Sundance 2021 – Primeiro dia

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Opiniões concisas sobre os filmes que assisti durante o primeiro dia do festival Sundance 2021, incluindo links para as respetivas críticas.

Sundance 2021

Depois de um primeiro dia deste reconhecido festival, está na altura de fazer um breve resumo do que consegui ver. Em baixo, poderão ler um breve resumo dos quatro filmes que fizeram parte das nossas escolhas: CODA, Human Factors, Cryptozoo e How It Ends.

CODA

CODA - Sundance Film Festival 2021

CODA pode muito bem terminar como o meu filme favorito da edição de 2021 do Sundance e irá, sem dúvida, tornar-se num filme imperdível quando estiver disponível. Siân Heder oferece a sua realização impecável e argumento lindamente escrito, repleto com momentos emocionalmente poderosos que me deixaram de lágrimas nos olhos durante os últimos quarenta e cinco minutos.

Possuindo uma mensagem educativa e importante sobre a comunidade surda e o que a sociedade interpreta como uma deficiência/limitação tremenda, a narrativa visual caraterística e as interações cativantes dentro da família surda provam ser incrivelmente merecedoras do investimento dos espetadores, elevando profundamente o filme em geral.

Com a ajuda de prestações sinceras e genuínas do elenco secundário (principalmente de Troy Kotsur e Eugenio Derbez), Emilia Jones descola e entrega uma das minhas performances femininas favoritas dos últimos tempos. Um filme lacrimoso e pensativo que espero que conquiste audiências por todo o mundo. (link para a crítica completa)

Human Factors

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Human Factors carrega uma premissa interessante e uma estrutura de storytelling que permite que temas subjacentes importantes sejam explorados através de linhas narrativas isoladas. No entanto, apesar da cinematografia notável de Klemens Hufnagl e do compromisso de Ronny Trocker com o seu argumento, a atmosfera filosófica e ambígua presente durante todo o tempo de execução só prejudica o ritmo já pesado e as interações desprovidas de energia, transformando o arco de cada personagem em algo difícil de se investir emocionalmente.

O ato final é o mais próximo que os espectadores recebem de desenvolvimento intrigante, mas os vários twists narrativos não afetam a história geral de uma maneira cativante ou surpreendente. Boas prestações de Sabine Timoteo e Mark Waschke salvam o filme de uma deceção mais significativa. (link para a crítica completa)

Cryptozoo

Cryptozoo

Cryptozoo é, sem dúvida, um dos filmes de animação 2D mais chocantes e violentos que alguma vez vi… e escrevo isto tanto como um elogio como um aviso para os espectadores mais sensíveis. Dash Shaw entrega aquele que pode muito bem ser um dos filmes mais divisivos desta edição do festival Sundance devido ao seu conteúdo visual e às suas escolhas narrativas e de personagens.

O trabalho de voz de todo o elenco merece elogios, nomeadamente o de Lake Bell, mas as personagens que todos retratam são extremamente difíceis de apoiar ou até mesmo concordar com as suas motivações. Apesar do final resolver este grande problema, todo o filme anda à volta de uma missão e um propósito no qual não só acredito que é errado, como a personagem principal também devia ter percebido que o seu sonho não iria funcionar mal o explicou em voz alta pela primeira vez.

A animação desenhada à mão é, por vezes, um pouco confusa, mas eleva um filme bastante complicado de se analisar. Levo as mensagens essenciais sobre a natureza, animais e até discriminação comigo. Espero que todos façam o mesmo. (link para a crítica completa)

How It Ends

How It Ends

How It Ends é um estudo de personagem inofensivo, leve e com imenso valor de entretenimento que, no fim, cumpre o seu objetivo de ser uma introspeção divertida da vida da protagonista.

Recorrendo a um plot genérico, Daryl Wein e Zoe Lister-Jones criam uma narrativa simples, mas repetitiva, com dezenas de cameos famosos numa sequência non-stop de caminhar no meio de uma rua vazia até que uma nova personagem aparece para oferecer mais um momento engraçado. No entanto, contém mais coração e alma do que o que se encontra à superfície.

Lister-Jones e Cailee Spaeny carregam e elevam o filme inteiro nos seus ombros, entregando duas prestações impressionantes que me permitiram ter os olhos bem fixados no ecrã. Apesar da tendência óbvia de ser “apenas” um filme brincalhão e inocente, a personagem principal é alguém com quem os espectadores podem relacionar-se, algo que, definitivamente, torna o filme muito mais cativante.

Fazer algo que as pessoas se arrependem mais tarde é uma inevitabilidade da vida, mas fazer as pazes com essas situações não deve ser deixado para uma sorte extrema ou para o último segundo em que tudo o que conhecemos está prestes a desaparecer… e esta é uma mensagem a qual apoio totalmente. (link para a crítica completa)

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