Next Level Racing GTlite Pro

- Publicidade -

Fiabilidade e estabilidade num cockpit fácil de arrumar onde quer que seja.

O GTLite Pro da Next Level Racing bem pode ser o anjo caído do céu que vem trazer um novo alento a todos os amantes de simulação, mas sem grande espaço em casa para ter um cockpit fixo. Ainda que, à primeira vista, não transmita a maior sensação de rigidez e estabilidade, após testar, posso dizer que acabei agradavelmente surpreendido.

Olhando para caixa, de dimensões reduzidas (78x76x26 cm) e um peso acessível (19 kg), as perspetivas eram positivas, mas só depois de começar a montar o cockpit tive essas dúvidas transformadas em certezas. A montagem é descomplicada, rápida e lógica, e pode ser feita por apenas uma pessoa sem grandes percalços ou imprevistos. A maioria das peças são de encaixe com mola e, as que não são, são na verdade as mais simples de montar. As instruções são claras e objetivas, mas vão querer segui-las à risca, mesmo que pareça evidente o passo seguinte (tal é a simplicidade do cockpit).

Focando-me no aspeto, é um cockpit estruturalmente aprazível, 98% em preto, com o branding a branco e uns remates simples a vermelho. O metal tem uma pintura fosca, sem poros, sem cordões de solda mal feitos ou irregularidades que dificultem a montagem. As cintas de tecido, que ajudam na estabilidade da secção onde fica preso o volante, aderem com velcro e aparentaram ser robustas. Por fim, o que muitos consideram mais importante, o assento… Há um misto entre almofadas, rede e um tecido mais rígido com aspeto de veludo – pode parecer uma mistura pouco convencional, mas passo a explicar já de seguida o porquê de assim o ser.

Toda esta experiência com o GTLite Pro assenta em três surpresas (duas delas positivas e uma mista). A primeira foi mesmo com o banco (pegando no ponto anterior), prendendo-se com a sensação e conforto do mesmo. Por norma, nos simuladores normais, as cadeiras são rígidas, robustas e o nosso corpo assenta sobre uma superfície almofadada fixa, mas no caso do GTLite Pro a história é outra. Basicamente, estamos sentados em suspensão, como que numa cadeira de praia, mas bem mais agradável. E é aqui que a ciência entre o misto de almofadas, rede e tecido em veludo tem o seu despertar: A rede num compósito de plástico aparentemente resistente serve para evitar peso desnecessário de outros materiais, em que as almofadas aparecem em zonas chave para contornar a fadiga das zonas do corpo que vão estar apoiadas sob tensão no banco, e o tecido tipo veludo cobre toda a área de possível de contacto e fricção corporal, servindo para exponenciar a sensação de conforto que se perpetua por todo o banco.

A segunda surpresa, também positiva, prende-se com a experiência de condução (aliada ao conforto que referi anteriormente). Isto porque a estabilidade é surpreendente para o aspeto do cockpit. É dito nas especificações que este aguenta com um setup que impinja até 13 Nm de força (o que estou a usar é de 5 Nm) e que suporta até 150 kg de peso (e nenhuma das 6 pessoas que “obriguei” a testarem-no pesava mais de 90kg), mas ainda assim os resultados foram, de facto, surpreendentes com base nas expectativas turvas pela desconfiança que criei. Os jogos que mais correram nestas sessões de teste foram, propositadamente, WRC Generations e Dakar Desert Rally, devido à exigência estrutural e desafio à estabilidade em que ambos colocam o cockpit. Não houve nada de negativo a assinalar, muito pelo contrário, quase zero ruído e muito pouca vibração (se bem que ainda só esteve à prova durante pouco mais de 30 horas, o que não é muito).

A terceira surpresa, mista, foi com o ajuste. Não quero ser mal interpretado, por isso começo já por deixar claro que o GTLite Pro tem uma infinidade de ajustes direcionais e angulares, que permitem uma infinidade de possibilidades que encaixam praticamente com o gosto de toda a gente – da condução vertical em camião, à condução praticamente deitado ao estilo da Fórmula 1.

Tendo isto em conta, quero focar-me no “ajuste-chave” do cockpit e que é, a meu ver, uma solução interessante. Falo dos trê ajustes rotativos ligados ao mesmo eixo (o assento): o ajuste do volante, o ajuste suporte frontal da cadeira e o ajuste da placa onde pode ser colocado o shifter (de ambos os lados).

A forma como este ajuste está montado permite-nos ajustar a base de inclinações e suportes do cockpit numa questão de segundos e sem ser necessário recorrer a qualquer ferramenta, o que é brilhante. No entanto, a surpresa mista é que não é extremamente intuitivo perceber quanta folga é preciso deixar para conseguir fazer o aperto da patilha lateral sem a prender em demasia ou para impedir que fique, de facto, uma folga que comprometa a estabilidade do cockpit, correndo um possível risco de criar folgas indesejadas mais para a frente. Posto isto, aconselho que levem o vosso tempo a ajustar e façam-no em modo tentativa-erro até atinarem com a posição/folga perfeita para apertar a patilha lateral.

Fora este ponto a terem em conta, a ideia do eixo central está bem conseguida: é rápida, eficiente e traz uma maleabilidade de personalização fenomenal. Para além disso, têm o ajuste da posição dos pedais – igualmente bem conseguido – via deslize de duas barras horizontais que podem também ser ajustadas em ângulo, os ajustes angulares do volante e do shifter e, ainda, as três opções de inclinação da parte detrás do assento. Por fim, têm três ajustes de altura, um em cada barra de suporte do assento e um ajuste de altura no assento (que é brilhante, pois torna o banco confortável para pessoas de todas as alturas). Como disse anteriormente, temos uma infinidade de possibilidades que vão agradar ao gosto de praticamente toda a gente. E tudo é regulável sem quaisquer ferramentas externas, numa questão de segundos.

Deixo para o fim o ponto com que abri, que é a facilidade de arrumar este cockpit. A importância deste ponto, para mim, é pessoal porque, apesar de ter um cockpit maior onde estou a viver agora, o apartamento para onde vou morar em breve não é o mais espaçoso de sempre e, como tal, tenho estado à procura de uma solução viável e fidedigna. Encontrei no GTLite Pro essa solução, que não rouba mais que 2 minutos.

Se souberem que vão jogar passadas umas horas, ou no dia seguinte, e não incomodar ninguém, deixo já a informação de que o suporte dos pedais sobe até ao suporte do volante e é logo um grande espaço que se economiza de imediato. Caso o queiram (ou sejam obrigados) arrumar depois de usar, recorrendo o uso das duas patilhas laterais e mais um ajuste ou outro, transformando facilmente o cockpit numa “plataforma” de 61x50x130 cm. Um espaço qualquer dentro de um armário, entre um armário e a parede, nuns arrumos pequenos ou até debaixo da cama, pode ser suficiente para não ter um mono a servir de decoração definitiva numa das divisões da vossa casa – a pessoa com quem partilharem casa vai agradecer.

Fora as 30 horas de condução, já devo ter passado mais umas 100 sentado nele a jogar outros jogos pelo simples facto de ser uma cadeira de gaming confortável. Por isso, mais um ponto positivo que argumenta a favor de não vos apetecer estar constantemente a arrumar a cadeira quando não têm planeado jogar qualquer jogo de condução.

Hora de somar todas as partes e apresentar uma conclusão.

O GTLite Pro é um cockpit que oferece aquilo que promete, uma experiência dinâmica e fiável a um preço justo para a qualidade do produto. Não é um cockpit que aconselhe para competição e não esconde as suas limitações, mas é ótimo para quem conduz ocasionalmente por prazer ou gosto e não quer ter uma nova peça de decoração definitiva ou simplesmente não tem muito espaço disponível.

Não é o primeiro cockpit que experimento da NLR e, para já, tenho a dizer que a qualidade e fiabilidade é algo que não falha com esta marca.

Este produto foi testado com o setup GT DD Pro da Fanatec.

- Publicidade -

Deixa uma resposta

Introduz o teu comentário!
Introduz o teu nome

Relacionados