Música – Álbuns essenciais (agosto 2021)

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Chamam-lhe o mês mais feliz do ano e, em 2021, voltou a fazer justiça a esse título! Tantos artistas e bandas pelas quais tenho um carinho especial a evidenciar-se.

Bon Iver voltou a juntar-se com Aaron Dressner e chamaram Taylor Swift, os Fleet Foxes e Ben Howard para um momento enorme de paz interior, CHVRCHES e The Killers lançaram possivelmente os melhores álbuns de carreira, Nas e Jungle brilham mantendo a essência, Deafheaven e Lorde continuam a explorar novas vertentes musicais com sucesso.

Isto e muito mais, analisado mais ao pormenor, no artigo de álbuns essenciais deste mês. Começamos?

[Artigo de álbuns essenciais de julho]

Big Red Machine – How Long Do You Think It’s Gonna Last?

big red machine how long do you think its gonna last

Género: Folk/Indie Folk

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O nome Big Red Machine pode passar despercebido para os mais desatentos, mas basta ouvir a primeira música para perceber o quão especial é este projeto. Projeto esse desenvolvido por Justin Vernon, mais conhecido por Bon Iver, juntamente com Aaron Dessner, um dos membros fundadores dos The National.

Posto isto, o caso muda logo de figura e, para muitos, já vale a pena dar uma espreitadela a esta colaboração. A somar ao quão especial são Vernon e Dessner enquanto músicos, este segundo álbum conta com uma série de colaborações de renome, ajudando a tornar o produto final deveras homogéneo e constante. As que saltam logo à vista são Taylor Swift, que em julho do ano passado incluiu “Exile“, em colaboração com Bon Iver, no seu aclamado álbum Folklore; Fleet Foxes, que também estiveram em altas em 2020 com Shore, um dos melhores álbuns de carreira da banda; e Ben Howard, que também não é um nome estranho para os portugueses, apesar dos últimos trabalhos não terem feito justiça ao talento do músico.

Todos estes ingredientes misturam-se de forma natural, dando origem a um produto final onde a falta de química não é, de todo, um problema. É um álbum muito aprazível e sem dúvida que tem sabor a pôr do sol numa tarde amena de verão, com uma brisa suave proveniente do horizonte onde se pode ver o oceano. O problema é que é só um álbum agradável… Faltou foco e engenho para o elevar a algo maior que um produto humilde, que fica a dever à qualidade dos músicos que o compõem. Em última instância, não duvido que Vernon e Dessner se tenham divertido e passado um bom bocado a gravar How Long Do You Think It’s Gonna Last? e, por sua vez, eu também fiquei satisfeito… mas não impressionado.

Classificação do álbum: ★★★½

Músicas a ouvir:

> Latter Days (ft. Anaïs Mitchell)
> Phoenix (ft. Fleet Foxes & Anaïs Mitchell)
> Renegade (ft. Taylor Swift)
> June’s A River (ft. Ben Howard & This Is The Kit)

Chvrches – Screen Violence

Chvrches Screen Violence

Género: Synth-Pop/Indietronica

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Quando se fala de CHVRCHES posso parecer suspeito, visto que é uma banda que vi “nascer” e foi amor à primeira vista. No entanto, a verdade é que, desde que despontaram no panorama musical de Synth-Pop, em 2013, nunca baixaram de qualidade musical, sendo uma presença assídua nos meus tops anuais de melhores músicas.

Este é um álbum especial porque, apesar dos seus dois antecessores terem sido bons, ficaram um pouco aquém da arte por detrás da produção do álbum de estreia, The Bones Of What You Believe. E Screen Violence não só o consegue igualar, como o ultrapassa.

A destreza instrumentista de Martin Doherty e Iain Cook atinge um novo nível de maturidade e a voz da maravilhosa Lauren Mayberry continua a derreter e a encantar, como se de uma poção mágica se tratasse. Neste álbum, há ainda uma música que conta com a colaboração de Robert Smith, à qual não há muito a acrescentar, visto que tudo em que toca se transforma em ouro.

Já lá vão mais de três anos desde a última vez que tive o prazer de os ver ao vivo (num dos concertos mais especiais do NOS Alive 2018) e depois deste novo álbum, o desejo é de voltar a encontrar-me com a banda escocesa da próxima vez que voltar a colocar pés em território nacional.

Classificação do álbum: ★★★½

Músicas a ouvir:

> Asking For A Friend
> He Said She Said
> How Not To Drown (ft. Robert Smith)
> Good Girls

Deafheaven – Infinite Granite

Deafheaven Infinite Granite

Género: Post-Rock/Shoegaze

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Este é só o 4º álbum dos Deafheaven e já é o 4º álbum muito bom que gravam. Um feito arrebatador, dado que a banda só foi criada em 2010 e o seu primeiro álbum foi lançado apenas há oito anos.

Infinite Granite afasta-se um pouco do black metal que tem vindo a caracterizar a sonoridade da banda californiana ao longo dos últimos anos e aproxima-se mais do post rock. O factor chave nesta mudança é que os Deafheaven não só demonstram o quão versáteis são, como deixam claro que conseguem ser exímios em géneros musicais distintos, sem nunca deixar a criatividade ser ofuscada pelo desejo de mais sucesso comercial. Prova disto é o formato das músicas, e até do álbum, continuar a fugir à norma, deixando claro que são eles quem está em controlo do seu próprio destino.

Este 4º álbum é caracterizado por melodias belíssimas e profundas, extremamente bem compostas e, apesar dos tons mais leves terem ganhado espaço face a trabalhos passados, a alma do início de carreira dos Deafheaven continua toda cá.

Classificação do álbum: ★★

Músicas a ouvir:

> In Blur
> Great Mass of Color
> Lament for Wasps
> Villain
> The Gnashing

Foxing – Draw Down The Moon

foxing draw down the moon

Género: Indie Rock/Emo

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O que de cativante conquistou os fãs ao longo destes últimos anos não só se mantém, como é enaltecido em Draw Down The Moon.

A base é o indie rock e, como tal, há uma fórmula pré-definida. Contudo, os Foxing fogem ao ordinário e fazem questão de adicionar o seu toque pessoal, diferenciando-se da maioria das bandas célebres do género. Esta diferenciação é impulsionada, sobretudo, pelos vocais únicos de Connor Murphy. A sua entrega é admirável, o que confere imensa intensidade e impacto emocional à generalidade das músicas do álbum (quer as letras acompanhem ou não).

A verdade é que, com a música de abertura, que por si só é incrível, nada faz esperar a orientação musical do resto do álbum. “737” começa de forma analítica e de mansinho, emergindo em crescendo até atingir uma entropia distópica que surpreende os que se deixam apanhar pela primeira metade da música. A partir daí, é um álbum de indie rock, mas pertencente a uma liga onde neste momento os Foxing têm a hegemonia.

Classificação do álbum: ★★★★½

Músicas a ouvir:

> 737
> Draw Down The Moon
> Cold Blooded
> If I Believe In Love

Halsey – If I Can’t Have Love, I Want Power

halsey if i cant have love i want power

Género: Alternative Pop/Punk-Pop

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O rumo que a carreira de Halsey tomou com Manic ganhou outra profundidade com este novo lançamento (e uma luz ao fundo do túnel para um novo género musical).

If I Can’t Have Love, I Want Power é o álbum mais intenso da cantora norte-americana até à data. Essa intensidade deve-se muito à capacidade de produção e lírica de Halsey e à forma como consegue encaixar com naturalidade letras autênticas, sem filtro, com um espetro de instrumentais tão distintos.

Numa montanha russa ultra-sónica que vai do Pop ao Punk, Halsey consegue dominar as suas emoções e atingir uma produção coerente, desenvolvida em paralelo com a sua primeira gravidez.

Pessoalmente, apesar de ter noção que Halsey é valorizada devido ao seu impacto no Pop, não tenho dúvidas que a sua voz encaixa na perfeição no Punk. Após ter tido uma experiência positiva com Machine Gun Kelly nessa vertente musical, este álbum voltou a tocar nela com “Easier than Lying”.

Fica no ar se lançar um álbum Punk (na íntegra) faz parte dos planos de Halsey num futuro próximo. Espero que sim!

Classificação do álbum: ★★★★

Músicas a ouvir:

> The Tradition
> Easier than Lying
> honey
> I am not a woman, I’m a god

Jungle – Loving In Stereo

jungle loving in stereo

Género: Dance/Electronic

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Jungle iguais a eles mesmos no seu triunfo mais gritante até à data.

Em 2014 explodiram com “Busy Earnin’” (um hino à música eletrónica), single que viria a aparecer no soundtrack de FIFA 15 e a integrar o self-titled album de estreia da banda. Apesar de terem perdido o comboio do mainstream que os ia receber de braços abertos, mas partiu rumo ao folk, uma coisa é certa: nunca se deixaram afetar por isso, mantendo-se fiéis ao género que os acolheu e sempre lhes sorriu de volta.

Este ano, os Jungle ascenderam ao próximo nível ao serem convidados para dar som à apresentação do novo modelo de carro de Fórmula 1 para a época 2022, com o novo single “Keep Moving”, cuja letra faz jus à mudança que a F1 vai incorporar.

Se este convite era um bom presságio para o que aí viria com o novo álbum, Loving In Stereo veio confirmar as suspeitas, assumindo-se como um álbum à altura das expetativas, refutando a ideia de “one hit wonder”.

O que se dilui no comprimento em demasia do álbum traz consistência e frescura a um bom punhado de músicas, fazendo deste disco um sucesso imediato. Posto isto, é sensato dizer que os Jungle podem ter perdido o comboio para o mainstream, mas desenvolveram o seu próprio meio de transporte. E neste momento, viajam à velocidade que bem lhes apetece.

Classificação do álbum: ★★★★

Músicas a ouvir:

> Keep Moving
> All Of The Time
> Talk About It
> Truth
> Can’t Stop The Stars

Kanye West – Donda

Kanye West Donda

Género: Rap/Gospel

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Kanye West é um génio criativo sem igual. Já o provou dezenas de vezes, nomeadamente quando redefiniu o rap enquanto género musical. E isto remonta ao seu impressionante início de carreira, numa época onde o R&B e o Rap disputavam um lugar no mainstream com o Rock.

A diferença é que, na altura, o Rap usava a ostentação e vida de excessos de sujeitos vindo do nada como pivô para o sucesso. Não só era repetitivo, como muita vezes oco, e Kanye revolucionou-o tornando num género mais versátil, com temáticas mais sensíveis e conscientes, permutando entre estas, com sonoridades que foram sofrendo metáteses ao longo de quase uma década até chegar a Yeezus (2013), álbum que veio impulsionar o trap enquanto género.

A criatividade de Kanye era imbatível e refletia-se em tudo em que ele tocava, mas a sua saúde mental, que já se vinha a deteriorar desde a morte da sua mãe, ganhou outros contornos por volta do ano em que lançou Yeezus, através de comentários/comportamentos sem filtro e, por vezes, descontextualizados.

Nestes últimos anos, Kanye encontrou conforto na religião que, apesar da bipolaridade (diagnosticada), acabou por “justificar” muitos dos comportamentos e comentários anteriores do rapper, tendo influenciado em muito a música que passou a produzir.

Kanye tornou-se inconstante, imprevisível e perdeu grande parte do foco que outrora teve na hora de produzir e filtrar o conteúdo final dos seus álbuns. A primeira bandeira vermelha apareceu com The Life of Pablo (2016), dotado de boas faixas, mas não funcionava como um todo. Seguiu-se Ye (2018), que pouco veio acrescentar à carreira do rapper, e Jesus Is King (2019) veio fazer uma primeira apresentação à sua faceta mais religiosa, mas sem qualquer impacto.

Donda foi um dos álbuns mais antecipados do ano. O problema foi que esteve a sofrer mudanças constantes desde a primeira apresentação ao vivo e o seu lançamento foi adiado semana atrás de semana. A somar a isso, segundo consta, quando foi lançado ainda não estava finalizado.

Basicamente, toda uma confusão que se reflete num álbum com ambição de ser uma prima-dona, mas que se estendeu sem efeito ao longo de quase 2 horas e contém 27 músicas no cartório, muitas delas dispensáveis.

Por muito que respeite o processo criativo de cada artista, a verdade é que isso nem sempre significa que o produto final vai estar à altura das pretensões do mesmo, e Donda ficou aquém da capacidade de coesão na hora de construir um álbum que Kanye tem/teve.

Em todo o caso, não deixa de ser um bom álbum – o melhor desde The Life of Pablo.

Classificação do álbum: ★★★½

Músicas a ouvir:

> Jail
> Off The Grid
> Jonah
> Moon
> Keep My Spirit Alive

Lorde – Solar Power

Lorde Solar Power

Género: Folk Pop/Psichedelic Pop

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Os álbuns da Lorde funcionam quase como uma forma de estar – nem todas as alturas são as certas para os absorver. Ainda assim, em 2017 conseguiu atingir um nível de inventividade inesperado com Melodrama, retrato com frescura de uma fase da sua vida. Esse álbum acabou por ser o melhor de 2017 a par de Damn, de Kendrick Lamar. Melodrama veio também afastar Lorde da premissa de produto pop que a indústria criou depois de Pure Heroine (2013) – quando tinha apenas 16 anos – e deu-a a conhecer a outro segmento do “mercado”.

Em 2018 era cabeça de cartaz de festivais mais indie, como é o caso do Primavera Sound, cujo foco é impulsionar artistas com bons álbuns e não pela bagagem musical. Adivinhem? Yup, fui ao Porto vê-la a atuar ao vivo e foi tudo o que esperava e mais alguma coisa!

Atualmente, com 24 anos, a artista continua a afastar-se das pretensões do mainstream e a trilhar o seu próprio caminho noutras vertentes pop, tais como folk e psychedelic.

Acompanhado de uma mudança radical de sonoridade, Solar Power é o álbum mais desafiante de absorver dos três já lançados, mas mantém-se acima do limiar do que define um bom álbum. Posso dizer que não fiquei completamente convencido após a primeira rodagem, mas desde aí já o ouvi pelo menos uma dúzia de vezes e a sensação que fica é que é um álbum alegre e de qualidade, logo merece que lhe seja atribuído o devido valor.

Classificação do álbum: ★★★★

Músicas a ouvir:

> Solar Power
> Stoned at the Nail Salon
> Fallen Fruit
> Mood Ring

Maisie Peters – You Signed Up For This

Maisie Peters You Signed Up For This

Género: Pop

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Mais uma estreia que salta imediatamente à vista oriunda do Reino Unido, estando já a fazer estragos nos tops britânicos.

Maisie Peters começou aos 15 anos a gravar vídeos para o YouTube, usando o seu quarto como palco para o mundo, a cantar músicas escritas e compostas por si, acompanhada somente de uma guitarra acústica. Três anos depois já tinha um contrato em cima da mesa da Atlantic Records para lançar dois Extended Plays. Este ano assinou pela editora de Ed Sheeran, através da qual lançou o seu álbum de estreia.

Na sua maioria, You Signed Up For This foge do tão esperado Bedroom Pop no que toca a sonoridade, mas mantém essa nuance a nível de mensagem. Cada música tem o seu propósito e cumpre-o sem pressas para ser mais do que é, o que faz com que cada qual seja única e especial (até mesmo a que teve mão do Ed Sheeran diretamente).

Maisie Peters não tinha nada a provar, mas ficou mais do que visto que talento é algo que não lhe falta, com um álbum de estreia bastante promissor!

Classificação do álbum: ★★★★

Músicas a ouvir:

> John Hughes Movie
> Psycho
> Villain
> Elvis Song

Nas – King’s Disease II

Nas Kings Disease II

Género: Hip-Hop/Rap

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Nunca fui o maior fã do trabalho de Nas, mas sempre lhe reconheci o talento e engenho. Ainda assim, considero que, após o lançamento de Life is Good (2012), caiu numa crise criativa grave e perdeu algum do meu apreço.

Em 2021, o rapper nova-iorquino consegue, finalmente, dar a volta por cima e voltar ao negócio com King’s Disease II, completando esta série de álbuns em alta.

Caracterizado pela composição instrumental “90s Aesthetics”, que sempre estiveram bem patentes nos álbuns do Nas, King’s Disease II não é exceção e consegue alguns clássicos instantâneos, como é o caso de “Composure” (com Hit-Boy).

Não deixa de ter piada que, num género dominado maioritariamente por homens que defendem que ser-se inventivo e insistente na hora de produzir é a única forma de sucesso, foi quando Nas deixou de tentar e limitou-se a mandar umas rimas com bom storytelling (incrível em “Store Run”) que conseguiu atingir a satisfação pessoal. Em simultâneo, ofereceu uma prenda aos amantes de Classic Rap.

Classificação do álbum: ★★★½

Músicas a ouvir:

> Death Row East
> EPMD 2 (ft. Eminem & EPMD)
> Rare
> Store Run
> Nobody (Ms. Lauryn Hill)
> Composure (ft. Hit-Boy)

The Killers – Pressure Machine

The Killers Pressure Machine

Género: Folk Rock/Heartland Rock

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Depois de, no ano passado, os The Killers terem atingido o auge de carreira com o seu melhor álbum, Imploding Mirage, seria de esperar que Brandon Flowers e companhia tirassem um tempo para desfrutar dos louros. O problema é que, com a pandemia, ficou complicado os músicos darem-se ao luxo de parar, porque mesmo sendo uma banda de renome, os festivais satélite dão sempre prioridade a bandas com álbuns mais recentes para elaborar o cartaz. Isto significa que a janela para se ser cabeça de cartaz seria este ano. Como os grandes festivais de verão voltaram a ficar em stand-by até 2022, significa que as bandas a lançar álbuns em 2021 vão ter mais margem para negociar bons contratos para espectáculos.

Posto isto, a decisão de lançar outro álbum exatamente um ano depois, tendo sido pensada ou não, foi acertada. Estou certo que terem tido tempo livre também ajudou, porque a banda deixou claro que não tinha quaisquer intenções de usar faixas de sobra de Imploding Mirage e exigiu inspiração extra.

De acordo com o baterista da banda, Ronnie Vannucci Jr., esta escolha deveu-se a um sentimento: “But the sky was falling and we were hit with this emotion – especially Brandon. We wanted to do something following that feeling. I remember him saying, ‘Follow me down this road’. We put those songs to the side and embarked on something new and fresh.”

As boas notícias? Inspiração não faltou. É certo que há algumas diferenças notáveis entre os dois últimos álbuns, na medida em que este novo tem um conceito documental e é muito mais introspetivo, baseado na infância de Brandon Flowers, em Nephi (Utah). O processo criativo por detrás de Pressure Machine começou por escrever todas as letras e só depois produzir a melodia para lhes dar ritmo e personalidade. Outra diferença para todos os trabalhos anteriores da banda é que, desta vez, optaram por gravar e misturar tudo de forma analógica, com cassetes e mesa de mistura.

Muda a década e, subitamente, somos presenteados com a melhor versão dos The Killers, o que me deixa bastante feliz, visto que foram uma das bandas da minha adolescência.

Classificação do álbum: ★★★★★

Músicas a ouvir:

> West Hills
> Quiet Town
> Sleepwalker
> Runaway Horses (ft. Phoebe Bridgers)
> In The Car Outside

Turnstile – Glow On

Turnstile Glow On

Género: Hardcore Punk/Melodic Hardcore

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Há seis anos estavam a lançar o primeiro álbum que os metia no radar em solo norte-americano. Agora? Já não há radar que os acompanhe.

Definir Turnstile é difícil, dado que ainda que o hardcore esteja bem patente na base sonora da banda, esta não se restringe propriamente a géneros normalmente ligados ao hardcore. Não há quaisquer regras! Simplesmente fazem o que bem lhes apetece, empregando texturas instrumentais energéticas cheias de detalhe que rasgam colunas e amplificadores por detrás de camadas de emoção. Testemunho disso são as duas músicas em colaboração com Blood Orange, azeite e água que se misturaram sem dificuldade neste álbum.

Glow On é o terceiro álbum em nome próprio e é, de longe, o mais ambicioso, inventivo e potente, mesmo quando se achava tal ser impossível. Durante 35 minutos, tudo funciona a favor da banda estado-unidense e esta segue de vento em poupa rumo ao estrelato.

Sem dúvida que Glow On é um dos grandes álbuns de 2021 e tem tudo o que é preciso para redefinir o futuro do Punk. Depois de o ouvir em loop, só me deixou com mais vontade de ver Turnstile ao vivo, que ascenderam ao topo da minha lista de desejos.

Classificação do álbum: ★★★★★

Músicas a ouvir:

> BLACKOUT
> MYSTERY
> UNDERWATER BOI
> ALIEN LOVE CALL (ft. Blood Orange)
> WILD WRLD
> NEW HEART DESIGN

Willie Nile – The Day the Earth Stood Still

Willie Nile The Day the Earth Stood Still

Género: Folk/Americana

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Velhos são os trapos! Willie Nile teve uma carreira um bocado conturbada (para além de já ter começado tarde), porém continua a correr como se tivesse acabado de a começar.

Aos 73 anos de idade, Nile lança mais um álbum contemporâneo à altura de artista como Bod Dylan, Bruce Springsteen ou Steve Earle (que entra neste álbum).

The Day the Earth Stood Still vem relembrar 2020 e provar que Nile não parou. Os indícios são que neste novo trabalho se reflete a firmeza, resiliência e genica do artista nova-iorquino.
Nile pode muito bem ser tratado como tesouro nacional pela paixão e entrega que coloca na música que produz, e este álbum faz jus a essa distinção.

Classificação do álbum: ★★★★

Músicas a ouvir:

> The Day The Earth Stood Still
> Sanctuary
> Where There’s a Willie There’s A Way
> Way of Heart

Que mês fantástico e ainda nem falei dos EPs que também merecem ser referidos. Aqui vão eles:
> Model Citizen EP dos Meet Me @ The Altar
> Aisles da Angel Olsen

See you later!

Artigo de essenciais de setembro

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