Crítica – Bad Behaviour (Sundance 2023)

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Bad Behavior é um daqueles filmes com os quais simplesmente não me consigo identificar de forma alguma.

Ocasionalmente – umas vezes mais do que outras, para ser completamente honesto – atiro-me de cabeça a certos filmes, única e exclusivamente, devido ao seu elenco todo ou apenas por causa do seu protagonista. Bad Behavior é um desses filmes. Jennifer Connelly detém aquele “star quality” que, independentemente do tipo de história em que ela se mete, é o suficiente para me sentir investido. Dito isso, desconhecia totalmente a estreia de Alice Englert enquanto realizadora. E depois de passar pouco menos de duas horas bastante frustrantes, gostaria de saber de antemão que os protagonistas iam ser seres humanos terríveis, desprezíveis e tóxicos.

Obviamente, Bad Behavior deixa claro que segue personagens desinteressantes e stressadas que parecem destruir qualquer fonte de alegria no seu caminho, sendo que há demasiados problemas inerentes para fazer com que os espetadores se interessem. Do tom extremamente desequilibrado à estrutura narrativa confusa, Englert não consegue focar os seus pensamentos, caindo num precipício de cenas monótonas e repetitivas que não têm um verdadeiro significado. Existe até uma sequência totalmente animada que surge do nada – como muitos outros momentos – que afasta ainda mais os espetadores da história, em vez de os prender.

bad behaviour

A maternidade nunca deixará de ser um tema digno de estudo aprofundado. Mais especificamente, os relacionamentos mãe-filha podem ser incrivelmente complexos, portanto continuei à espera que o momento mudasse… e aconteceu. Contudo, é uma pena que isso só ocorra no meio do ato final de Bad Behaviour. Até então, é uma sequência interminável de discursos de ódio e ações irracionais. É um daqueles filmes que sobrevive devido às atuações dedicadas do elenco, mas mesmo nesse aspeto, é uma pena que um ator tão brilhante como Ben Whishaw seja desperdiçado desta forma.

No entanto, Connelly merece todos os elogios. Uma performance poderosa de uma atriz que não merecia liderar um filme tão dececionante. No meio de toda a confusão, os espetadores ainda se podem alegrar com o facto de testemunharem uma atriz fenomenal a demonstrar todo o seu talento e compromisso com um papel. Englert também é muito boa, muito melhor enquanto atriz do que a explorar o tema mãe-filha, enquanto realizadora.

Uma observação final: não sei o quanto este é um projeto pessoal, ou mesmo se é pessoal. Ainda assim, Bad Behavior é um daqueles filmes com os quais simplesmente não me consigo identificar de forma alguma. E isso, para mim, tornou-se um grande obstáculo a ser superar. Espero que alguém possa sentir o contrário…

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