Usar a Too Good To Go ficou mais caro

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E tudo graças às embalagens.

Quando chegou a Portugal, em outubro de 2019, a Too Good To Go começou logo por criar sensação. Na altura, eram escassas as soluções que permitissem ao consumidor evitar o desperdício de refeições, com o bónus de adquirirem alimentos em bom estado de consumo.

Era, e é, um dois em um: não só se evita o desperdício alimentar, que é um flagelo na sociedade atual, como é possível ter belíssimas refeições a um preço muito inferior ao praticado atualmente. Isto acontece porque, sendo excedentes (as chamadas sobras), o preço diminui drasticamente. Assim, ao invés de ir para o lixo, adquire-se essa comida que está em bom estado de consumo. E claro, fora da app, existem várias iniciativas que permitem agarrar nestes excedentes e doar a instituições, ajudando os mais necessitados.

Mas 2019 já foi há cinco anos e, com o passar do tempo, a app foi registando cada vez mais estabelecimentos aderentes. E com tantas opções diferentes, como a possibilidade de salvar snacks, chocolates, cabazes de frutas, cabazes de legumes, azeites, cervejas (artesanais ou não), vinhos, entre tantas outras coisas, é perfeitamente natural que os portugueses adiram cada vez mais à iniciativa.

É precisamente isso que demonstra a Too Good To Go, que partilhou recentemente que os portugueses salvaram mais de 1,5 milhões de magic boxes em 2023, representando um aumento de 32% face ao ano anterior. Também o número de lojas aderentes à iniciativa aumentou 20,8% comparativamente com 2022.

Ora, mas se as novidades são boas, há também aspetos menos positivos para partilhar. É que, caso não tenham reparado, usar a Too Good To Go ficou recentemente mais caro. E tudo graças à taxa sobre embalagens de alumínio.

Esta taxa, que entrou em vigor no início do ano – inicialmente estava agendada para 1 de setembro – faz com que os estabelecimentos, que colocam depois o custo para o cliente, tenham de pagar uma taxa de 0,30€ sobre as embalagens de utilização única de plástico ou alumínio, ou multimaterial com plástico ou com alumínio, a serem adquiridas em refeições prontas a consumir.

E com isto, se forem à app, irão reparar que diversos estabelecimentos, apesar de apresentarem no ecrã inicial preços de 2,99€, 3,99€ ou 4,99€, estão a cobrar via app essa taxa por embalagem – há, até, estabelecimentos a cobrar 0,35€ de taxa de embalagem, o que é superior ao valor estabelecido pela lei em vigor.

Além disso, são vários os casos de estabelecimentos que cobram essa taxa, mas que nem sequer se dão ao trabalho de avisar pela cobrança dessa taxa. Os utilizadores somente se apercebem do custo extra depois de clicarem no botão “Reservar”.

O curioso é que muitos estabelecimentos já cobram esta taxa, enquanto que outros assumem os custos – ou utilizam outro tipo de embalagens. Mas esta situação revela uma questão: afinal, não era suposto ajudar o meio ambiente e levarmos nós próprios as nossas embalagens? É que, se já estamos a pagar uma taxa, ninguém se dará ao trabalho de levar recipientes para recolher comida.

Há, também, outra possível explicação para isto: é bem provável que tenham ocorrido diversos casos em que os utilizadores, quando deviam levar embalagens, não o faziam, e isso levava a dois cenários: ou o utilizador pagava na hora, em moedas – isto porque pagar uma taxa tão pequena com recurso a um cartão bancário nem sequer compensa para os comerciantes – ou, então, era o próprio estabelecimento a assumir os custos.

Em todo o caso, esta é uma situação que merecia mais transparência.

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