Análise – Horizon Zero Dawn: Complete Edition (PC)

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Horizontes de cortar a respiração.

A PlayStation 4, que dará em breve lugar à sua sequela no final do ano, teve uma geração impecável, cheia de exclusivos que puxaram os limites do hardware, fabricado há cerca de sete a oito anos, com resultados incríveis, capazes de meter inveja até aos jogadores de PC, com jogos com The Last of Us Part II e Ghost of Tsushima, ambos lançados nos últimos dois meses.

Agora, tal como Death Stranding em julho, os jogadores de PC vão poder ter um gosto da experiência PlayStation com a chegada de Horizon Zero Dawn, da Guerrilla Games, cujo motor de jogo, o Decima Engine, também alimentou a última obra de Hideo Kojima.

Horizon Zero Dawn é, sem qualquer dúvida, um dos meus jogos favoritos desta geração, o que é um elogio enorme tendo em conta a quantidade de títulos monumentais que tivemos na última meia década e, em particular, nos últimos dois anos, ao longo de diferentes plataformas. Foi o jogo que me fez adquirir a PlayStation 4 e, na altura, saltar para aquela que era “A experiência Next-Gen”. E para minha satisfação e opinião, o jogo saiu excelente.

Uma premissa extraordinária

Desenvolvido inicialmente para a PlayStation 4, saiu já compatível com as funcionalidades extra da PS4 Pro, um exemplo da ambição da Guerrilla Games em tornar um jogo tecnicamente ambicioso em todas as frentes. Desde a sua revelação inicial que Horizon Zero Dawn conquistou a atenção de todos enquanto um jogo que iria puxar as capacidades da máquina da Sony, e também enquanto novo IP de mundo aberto recheado de segredos e extremamente diverso em ambientes que tentam representar uma Terra mil anos no futuro, abandonada à natureza, e onde máquinas gigantes, inspiradas em criaturas pré-históricas, tomaram conta do que ficou, substituído a fauna que foi, a certa altura, extinta.

O misto de antecipação por um jogo deslumbrante e uma premissa extraordinária, pelo menos no papel, agarraram-me também a mim desde o primeiro minuto. O resultado final? Mais de uma centena de horas com Aloy a descobrir todos os segredos do seu passado e do mundo em que habita.

Tirando uma história que perde o gás assim que que o argumento carrega no pedal da exposição, Horizon Zero Dawn está entre os melhores jogos que passaram pela PlayStation 4. É belo, joga-se de forma divinal, o combate é divertido, a navegação pelo mapa cativante e os confrontos com T-Rex robóticos e aves gigantes são super emocionantes e tensos. Agora, há todo um novo público com uma porta aberta para esta experiência.

Horizon Zero Dawn: Complete Edition (PC)

A chegada a novos Horizontes

A versão para PC de Horizon Zero Dawn, com lançamento para a Steam e Epic Games Store, é a versão completa lançada para a PlayStation 4, que inclui todos os patches, melhorias e a expansão The Frozen Wilds, que acrescenta mais uma porção de história às aventuras da Aloy. É um pacote completo que só fica melhor com melhorias e técnicas visuais ausentes na versão original.

Tal como Death Stranding, a promessa é tão emocionante como os jogos lançados no formato original, mas com muito mais versatilidade para quem prefere os jogos de PC. Temos resoluções mais altas, taxas de frames maiores, suporte ultra-wide e muito mais. Se Death Stranding impressionou os jogadores de PC, Horizon Zero Dawn promete impressionar muito mais, ao mostrar um Decima Engine ainda mais personalizável, mesmo pedindo requisitos mínimos e recomendáveis ligeiramente mais modestos.

Horizon Zero Dawn no PC, tal como a sua versão original desenvolvida com melhorias para a PS4 Pro, parece estar preparado para os jogadores de PC com máquinas capazes de jogar tudo sem compromisso.

Por defeito, podemos encontrar um conjunto de definições “originais” que suponho que sejam aquelas usadas na consola da Sony. Nesta versão pré-lançamento do jogo, já com o patch de lançamento, numa configuração bem próxima da dos requisitos recomendados, na máquina onde joguei esta versão de PC – com um processador Intel Core i5-8400 de 2.8GHz, 16 GB RAM, armazenamento SSD e uma NVIDIA GeForce GTX1060 de 6GB de VRAM -, o sonho dos 60FPS a 1080p é alcançado quase sem problemas, flutuando raramente abaixo disso e com pequenas quedas mais severas aqui e ali, quando o CPU atingia o máximo das suas capacidades. Mas não é nada que quebre a imersão ou seja muito notório, a menos que estejamos a olhar fixamente para o contador de frames em vez do que está a acontecer no jogo. E havendo a possibilidade de trancar em valores mais baixos, torna a experiencia mais consistente e, à partida, ao nível ou melhor do que temos na consola.

Jogar com as definições da consola, mas com praticamente o dobro da fluidez, foi o suficiente para ficar colado de novo ao ecrã, quase como se o experimentasse pela primeira vez. Um jogo tão dinâmico e colorido, cheio de animações incríveis da nossa personagem, da vegetação e dos animais apresenta-se agora com um mundo muito mais vivo e interessante de explorar. E tudo isto é possível numa máquina bem modesta.

Poder brincar com as definições do jogo fez-me entrar num buraco negro de opções onde descobri que, se preferisse sacrificar a fluidez de jogo, trancando nos 30FPS, podia ter vantagens únicas, uma resolução superior (no meu caso até 4K) e uma qualidade de imagem, no geral, superior, onde se destacam novas opções de texturas, sombras, qualidade de nuvens e reflexos na água, para não falar da vegetação, agora dinâmica, também presente aparentemente em todas as configurações. Para brincar com as definições de jogo, Horizon Zero Dawn: Complete Edition para PC inclui ainda uma ferramenta de benchmark que coloca o jogo em condições exigentes e regista o seu desempenho.

Horizon Zero Dawn: Complete Edition (PC)

Imersão aumentada

Comparativamente a Death Stranding, fiquei também satisfeito ao descobrir uma flexibilidade melhorada no que toca a resoluções, sendo capaz de ativar resoluções superiores, fazendo downsampling no meu ecrã 1080p e, se preferir, tirar partido das definições ultra-wide, de 21:9 e 32:9, que dão aquele aspeto super-cinemático ao jogo. Infelizmente, estas opções só funcionam bem durante o jogo jogável, pois nas cinemáticas e nos menus, estas mantêm o formato 16:9, com barras translúcidas nas laterais.

Outra função que vi com muita alegria foi a possibilidade de aumentar o ângulo de visão, retirando o ponto de vista padrão sob o ombro da Aloy de apenas 70 graus que, embora cinemático, é também mais claustrofóbico. Agora, é possível aumentar até 100 graus de visão periférica, aumentando, assim, a sensação de escala de um mundo já por si só ambicioso.

Apesar da função já existir na versão original, é impossível não destacar o modo fotografia de um jogo tão belo como Horizon Zero Dawn, que aqui está de volta exatamente como os fãs do jogo o conhecem, mas que, graças às novas definições gráficas, prometem tornar este modo um “fan-favorite” para os fãs da fotografia nos videojogos.

É também de destacar a compatibilidade com o DualShock 4, isto para os mais puristas que queiram elevar a experiência passada com um comando que já conhecem. Contudo, as funções extra, como o trackpad e o som que sai da sua coluna, não parecem estar ativos nesta versão.

A jogabilidade com o teclado e rato também é estupenda, responsiva e fluida, mas, para quem preferir usar um comando além do DualShock, saibam que podem também fazê-lo com o comando oficial da Xbox One, da Xbox 360 e de outras marcas, como a Razer.

Horizon Zero Dawn: Complete Edition (PC)

Tirando um ou outro crash que mandou o jogo abaixo em momentos de maior caos, Horizon Zero Dawn para PC comporta-se de maneira espetacular sem grandes compromissos visuais, mesmo nas definições abaixo do padrão.

Horizon é lindo. É um autêntico must-have para os jogadores de secretária e entusiastas que pretendem puxar os limites das suas máquinas, pois, tal como Horizon Zero Dawn puxa as capacidades da consola da Sony, no PC vai mais além. É interessante como um jogo já com alguma idade se mantém tão atual e até futurista, olhando para algumas das opções em High e Ultra. Levanto mesmo a hipótese de a Guerrilla Games estar a preparar um eventual patch ou conversão para a PlayStation 5 nas melhores definições possíveis no PC.

Horizon Zero Dawn: Complete Edition para PC é tecnicamente incrível e, se um computador modesto já o corre melhor que na versão original, tenho a certeza que um computador mais moderno irá corrê-lo sem grandes sacrifícios. Esta é, claro, uma ideia já esperada, mas que, na prática, é muito bem executada, e faz com que esta versão do jogo se revele mesmo uma excelente conversão, com funções que tornam o jogo visualmente e mecanicamente melhor.

Horizon Zero Dawn demonstra-se novamente como um jogo colossal e bem ambicioso até nos dias de hoje. Pode não ser o jogo com a melhor narrativa da geração, mas é, certamente, dos que tem o tom mais misterioso e das histórias mais divertidas de desvendar, com uma qualidade visual bem difícil de bater, seja em que plataforma for.

Nota: Excelente - Recomendado

Plataforma: PC e PlayStation 4
Este jogo (versão PC) foi cedido para análise pela PlayStation Portugal.

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