Steam Deck OLED – A Steam Deck aperfeiçoada

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A Steam Deck OLED representa uma das melhores atualizações de uma consola” de que há memória.

Desde que me lembro que os fabricantes de consolas e dispositivos semelhantes, antes de saltarem para uma nova geração, costumam lançar versões aprimoradas dos seus equipamentos atuais. Como exemplos mais recentes temos a PlayStation, que a meio da geração lança as suas edições “Slim”, como a atual PlayStation 5 menos volumosa, ou a Nintendo Switch, que em 2021 lançou a sua Nintendo Switch OLED.

Tal como esses exemplos, também a Valve aprimorou a sua máquina de jogos, a consola que tecnicamente apelida como “PC móvel para jogos”, a Steam Deck, com a Steam Deck OLED, a meros meses da mesma celebrar o seu segundo aniversário. Foi um lançamento sem grande fanfarra. Numa quinta feira de novembro de 2023, a Valve não só anunciou a Steam Deck OLED, como a lançou no mesmo dia, com o modelo de 512GB ao mesmo preço do modelo anterior – com o objetivo de o substituir -, e com a apresentação de um modelo superior, com maior armazenamento. Modelo esse que a Valve me deu a oportunidade de experimentar.

Enquanto detentor de uma Steam Deck, modelo LCD de 256GB, desde o anúncio e lançamento da OLED que fiquei curioso com as suas melhorias e com vontade de perceber até que ponto mudariam a experiência de atualização. No papel, elas são ótimas e destaca-se, como é óbvio, o seu ecrã OLED com uma dimensão superior de 7.4 polegadas (vs a 7 polegadas do original), suporte HDR, taxa variável de atualização até 90Hz, um processador com dimensões menores, suporte Wi-Fi 6E e uma bateria melhorada de 50Whr.

São características que, na teória, não parecem ser revolucionárias, à parte, claro, da experiência OLED. Mas, na soma das suas partes e a forma como podemos tirar partido de todas estas novidades, tornam a Steam Deck OLED na versão perfeita da máquina da Valve, quase como se de uma Steam Deck 2 se tratasse, apesar de, internamente, os seus componentes terem praticamente o mesmo desempenho na reprodução de jogos que o modelo anterior.

Há dois anos, quando descrevi a experiência Steam Deck, fiquei encantadíssimo. E não fui o único, toda a indústria ficou. Desde então vimos uma crescente competição, com o lançamento da sua rival direta, a ASUS ROG Allyque também tive a oportunidade de experimentar -, a Lenovo Legion GO e, até mais recentemente, a MSI Claw. No entanto, há este sentimento de que a Steam Deck é a “original”, o tubo de controlo, a escolha certa num cenário de confusão e dúvida. E, agora, sinto que o modelo OLED reforça esse posicionamento novamente no topo.

O simples toque e levantar da Steam Deck OLED, mesmo desligada, face ao modelo anterior, denuncia logo uma “enorme” diferença. São apenas cerca de 60gr a menos (mais precisamente de 692gr para 632gr registados), mas os suficientes para a Steam Deck OLED se fazer sentir muito mais leve e agradável de agarrar, com uma a distribuição do seu peso muito mais uniforme. Esta diferença de peso confere também uma confiança maior nas nossas mãos e para sessões de jogo mais longas é ergonomicamente perfeita, porque não cansa tanto os nossos braços.

Apesar de usar praticamente o mesmo molde, corpo e materiais, com as diferenças entre o modelo OLED e LCD a revelarem-se apenas na moldura mais fina do ecrã e em pequenos acentos coloridos – como o botão de power agora laranja e base dos analógicos em preto -, a nova Steam Deck OLED também parece ter sido montada com mais cuidado, com uma qualidade de construção mais sólida e robusta, com menos “chocalhos” nos botões e gatilhos e com os motores de resposta háptica mais precisos e afinados. Se o modelo original, apesar de ótimo, se fazia sentir mesmo como um equipamento de primeira geração, a Steam Deck OLED faz questão de gritar “Premium” em todas as suas dimensões.

Ao ligarmos e começarmos a usar a Steam Deck OLED, o segundo grande aspeto diferenciado na nossa experiência é, obviamente, o ecrã. Agora maior, com as suas 7.4 polegadas, o ecrã ocupa uma área maior no mesmo corpo do modelo antigo. É notório e a moldura mais fina abraça melhor a nossa vista para uma experiência mais, digamos, imersiva. No entanto, admito que a diferença de estar perante um ecrã subtilmente maior não teve o mesmo impacto que imaginava, até porque continuamos com alguma moldura à sua volta. Mas há que admitir, também, que é esteticamente mais agradável, tanto ao vivo como nas imagens promocionais.

O que tem de ser visto para crer é mesmo a qualidade e o desempenho deste ecrã. A atualização face ao modelo LCD é geracional. Uma das minhas críticas e aspetos menos positivos da Steam Deck original prendia-se precisamente na tecnologia usada no seu ecrã. Não era mau, era satisfatório e, como já referi anteriormente, aceitável para uma primeira geração do pacote completo que é a Steam Deck. No entanto, o backlight bleeding que se denunciava nas bordas e sensação de luz traseira, mesmo em cenários escuros, nem sempre entregava uma experiência ideal. Para além disso, a luminosidade desse ecrã não era nada de extraordinário.

Já o ecrã da Steam Deck OLED resolve todas essa queixas e problemas. A natureza da tecnologia OLED permite que tons de preto sejam literalmente pixeis desligados e que os níveis de brilho sejam extremamente elevados. Na prática, este contraste e as cores vibrantes que reproduz dão a ilusão de que a modesta resolução de 1280×800 seja muito mais alta. Em comparação com o ecrã de 8 polegadas da PlayStation Portal que é de 1080p, ou com o ecrã da mesma resolução da ASUS ROG Ally, não há dúvida que a Steam Deck OLED tem aqui um enorme trunfo.

Mas há muito mais para gabar neste ecrã. Para além da sua excelente qualidade e desempenho, suporta agora HDR, não só em jogos compatíveis, como até em reprodução remota através de aplicações como o Chiaki4Deck, que permite usar o Remote Play da PlayStation 5, com um desempenho superior ao da PS Portal.

Jogar em HDR neste ecrã é simplesmente fantástico e faz justiça a qualquer expectativa que possam ter. Jogos como Ori and the Will of the Wisps, Cyberpunk 2077, Ratchet and Clank: Rift Apart ou Final Fantasy VII Remake ganham uma dimensão completamente diferente comparado com o modelo anterior simplesmente graças à profundidade e naturalidade das cores, mesmo quando as definições entre a Steam Deck original e a Steam Deck OLED são literalmente as mesmas.

E há ainda a taxa de atualização superior até aos 90Hz, que oferece uma imagem mais responsiva, fluida e com menos arrasto, e o suporte de VRR, ou taxa de atualização variável, que faz com que jogos que flutuem muito no seu desempenho se movam de forma mais natural. Esta funcionalidade é particularmente útil em jogos que a Steam Deck consegue atingir um desempenho perto dos 60FPS, mas que nem sempre se consegue lá manter.

O terceiro grande destaque da Steam Deck OLED que é rapidamente observável é o seu rendimento e eficácia. Com um processador mais eficaz, mas equiparável ao do modelo anterior, a Steam Deck opera com temperaturas mais baixas, conta com um sistema de refrigeração mais afinado que resulta num barulho das ventoinhas reduzido, e, o melhor de tudo, numa utilização mais prolongada com uma carga.

A comunidade e a imprensa especializada não estavam a brincar quando diziam que “a Valve desvalorizou” as atualizações da Steam Deck OLED, em particular no tempo de vida útil da bateria, que em alguns casos demonstra o dobro da duração. Para efeitos de análise fiz uma comparação de controlo, usando um dos jogos mais exigentes na máquina da Valve, Cyberpunk 2077. Usando os dois modelos com o brilho do ecrã e volume a meio, numa das áreas mais densas do jogo, deixei as suas baterias descarregarem até ao fim. Neste teste, a Steam Deck original registou 1 hora e 17 minutos, ao que a Steam Deck OLED continuou a trabalhar até 2 horas e 15 minutos, ou seja, estamos perante um aumento de 75%.

Contudo, este valor varia sempre do tipo de jogo, do seu consumo ou tipo de experiência, podendo haver uma diferença superior ou inferior. Por exemplo, usando o Remote Play da PlayStation 5 via Chiaki4Deck, como já aqui referi, a Steam Deck OLED é capaz de atingir entre seis a sete horas de jogo antes de voltar à carga, o que é extremamente impressionante.

Experimentar a Steam Deck OLED foi como reencontrar a alegria e o entusiasmo que tive há dois anos quando a original foi lançada. Pois não só estive perante uma versão aperfeiçoada da máquina da Valve, onde quase todos os seus defeitos foram tratados, como foi também uma oportunidade de reavaliar a experiência inicial ou fazer uma breve retrospetiva desse período no que toca ao suporte que tanto a Valve e a produtoras deram a esta máquina e, por extensão, a este conceito de Consola Portátil de Jogos para PC.

A Steam Deck, no geral, continua a ser uma fantástica máquina de jogos com potencial para substituir os desejos de todos aqueles que procuram um “computador portátil” para o efeito, com a vantagem deste formato ergonómico e versátil, extremamente aprimorado para aquela que é a maior loja digital no PC e com um potencial de personalização e ajuste de experiências extraordinário, graças também ao trabalho desenvolvido pela comunidade.

Com a nova versão OLED, a Valve não lançou só uma versão melhorada da Steam Deck, como afirmou também o compromisso em manter o conceito vivo e que esta aposta vai continuar aqui durante muito mais tempo até uma eventual e hipotética sequela.

A Steam Deck OLED pode ser adquirida na loja oficial da Valve, nos modelos de 512GB por 569,00€ e no modelo de 1TB por 679,00€.

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A Steam Deck OLED foi cedida para cobertura pela Valve.

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