight Sky”, a música mais cativante do álbum inteiro que, mais à frente, é remisturada, incluindo a colaboração da lendária Stevie Nicks. Antes disso há mais uma balada, música pop e a colaboração com Joan Jett & The Blackhearts em mais um momento rock, ainda que deixe um bocado a desejar. Mais uma série de baladas e fecha o álbum com a tal remistura da Midnight Sky. Mesmo no fim tem dois covers de músicas célebres, gravadas ao vivo, que acho que ficam a mais no álbum e bem podiam não ter sido incluídas (faria mais sentido na versão Deluxe).

Em todo o caso, o balanço final é deveras positivo. Miley Cyrus nunca teve dificuldades em ser irreverente no dia-a-dia, mas sempre teve dificuldades em passá-lo para a música. Teve vários hits e vídeos que deram que falar, mas, em relação à música, só conseguiu marcar agora com Plastic Hearts.

Nunca tive dúvidas que a artista fosse talentosa, mas sempre fiquei de pé atrás em relação à capacidade da mesma em passar toda a sua energia, ideias e inteligência emocional para a música. Finalmente chegou o dia.

Classificação do álbum: ★★★★

Músicas a ouvir:

  • WTF Do I Know
  • Plastic Hearts
  • Prisioner (ft. Dua Lipa)
  • Night Crawling (Billy Idol)
  • Midnight Sky

Tiña – Positive Mental Health Music

tiña - positive mental health music

Género: Psychedelic-Pop

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Com Positive Mental Health Music, Tiña vem provar que o psychedelic-pop não precisa de ser barulhento e colorido para brilhar ou ter impacto.

Gravado em plena pandemia, onde a música foi o refúgio de Joshua Loftin (vocalista/compositor), o disco veio ajudá-lo a superar o colapso mental que teve.

Empregando 11 faixas numa condensação de emoções, este álbum de estreia explora temas como a ansiedade, depressão, amor, sexo, isolamento, medo e fracasso, tendo a capacidade de nos fazer querer ter quem gostamos por perto e abraçar essa(s) pessoa(s) com toda a força das nossas inseguranças.

Sem dúvida uma nova forma de modernizar a influência e poder do psychedelic-pop que, após ouvir o álbum na integra, me parece uma forma correta e, sobretudo, honesta.

Classificação do álbum: ★★★★½

Músicas a ouvir:

  • Rosalina
  • I Feel Fine
  • Closest Shave
  • Growing In Age
  • Golden Rope

Tunng – Tunng Presents…Dead Club

tunng - tunng presents...dead club

Género: Folk/Avant-Garde

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É gratificante ver onde 15 anos de experiência levaram os Tunng. Sem dúvida o álbum mais sombrio da banda até à data que, em plena pandemia, abraça temas como a morte, a dor e a tristeza com imensa leviandade. É sempre preciso estômago para ouvir temas do género por esta altura, mas é preciso ainda mais para os elaborar. A ousadia é patente na forma como os Tunng se atiram de cabeça a este álbum, chegando até a tornar-se admirável.

A sonoridade gira em torno do folk e do avant-garde, com instrumentais ricos e refinados que vêm tornar a audição deste álbum numa experiência peculiar. Isto certamente não vai agradar a todos, muito menos ao primeiro contacto, mas vale a pena investir em Dead Club.

Em última essência, os Tunng só trazem verdades: “Death is the new sex, everybody’s talking about it.”

Classificação do álbum: ★★★★½

Músicas a ouvir:

  • Death Is The New Sex
  • S.D.C.
  • A Million Colours
  • The Last Day
  • Scared To Death

A contagem decrescente para o fim do ano musical já começou e, com ela, também já comecei a elaborar os tops de fins de ano, cujo dos álbuns deve sair antes do artigo de Essenciais de Dezembro.

Mais uns dias e já podem consultar de forma condensada quais foram os melhores álbuns do ano, devidamente hierarquizada, num só artigo. Até já!

Link para os álbuns essenciais de Dezembro

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