Normalmente preparo este tipo de artigo perto do final de cada ano com mini-críticas que fui guardando de alguns filmes para os quais não tive tempo de escrever uma opinião mais extensa.
2022 será um bocado diferente, de forma a que consiga publicar as minhas críticas sobre todos os filmes que assistir durante este ano sem perder nenhum.
Sendo assim, este artigo contém as mesmas opiniões concisas que já leram em outros posts semelhantes. Pequenas críticas de alguns filmes aos quais não posso oferecer 800 palavras ou mais devido a situações externas que podem ocorrer na minha vida. Na maioria dos casos, estes serão filmes que não terão impacto na minha reflexão de fim de ano dos melhores/piores filmes que vi em 2022.
Esta secção será atualizada sempre que adicionar uma nova entrada, para que essas opiniões compactas possam ser vistas por todos a qualquer momento.
All the Old Knives
All the Old Knives possui um elenco extraordinário e uma premissa interessante, mas a execução pouco inspirada acaba por tornar um filme com imenso potencial em mais uma obra genérica sem grande valor de repetição. Chris Pine e Thandiwe Newton brilham como protagonistas e a sua química estonteante transforma um simples jantar na narrativa mais cativante de todo o filme.
No entanto, as constantes trocas entre diferentes linhas temporais e perspetivas distintas retiram energia, ritmo e foco ao bom argumento de Olen Steinhauer. Para além disto, Laurence Fishburne e Jonathan Pryce são extremamente mal aproveitados.
Longe de ser uma obra não recomendada, mas deixa um sabor algo amargo.”
Nota: ★★½
X
X presta homenagem aos slashers clássicos dos anos 70/80, abordando simultaneamente temas importantes relacionados com prazer/liberdade sexual, idade e auto-aceitação, num argumento mais profundo e inteligente do que aparenta.
Ti West (In a Valley of Violence) regressa ao cinema seis anos após a sua última longa-metragem com uma visão clara sobre uma história que mistura pornografia sem restrições com gore do mais puro que se pode encontrar no grande ecrã, tudo englobado numa narrativa constantemente cativante e um terceiro ato insano. Mia Goth (Emma) brilha tremendamente com um papel duplo impercetível que transforma uma obra tecnicamente interessante em algo verdadeiramente impressionante – maquilhagem, efeitos visuais/práticos e banda sonora merecem inúmeros elogios.
Tão hilariante como assustador, será um filme difícil de esquecer, independentemente de onde o espetador caia no espetro de opinião.
Nota: ★★★★
Marry Me
Marry Me não traz nada de impressionantemente único ao género respetivo, mas os atores principais, a caraterização convincente e as músicas originais excelentes contribuem para entretenimento genuíno.
Owen Wilson (Loki) e Jennifer Lopez (Hustlers) possuem uma química surpreendente, para além de entregarem duas prestações absolutamente fantásticas, constantemente puxando os espetadores de volta para o ecrã quando a narrativa se torna algo repetitiva e genérica. John Bradley (Game of Thrones) e Sarah Silverman (Ralph Breaks the Internet) também ajudam com o ambiente leve e divertido do filme.
O balanço entre a vida de um famoso e o “cidadão comum” é muito bem trabalhado, sendo que a visão do quanto a fama é limitativa de uma vida normal é a componente narrativa mais interessante da história. Para fãs de rom-coms, recomenda-se vivamente.
Nota: ★★★½
KIMI
KIMI traz consigo o potencial narrativo e cinematografia impactante que obras de Steven Soderbergh (No Sudden Move) possuem sempre, mas nem a prestação soberba de Zoë Kravitz (The Batman) esconde alguns problemas com os temas desenvolvidos. Tecnologicamente, a proximidade deste mundo com o nosso chega a ser assustadoramente realista, mas as abordagens à agorafobia e invasão de privacidade nem sempre são bem sucedidas.
O arco da protagonista foca-se na capacidade de ultrapassar um trauma passado, algo que é maioritariamente bem conseguido, mas a conclusão abrupta de toda a história não só desvaloriza e simplifica PTSD, como levanta inúmeras questões lógicas relativamente ao enredo, para além de outras tantas morais no que toca ao stalking.
Provavelmente, criará alguma divisão no público comum.
Nota: ★★½
The King’s Daughter
The King’s Daughter é tudo aquilo que os espetadores esperavam: uma história formulaica e desinteressante, repleta com clichés antiquados e uns efeitos visuais de fazer arrepiar a espinha. Nenhum cineasta e respetiva equipa criativa merecem ficar com a sua obra presa num limbo de sete anos até ser lançada, muito menos devido a problemas de calendário e orçamento.
No entanto, apesar de se perdoarem os efeitos visuais horrorosos, a narrativa desapontante não tem salvação, nem as prestações do seu elenco. Pierce Brosnan (False Positive) parece representar uma caricatura, ao passo que Kaya Scodelario (Crawl) beneficiou com o atraso no lançamento que, assim, não afetou negativamente o seu início de carreira.
O único ponto positivo é que, de facto, saiu para o grande ecrã. Pena não valer tanto a pena.
Nota: ★
The 355
The 355 possui excelentes prestações por parte de todas as envolvidas – principalmente Jessica Chastain (It: Chapter Two) e Lupita Nyong’o (Us). No entanto, o argumento genérico, diálogos pouco trabalhados e personagens pouco ou nada desenvolvidas tornam uma obra com bastante potencial em mais uma desilusão de Simon Kinberg (The New Mutants).
As sequências de ação até contêm coreografias interessantes, mas o uso de cortes rápidos e shaky-cam nem sempre contribuem de forma positiva. A narrativa encontra-se carregada com as fórmulas do costume do género em questão e algumas tentativas de abordar o tema do feminismo eficientemente saem ao lado.
Pessoalmente, salva-se pelo facto de praticamente ter sido todo filmado em locais reais, ajudando com os níveis de entretenimento.
Nota: ★★½