Ghost of Tsushima Director’s Cut – PC

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A Nixxes Software mima-nos com mais uma fantástica conversão de um exclusivo PlayStation.

Certamente que já ouviram a expressão “It just works,” hilariantemente popularizada por Todd Howard durante uma apresentação oficial de Fallout 4, há quase uma década. Mas, por vezes, quando se trata de abordar relançamentos e conversões de jogos para novas plataformas, somos presenteados com experiências com as quais não há muito a dizer para quem procura uma resposta simples de recomendação. É assim Ghost of Tsushima Director’s Cut para PC, convertido novamente pelo talentoso estúdio da PlayStation, Nixxes Software. Porque, de facto: It just works.

Lançado originalmente em 2020 para a PlayStation 4, o aclamado jogo de samurais da Sucker Punch Studios dispensa atualmente qualquer apresentação. Altamente inspirado em cinema samurai, com destaque para filmes de Akira Kurosawa, Ghost of Tsushima foi, e continua ainda a ser, um jogo belíssimo, uma obra de arte extremamente bem polida que, ainda que não explore ao máximo as capacidades técnicas de fidelidade visual contemporâneas, é consistente na sua direção artística e imersiva o suficiente para nos deixar apaixonar naturalmente pelas cores e paisagens da Ilha de Tsushima.

Falei do jogo na altura em que foi lançado, onde toquei um pouco em todos os seus aspetos técnicos, mecânicos e narrativos, de onde saí muito satisfeito pela carta de amor ao cinema samurai criado pelo estúdio que no passado nos trouxe Sly Cooper e InFamous. Voltei a falar dele quando a produtora lançou um inesperado modo multijogador cooperativo e com um ângulo mais fantástico, Ghost of Tsushima: Legends. E uma terceira vez, aquando do lançamento na sua versão para a PlayStation 5, a Director’s Cut, que trazia consigo mais conteúdo e mais história, com a expansão Iki Island.

Ghost of Tsushima Director’s Cut na PlayStation 5 servia de “versão definitiva do jogo” e, para todos os efeitos, continua a sê-lo, porque apesar de tudo, é a mesma e exata versão que vamos encontrar no PC, apenas adaptada às tecnologias disponíveis na plataforma e com flexibilidade para ser experienciado por quase todos os jogadores de diferentes configurações de sistema.

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Ghost of Tsushima Director’s Cut inicia-se com a habitual janela de configurações da Nixxes Software.

A Nixxes Software apresenta-nos, assim, mais uma conversão de jogos desenhados originalmente para as consolas PlayStation, agora no PC, com todas as características que tem vindo a oferecer nos seus projetos. Com a sua janela de lançamento opcional onde podemos escolher logo ali as opções e afinações a fazer para a nossa máquina pessoal, encontramos os diferentes parâmetros com predefinições, com diferentes níveis de detalhe, escolha de resolução, entre outras, tudo de forma simplificada e fácil de usar.

Logo neste momento, ficamos com uma ideia do que nos espera a nível de suporte, com a possibilidade de ativarmos opções como DLSS da NVIDIA, FSR da AMD e XeSS da Intel, e onde se destacam os modos de geração de frames (que duplicam a taxa de frames produzidos através de técnicas de inteligência artificial) em placas compatíveis.

Já no jogo, todas estas opções podem também ser alteradas e modificadas, com impacto visual imediato através da visualização do jogo e com balões informativos sobre o que é que cada opção faz e que tipo de recursos é que consome. Bastante simples para os mais curiosos, que podem facilmente optar por um de cinco perfis já preparados, do “muito baixo” ao “muito alto”.

Os requisitos de Ghost of Tsushima Director’s Cut para PC não são propriamente muito elevados, com o jogo a prometer suporte em máquinas mais modestas. Um bom ponto de referência é a popular consola/PC da Valve, a Steam Deck, onde apesar de surgir oficialmente na Steam Store como “Não Suportado”, comporta-se extraordinariamente bem, numa experiência quase plug-and-play, sem a necessidade de grandes ajustes e afinações.

Assim que corri o jogo na minha Steam Deck OLED, esta aplicou-me o perfil médio e o AMD FSR 3.0 para garantir uma fluidez mínima de 30FPS. A experiência obtida nestes parâmetros foi surpreendente, com Ghost of Tsushima Director’s Cut a apresentar-se no ecrã da máquina da Valve sem artefactos visuais, com um nível de detalhe bastante coeso e um desempenho bastante sólido, na casa dos 30FPS e até mais altos – salvo em raras exceções, como em cinemáticas onde notei subtis quedas, mas apenas observáveis através do Gamescope da máquina.

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Ghost of Tsushima Director’s Cut

Este nível de desempenho revela que o jogo não é muito exigente em máquinas de jogos mais modestas e, no caso da Steam Deck OLED, é possível até afinar ainda mais para obter um equilíbrio de fluidez e de qualidade de imagem mais preciso, de acordo com que o jogador dá mais ou menos prioridade. Incrível.

Já no meu PC pessoal, recorri ao melhor do que existe no mercado, como é o caso da Gigabyte GeForce RTX 4090 GAMING OC 24G que analisámos há algum tempo aqui. Sem qualquer compromisso, na minha configuração Ghost of Tsushima Director’s Cut apresentou-se na sua melhor forma possível, com os perfis mais altos, revelando uma qualidade de imagem tão boa ou até melhor que na PlayStation 5 em 4K, e as taxas de frames desbloqueadas dão também uma nova vida ao jogo, mais fluida e com uma jogabilidade mais imediata.

No entanto, tive a oportunidade de explorar outras opções, como o DLSS 3 com a sua geração de frames e reconstrução de imagem que me levou facilmente aos 120FPS, ainda que, neste caso, tenha sido a opção agnóstica da AMD, o FSR 3, a mostrar resultados mais limpos e sem artefactos, nomeadamente no HUD de jogo, uma vez que, no DLSS 3, encontrei arrastos e uma imagem um pouco quebrada.

Tal como na versão PlayStation 5, Ghost of Tsushima Director’s Cut no PC explora o suporte de formatos cinemáticos ultra-wide, em todos os ecrãs (incluído o da Steam Deck), onde é possível jogar em 21:9 ou 32:9, uma opção que casa extraordinariamente bem com os visuais do modo a preto e branco do jogo.

No entanto, este suporte é bizarro, especificamente nas cinemáticas, onde o jogo força mais uma camada de barras pretas. Ou seja, se optarem por usar o modo 21:9 num monitor tradicional, nas suas cinemáticas o jogo vai apresentar-se com uma imagem e composição de 32:9. Este é um aspeto do jogo que me parece desnecessário e que retira o propósito do uso do modo ultra-wide em monitores convencionais. E, pior ainda, em monitores ultra-wide nativos, onde para lá da vantagem da imersão, teriam a incrível vantagem de não ter esse tipo de barras a ocupar área no ecrã. Espero mesmo que a Nixxes aborde esta parte numa futura atualização.

Esta versão de Ghost of Tsushima Director’s Cut, tal como outros jogos convertidos diretamente da PlayStation, conta com suporte do DualSense e das suas capacidades hápticas quando ligado por um cabo ao PC. Excluindo ainda a necessidade do uso do cabo, o DualSense revela-se em Ghost of Tsushima Director’s Cut como uma grande vantagem face a outros comandos, como o da Xbox ou o Pro Controller da Nintendo Switch.

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Ghost of Tsushima Director’s Cut é o primeiro jogo a trazer os troféus da PlayStation para o PC.

Devido ao recurso dos trackpads do DualSense, no comando de nova geração, para lá das capacidades hápticas de vibração e dos gatilhos, muitos dos atalhos do jogo são mais fáceis de ativar de forma natural, com atalhos melhorados no D-Pad e no trackpad, coisa que, nos noutros comandos, requerem combinações estranhas e inconvenientes, como o recurso a combinação de botões de direção do D-Pad e do pressionar do R3 para simples ações.

Ghost of Tsushima Director’s Cut é das conversões da PlayStation para PC mais bem otimizadas até à data

Ghost of Tsushima Director’s Cut para PC conta também com uma estreia PlayStation. A inclusão do overlay da PlayStation, inicialmente muito contestado, e o suporte dos seus troféus. Por um lado, não há grande razão para contestação. Não só o overlay é opcional, como não é, de todo, intrusivo. Só é ativo com uma combinação de teclas (Shift + F1) e, caso usem o modo de Ecrã Inteiro Exclusivo, o overlay deixa de funcional – provavelmente é um bug a ser corrigido no futuro.

Porém, esta nova funcionalidade nos jogos PlayStation para PC é extremamente limitada e parece só existir para efeitos de cross-play no modo Legends. Através do overlay, tudo o que temos acesso é à lista de amigos online, ao nosso perfil e aos nossos troféus. É um painel muito limitado, sem opções de comunicação, partilha, entre outros. No fundo, é uma tela de crachás… e pouco mais, que felizmente não obstrui a experiência de jogo.

Apesar de todos estes apontamentos, Ghost of Tsushima Director’s Cut é das conversões mais interessantes da PlayStation para PC. Talvez por ser um dos jogos com mais otimizações desde o seu lançamento ou talvez pela experiência ganha pela Nixxes nestas conversões, é das mais simples de instalar e começar a jogar sem grandes sacrifícios ou ginásticas mentais para ter uma experiência solida e digna de recomendação.

Com todos os conteúdos lançados na versão original, Ghost of Tsushima Director’s Cut para PC junta-se à versão da PlayStation 5 como uma edição definitiva, essencial para quem procura um bom jogo de altas produções, sólido, bonito e imersivo, que nos deixa viver uma autêntica e cinemática fantasia samurai.

Ghost of Tsushima Director’s Cut está disponível no PC via Steam Store e Epic Games Store.

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Cópia para análise cedida pela PlayStation Portugal.

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