Análise – Ghost of Tsushima: Legends

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A fantasia e a cooperação invadem Tsushima.

 Ghost of Tsushima: Legends

Ghost of Tsushima chegou este verão para marcar a despedida dos grandes exclusivos da PlayStation 4. Com as atenções agora viradas para a nova geração de consolas, o jogo da Sucker Punch recebeu uma nova atualização que promete não só manter os jogadores envolvidos com o mundo de Tsushima, mas também convidar curiosos, tendo o potencial de se tornar um dos primeiros jogos regulares para os jogadores da PlayStation 5.

Legends é o nome da nova expansão gratuita para todos os jogadores de Ghost of Tsushima que, além de adicionar novos conteúdos à aventura de Jin Sakai, inclui agora um novo modo de história com incentivos de voltar a recuperar a ilha de Tsushima, mesmo depois de muitos jogadores já terem o jogo Platinado.

Mas o grande destaque acaba por ir para a inclusão do inesperado modo multijogador que, ainda com uma das suas partes fechadas – as Raids com suporte até quatro jogadores que prometem desafios periódicos -, já se revela uma agradável surpresa cheia de diversão e conteúdo para explorar.

Atualmente, os jogadores podem embarcar num modo narrativo até dois jogadores e num modo de sobrevivência, neste caso até quatro jogadores, onde a gestão e comunicação entre Ghosts são as chaves do sucesso.

Aqui, as habilidades e características de Jin, a que nos vamos acostumando ao longo do jogo original, separam-se e expandem-se em diferentes classes que os jogadores podem escolher e desenvolver. Temos o Samurai, com uma jogabilidade mais pausada e lenta, mas com uma força bruta; Hunter, a arqueira rápida e ágil; Ronin, que funciona como o curandeiro do grupo; e por fim Assassin, rápido, silencioso e letal.

Cada personagem conta com uma árvore de habilidades única, elementos de personalização também únicos (especialmente a nível de fatos e de máscaras) e temos ainda, transversal a todas as classes, equipamentos com armas que apresentam determinadas posturas e buffs, os charms e ataques secundários.

A grande diferença a nível de jogabilidade face ao jogo original é que as classes obrigam-nos a jogar com um determinado ritmo e a usar as nossas habilidades de acordo com o progresso das missões, motivando as sessões em coop com jogadores de classes diferentes e que possam comunicar entre si para as melhores estratégias. Outra grande diferença é que não podemos mudar de postura em tempo real, sendo que estas são qualidades das armas que escolhemos.

A nível de armas e equipamentos, o jogo apresenta um esquema muito semelhante a jogos de loot, onde no final de cada missão ou desafio recebemos um conjunto de itens com níveis superiores, obrigando-nos a escolher, modificar e decidir o que é melhor para cada batalha, podendo ainda desmantelar itens já desnecessários, obtendo créditos em troco.

Mas é durante as missões divertidas que Ghost of Tsushima: Legends brilha. No modo história temos nove pequenas histórias, com uma duração de 15 a 30 minutos cada uma, que nos levam a cenários fantásticos muito diferentes do jogo original, como se a ilha de Tsushima fosse invadida por forças sobrenaturais. A Lua ganha dimensões gigantescas no céu, o ambiente envolve-se de veias vermelhas pulsantes e o céu de plataformas rochosas, há corpos flutuantes ou corações humanos a bater… É estranho, esotérico e infernal, sendo uma mudança radical de direção de arte face ao jogo original, mas muito bem-vinda e emocionante.

Estas missões, que só suportam dois jogadores, são uma introdução ao que poderão ser as raids e servem para perceber as bases antes de nos lançarmos ao modo de sobrevivência. Com níveis estruturados por objetivos, os jogadores terão que ter uma atenção constante aos seus recursos e vida, que só podem ser recuperados em pontos específicos dos níveis e que não voltam a ficar disponíveis ou, então, através de charms e habilidades especificas. Cada nível conta com uma determinada gimmick ou elemento especial dedicado, como habilidades que fecham portais ou arcos e flecha com poder aumentado, mas a jogabilidade acaba por ser muito semelhante ao que já estamos habituados.

O brilho está mesmo na cooperação ao longo da navegação dos níveis, onde cada jogador pode tomar um caminho ou decidir tomar conta de vários inimigos em simultâneo. Ao longo de vários momentos de jogo, Ghost of Tsushima: Legends revela um pouco de Metal Gear Solid cooperativo, o que é excelente.

Apesar de a oferta no modo história ser aparentemente pequena, a sua repetição em níveis superiores é muito mais interessante e elaborada, com os níveis a oferecerem objetivos extra, níveis de dificuldade e pequenos desafios extra, como um cordão entre dois jogadores que não se podem afastar muito um do outro, ou um número limitado de vidas.

O segundo modo disponível é o Survival, uma mistura de modo de horda com king of the hill, onde quatro jogadores devem dividir muito bem as suas tarefas e localização, impedido que as ondas de inimigos (15-20-25 dependendo de cada uma das três dificuldades) se apropriem de uma determinada zona. Neste modo, o jogo atira tudo aos Ghosts, desde inimigos básicos ou outros bem duros de roer, obrigando a que cada um guarde as suas habilidades especiais até ao último momento, resultando em sessões de jogo que terminam de forma intensa e satisfatória.

A comunicação aqui é ainda mais importante, pelo que convém os jogadores andarem a pares entre áreas de controlo, pois se uma área é perdida, a vida de cada jogador diminui.

Para equilibrar o jogo e dar um pequeno toque extra, os jogadores podem, ao longo destas sessões, acumular pontos que, nos intervalos das ondas, podem ser trocados por Gifts. São habilidades extra que podem chamar animais para o combate, colocando os inimigos todos a arder ou, por exemplo, a capacidade de curar todos os Ghosts quando já estão todos a soro.

O modo Survival oferece apenas quatro mapas, para já, e corre o risco de se tornar repetitivo. Contudo, é uma boa forma de treinar e acumular recursos para o futuro deste modo, onde só lá será possível desbloquear todos os elementos estéticos dos nossos Ghosts, com objetivos que prometem fazê-los suar.

Legends traz a Ghost of Tsushima toda uma nova vida, ou dimensão se preferirem, com uma aposta social e casual bastante interessante, perfeita para os samurais colocarem a conversa em dia ao fim de um dia de trabalho, sem o grande stress de combates competitivos. A prova disso é, também, a inclusão do modo de fotografia, agora mais elaborado, no próprio modo multijogador, onde as equipas podem pausar o jogo (em simultâneo para todos os jogadores) e tirar fotos ao fantástico ambiente ou armaduras de cada um.

Talvez o mais impressionante de Legends seja mesmo o facto de ser gratuito e de não conter qualquer tipo de microtransações associadas. Um testamento de boa fé por parte da Sucker Punch, que convida assim mais jogadores a visitarem o seu novo mundo.

Ghost of Tsushima está disponível em exclusivo na PlayStation 4 e será jogável na PlayStation 5 com melhorias de desempenho.

Nota: Muito Bom - Recomendado
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