Análise – RiMS Racing (PlayStation 5)

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RiMS Racing surgiu com o desejo de fazer uma abordagem diferente aos jogos de desportos motorizados. E conseguiu… em parte.

Isle of Man, MotoGP, Ride, MXGP e Monster Energy Supercross são algumas das franquias nas quais já me aventurei, isto no que toca a provas que envolvem motas (sendo que os dois últimos diferem um pouco dos restantes), e RiMS Racing, do RaceWard Studio, foi o primeiro a tocar a sério na componente mais mecânica das motos.

Esta novidade foi algo que me chamou à atenção de pronto e a sua execução não é má (antes pelo contrário). Faz lembrar a alteração revolucionária que Skater XL trouxe ao género no mundo dos videojogos. No entanto, à semelhança do jogo de skateboarding, faltam limar algumas arestas noutras áreas.

A nível de modos de jogo não há muito a apontar – tem pouco, mas o essencial. Apesar de o modo carreira ter uma interface ordinária no que toca a diversidade de opções, acaba por ter uma apresentação deveras interativa. É inclusive bastante semelhante à de WRC, que usa a “garagem” como base de operações da nossa carreira, segmentada por secções. Contudo, é um pouco limitada e a navegação pelas opções não é muito intuitiva.

Não obstante, apesar de limitada, as opções disponíveis não estão mal construídas. Nota positiva para o calendário segmentado em diversas provas ao longo da época, sendo que, em alguns dias, há mais do que um tipo de evento disponível por onde escolher. É também durante esses eventos que se consegue amealhar dinheiro para investir em novos componentes para a mota e pontos de perícia para desbloquear a árvore de habilidades das secções de Engenharia, Gestão e Desenvolvimento.

rims review echo boomer 2

Enquanto a árvore de habilidades de secções deixa um pouco a desejar por ser simplória demais, a mudança de componentes da mota tem algum encanto para quem dá valor à engenharia em torno da mesma. O tal fator diferenciador deste jogo para os restantes do género é o facto de ser possível fazer uma gestão mais objetiva e específica de componentes e poder desmontar e montá-los com aproximação ao que se verifica na realidade. Isso pode ser feito através de sequências de comandos e, assim, observar a sequência lógica do procedimento de desmontagem e montagem desses componentes.

Para além do modo carreira, existem mais três modos de corrida (single race, private testing e academy) e um racing tutorial. Tanto em single race como em private testing, é possível selecionar a moto pretendida (de oito à escolha que falarei já de seguida), a pista a correr, as condições meteorológicas, as condições do asfalto e as regras da prova. Já em Academy existem vários desafios distintos específicos. Porém, há uma limitação “estranha”, dado que só é possível desbloqueá-los após os ter completado no modo de carreira. Não considero colocar um modo de jogo por detrás de uma “play wall” de outro modo de jogo uma decisão comum, nem muito sensata.

Quanto às motas disponíveis, existem apenas oito. No entanto, são das motas mais desejadas do mundo: Aprilia RSV4 Factory, BMW M1000RR, Ducati Panigale V4R, Honda CBR Fireblade, Kawasaki Ninja ZX-10RR, Agusta MV, Suzuki GSX-R1000 e Yamaha R1. Dentro deste leque curto (mas excitante) de opções, é possível escolher a pintura da mota. Associada a cada mota estão informações mais técnicas da mesma, como a cilindrada, peso, torque, potência e velocidade máxima. De forma a ajudar quem está menos familiarizado com motas, existe um quadro com gráfico de barras que indica a aceleração, travagem e manuseio de cada moto, bem como o combustível máximo que pode levar. Há ainda uma pequena descrição sobre cada uma.
Tudo isto associado, dá uma ideia relativamente simplificada e completa sobre as características de cada mota, um ponto positivo a meu ver.

À semelhança das motas também não há muitos circuitos, contando com nove na totalidade, entre os quais o circuito de Monsanto (Portugal) e os célebres Paul Richard, Nurburgring, Silverstone e Suzuka. Em contrapartida, é possível correr em cinco troços urbanos/rústicos ponto a ponto (direção normal e revertida), que é uma das coisas que mais gosto em Isle of Man e que me cativa nos jogos de rally. O facto de não haver uma pista comum cíclica é deveras cativante. Quando somadas as paisagens fantásticas e as estradas estreitas e rápidas, a emoção de correr ganha outra dimensão.

Agora que falei na emoção de correr, está na altura de avançar para o ponto seguinte, que se prende com a jogabilidade e mecânica de condução. A jogabilidade é semelhante aos restantes jogos de motas, embora apresente ligeiras diferenças na mecânica de condução. Considero mais difícil fazer curvas apertadas a uma velocidades muito elevadas com sucesso em RiMS. Em contrapartida, a sensação de velocidade é excelente. A interação da mota com a pista também é boa e o descontrolo da mota bastante realista, o que vem conferir mais credibilidade à experiência de condução.

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Uma característica interessante que este jogo apresenta no que toca a jogabilidade é que, durante as paragens nas pits, a duração da paragem depende da destreza e tempo de resposta do jogador ao repetir as sequências de comandos para cada ação que é feita durante essa paragem.

Graficamente falando, se me dissessem que RiMS Racing era um jogo de PS4, nem pestanejava e acreditava sem qualquer dificuldade. Apesar das motos terem bons detalhes e acabamentos, há algumas falhas na definição do ambiente envolvente, no efeito da mota na pista, no terreno circundante e, mais grave, vê-se a renderização de elementos da pista à medida que vamos andando (sobretudo nas ponto a ponto), coisa que não devia acontecer no presente e muito menos em novos jogos para a PS5.

O uso do comando não está mal conseguido, com a pressão dos triggers associada a limites de aceleração e travagem comprometedores ao controlo da mota. Os sons emitidos pelo comando são interessantes na medida em que apresentam um maior leque de sonoridades dos que noutros jogos de mota. Todavia, por serem muito específicos, nota-se mais facilmente que nem sempre estão a par com o acontecimento e o volume standard é elevado demais.

Pessoalmente, considero este jogo mais ajustado aos fãs de motos do que aos fãs ocasionais de corridas pela especificidade técnica que apresenta. Ainda assim, a condução é agradável e desafiante para qualquer pessoa.

Ainda que RiMS Racing tenha algumas debilidades, não deixa de ser um bom jogo e um arranque promissor para esta nova franquia de jogos de motas de alta cilindrada, dotado de conceitos que têm muito por onde explorar e podem vir a ser normalizados num futuro próximo para todos os jogos de motas. Falo pois da montagem/desmontagem das motas e as pit-stops com sequências de comandos.

Nota: Bom

Disponível para: PC, Xbox One, Xbox Series X|S,
PlayStation 4, Playstation 5 e Nintendo Switch
Jogado na PlayStation 5
Cópia para análise cedida pela Upload Distribution

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