Com tanto filme para ver, nem sempre há tempo para escrever como desejaria.
Se andaram atentos ao Echo Boomer, certamente terão reparado nas críticas que coloquei a alguns dos filmes que assisti no âmbito do Festival Sundance 2023. Falo nomeadamente de The Pod Generation, Sometimes I Think About Dying, Polite Society, Bad Behaviour e The Accidental Getaway Driver.
Porém, e no meio de tanto filme, além do meu trabalho diário e de outras longas-metragens que vejo fora do contexto do festival, nem sempre há tempo suficiente para elaborar uma crítica completa.
Dito isto, seguem em baixo curtas opiniões – não mais de três/quatro frases – sobre outros filmes aos quais assisti.
Birth/Rebirth
Birth/Rebirth contém alguns momentos visualmente chocantes e violentos. Dito isto, o drama convincente sobre a vida e a morte é o que torna este filme tão terrivelmente cativante. Judy Reyes e Marin Ireland são verdadeiramente excecionais. Muita apreciação pessoal pelo foco nas personagens.
Nota (de 0 a 5 estrelas): 3.5
Run Rabbit Run
Run Rabbit Run apresenta uma performance poderosa e digna de prémio de Sarah Snook, bem como uma excelente cinematografia de Bonnie Elliott. Infelizmente, é muito longo, confuso e repetitivo, e gradualmente o substitui o seu mistério intrigante e tematicamente profundo por jumpscares genéricos.
Nota (de 0 a 5 estrelas): 2.5
Magazine Dreams

Magazine Dreams é implacavelmente desconfortável, stressante e simplesmente excruciante para ficar indiferente. Não é, definitivamente, para todos, e aqui também me incluo, infelizmente. Dito isto, JONATHAN FREAKING MAJORS! Uma das apresentações mais intensas e inesquecíveis que irão presenciar este ano. A sério… caramba!
Nota (de 0 a 5 estrelas): 2.5
Eileen
Eileen rodeia os espetadores com um ambiente noir imersivo e uma banda sonora atmosférica, levando o público por um estudo de personagem do tipo “luz ao fundo do túnel” verdadeiramente cativante. O estilo visual de William Oldroyd assemelha-se a Edgar Wright – muitas vibes de The Last Night in Soho – e as prestações de Thomasin McKenzie e Anne Hathaway não são menos que brilhantes. O shift tonal que marca o terceiro ato irá, sem dúvidas, dividir audiências – narrativa leve sobre revitalização e amizade feminina muda drasticamente para um thriller bem negro e pesado repleto de desenvolvimentos chocantes e macabros – mas é a falta de um final mais impactante que não permite fechar os arcos de personagem de forma mais memorável. Pessoalmente, deixou-me bastante satisfeito.
Nota (de 0 a 5 estrelas): 3.5
Infinity Pool
Infinity Pool é um filme de duas metades. A primeira é incrivelmente envolvente, misteriosa e imprevisível. A atmosfera tensa e irrequieta nunca deixa o espetador confortável, sendo que os aspetos técnicos de toda a obra são de louvar. No entanto, a segunda parte segue um caminho repetitivo e sem rumo quando se esperava um estudo profundo sobre privilégio e riqueza num mundo onde consequências deixam de existir. Personagens tomam decisões “porque sim” e Brandon Cronenberg abusa das montagens trippy – se a primeira ainda possui algum significado, as outras são um autêntico sofrimento visual excruciantemente longo. Apesar da obra extremamente inacessível, Alexander Skarsgård e Mia Goth são absolutamente hipnotizantes.
Nota (de 0 a 5 estrelas): 2.5
Cat Person
Cat Person é uma confusão. Os temas estão lá, assim como as mensagens instigantes sobre confiança e medo no namoro de hoje em dia de uma perspetiva feminina. Infelizmente, o argumento tonalmente inconsistente, frustrantemente assustador e subdesenvolvido precisava de mais trabalho. Emilia Jones é ótima, no entanto!
Nota (de 0 a 5 estrelas): 2
You Hurt My Feelings
You Hurt My Feelings é um daqueles filmes agradavelmente leves que servem como tónico durante um festival. Julia Louis-Dreyfus e Tobias Menzies demonstram uma boa química numa história sobre como a confiança e mentiras podem impactar relacionamentos amorosos e saudáveis. No final, fiquei a sentir-me bem.
Nota (de 0 a 5 estrelas): 3