Crítica – Land of Bad

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Land of Bad oferece uma operação de resgate envolvente, ainda que imperfeita, que deverá agradar a maioria dos espetadores à procura de entretenimento movido a adrenalina.

Para muitas pessoas, um filme como Land of Bad pode não possuir o suficiente para chamar a atenção. Contudo, pessoalmente, quase tudo sobre o mesmo fez-me querer adicioná-lo imediatamente à minha lista de visualizações: uma premissa direta e guiada por ação baseada numa operação de resgate; um elenco bastante decente com Liam (The Hunger Games) e Luke Hemsworth (Next Goal Wins), Russell Crowe (The Nice Guys), Ricky Whittle (The 100) e Milo Ventimiglia (This is Us); e, mais importante, é realizado por William Eubank, que esteve por trás do subestimado mas amado por muitos dos que o viram, Underwater.

Com a ajuda do argumentista David Frigerio (The Signal), Eubank pega nos básicos das típicas fórmulas de filmes de guerra, neste caso, focando-se numa equipa de extração numa missão que, claro, não corre tão suavemente quanto o pretendido. Eubank não perde tempo a lançar os espetadores no centro da ação, usando o início da missão não só para iniciar o enredo, mas também para introduzir as personagens. É uma jogada algo arriscada que pode não dar tempo suficiente para o público se ligar genuinamente com as personagens, mas é eficiente o suficiente para acompanhar a camada de entretenimento primária de Land of Bad.

Apesar do desenvolvimento das personagens permanecer algo superficial, encontrei-me surpreendentemente envolvido durante os tiroteios energéticos e os momentos de elevadas batidas cardíacas. O estilo de realização de Eubank brilha através de alguns toques estilísticos, incluindo a aplicação bem temporizada de slow-motion, um controlo requintado dos níveis de tensão e explosões espetaculares que elevam verdadeiramente a intensidade da missão brutal numa zona remota. Land of Bad aumenta a quantidade de sangue e violência física em direção ao terceiro ato, mergulhando em cenas de luta mais instáveis e agitadas, mas mantendo a energia certa para continuar a cativar os espetadores.

O elenco entrega prestações louváveis, com Liam Hemsworth a destacar-se como o protagonista e a única personagem que realmente atravessa um arco palpável. De um soldado inexperiente a um indivíduo corajoso e capaz, a interpretação de Hemsworth de um homem a adaptar-se a circunstâncias de vida ou morte e a agarrar-se a si mesmo para sobreviver é definitivamente digna de ser vista. Crowe injeta momentos de leveza na narrativa, ao mesmo tempo que coloca ‘água na fervura’ como um dedicado piloto de drones da Força Aérea dos EUA que cria uma conexão especial com a personagem de Hemsworth, embora Land of Bad fique aquém de explorar completamente esta relação.

Apesar da obra manter a ação que entretém durante boa parte do filme, a história sofre uma maior queda no seu terceiro ato, sucumbindo a conveniências de enredo que prejudicam a credibilidade. Não sou, nem de perto, o tipo de espetador que se importa com questões de lógica, muito menos de ser afetado pelas mesmas, mas Eubank consegue estabelecer um ambiente tão realista na primeira hora e pouco, que não pude deixar de me sentir desapontado com alguns pontos de enredo forçados. Tematicamente, existe uma tentativa de explorar a justaposição entre o valor fútil das rotinas diárias e a gravidade da sobrevivência através da mistura de três sequências completamente distintas a decorrer simultaneamente. No entanto, a mensagem fica clara desde as primeiras transições, fazendo com que a conclusão de Land of Bad pareça prolongada e desequilibrada em termos de tom, já que passar de cenas de tortura para algo tão aleatório como fazer compras no supermercado, como esperado, não funciona várias vezes.

Algumas observações finais sobre a poderosa banda sonora de Brandon Roberts (Thanksgiving) e também alguma maquilhagem grotesca que realmente contribuiu para a brutalidade de algumas cenas.

VEREDITO

Land of Bad oferece uma operação de resgate envolvente, ainda que imperfeita, que deverá agradar a maioria dos espetadores à procura de entretenimento movido a adrenalina. Com excelentes performances por parte de todo o elenco, William Eubank emprega um ritmo acelerado, sequências de tiroteio de alta intensidade com algumas escolhas estilísticas interessantes e uma narrativa básica, ainda que entusiasmante. O desenvolvimento das personagens e a profundidade temática permanecem superficiais, para além de conveniências de enredo no terceiro ato contrastarem com o realismo de segmentos anteriores, mas a obra acaba por cumprir o que promete, proporcionando momentos suficientes de tensão potenciados por uma banda sonora impactante para ainda alcançar “porto seguro”.

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