Música – As 100 melhores músicas de 2023

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Bem vindos à seleção das 100 melhores músicas do ano de 2023!

Chegámos a dezembro e não é porque “All I Want For Christmas” regressa aos tops (inexplicavelmente) que é um mês especial, pelo menos para mim. É mesmo porque me fecho em casa e recapitulo praticamente tudo o que foi lançado durante o ano, no que toca a música.

Desde o ano passado que, para além da seleção das 100 músicas e dos 50 álbuns, comecei a fazer refazer os meus tops de música que lancei 10 anos antes, e como tal, este ano foi o de 2013. Portanto, por consequência, é muita música que ouço no último mês do ano (na casa dos milhares de streams).

Colocando 2023 numa palavra, escolho “surpreendente”. Tivemos um panorama musical bastante equilibrado e diversificado, onde nenhum artista se destacou em relação aos demais, coisa que acontecia regularmente em anos anteriores – haver alguns artistas com mais de uma música na seleção de melhores do ano.

Este ano, para além dos artistas, houve uma diversidade grande de géneros. Analisando a fundo, gosto de pensar que foi o ano do renascimento da música Rock (pelas mãos de alguns artistas novos, mas sobretudo graças a bandas célebres).

Para além disso, mesmo sabendo que é o 12º ano disto, é sempre bom constatar que 46 dos artistas que nele figuram se estrearam em 2023 (na minhas seleções). Também é de valor constatar que o mercado asiático está a ganhar terreno aos maiores mercados globais, algo que me dá algum gozo e esperança para o futuro. Por fim, foi mais um ano de dominância para as mulheres, pelo 6º ano consecutivo.

Entusiasmo-me sempre com estatística e dados (não fosse esse o meu trabalho), mas está na hora de passar ao que interessa: as 100 escolhidas!

Como é costume, link para a playlist no Spotify no fim do artigo!

100. The Last Dinner Party – Nothing Matters

99. Tirzah – Promises
>>> Primavera Sound

98. Joesef – It’s Been a Little Heavy Lately
[Análise do álbum “Permanent Damage”]

97. Carly Rae Jepsen – Psychedelic Switch

96. Ashnikko – Cheerleader
[Análise do álbum “Weedkiller”]

95. Nation of Language – Weak in Your Light
>>> MEO Kalorama

94. Janelle Monáe – Float (ft. Seun Kuti and Egypt 80)
[Análise do álbum “The Age of Pleasure”]

93. Fifty Fifty – Cupid

92. The Kills – New York
[Análise do álbum “God Games”]
>>> MEO Kalorama

91. Romy – She’s on My Mind
[Análise do álbum “Mid Air”]

90. Jessie Ware – Free Yourself
[Análise do álbum “That! Feels Good!”]
>>> NOS Alive

89. Zach Bryan – I Remember Everything (ft. Kacey Musgraves)

88. Róisín Murphy – Coocool
[Análise do álbum “Hit Parade”]

87. LE SSERAFIM – UNFORGIVEN

86. Squid – Swing (In A Dream)
[Análise do álbum “O Monolith”]

85. Peggy Gou – (It Goes Like) Nanana
>>> MEO Kalorama

84. Shamir – Oversized Sweater
[Análise do álbum “Homo Anxietatem”]

83. The National – The Alcott (ft. Taylor Swift)
[Análise do álbum “First Two Pages of Frankenstein”]
>>> Primavera Sound

82. Mandy, Indiana – Pinking Shears
>>> Primavera Sound

81. You Me At Six – No Future? Yeah Right (ft. Rou Reynolds)
[Análise do álbum “Truth Decay”]

80. Tyla – Water

79. Arlo Parks – Weightles
[Análise do álbum “My Soft Machine”]

78. Hitsujibungaku – More Than Words

77. Slowdive – kisses
>>> Vodafone Paredes de Coura

76. Indigo De Souza – Smog
[Análise do álbum “All of This Will End”]

75. Feist – Hiding Out In The Open
[Análise do álbum “Multitudes”]

74. Margo Price – County Road
[Análise do álbum “Strays”]

73. Raye – Ice Cream Man
[Análise do álbum “My 21st Century Blues”]

72. Laufey – From The Start
[Análise do álbum “Bewitched”]

71. Paris Texas – TenTHIRTYseven
[Análise do álbum “Mid Air”]

70. The Hives – Bogus Operandi

69. Pangaea – Installation

68. Black Belt Eagle Scout – My Blood Runs Through This Land
[Análise do álbum “The Land, the Water, the Sky”]

67. Bad Bunny – WHERE SHE GOES
[Análise do álbum “Nadie Sabe Lo Que Va a Pasar Mañana”]

66. Q – LUV (I KNOW I WANT THIS FOR REAL)

65. Bombay Bicycle Club – Diving (ft. Holly Humberstone)
[Análise do álbum “My Big Day”]

64. The Beaches – Blame Brett

63. Troye Sivan – Rush
[Análise do álbum “Something to Give Each Other”]

62. Yaeji – For Granted
[Análise do álbum “With A Hammer”]

61. Rosalía and Rauw Alejandro – Beso

60. PJ Harvey – I Inside the Old I Dying
[Análise do álbum “I Inside the Old Year Dying”]
>>> Primavera Sound

59. Margaret Glaspy – Act Natural
[Análise do álbum “Echo The Diamond”]

58. Flo – Fly Girl (ft. Missy Elliott)

57. U.S. Girls – Tux (Your Body Fills Me, Boo)
[Análise do álbum “Bless This Mess”]

56. Bring Me The Horizon – LosT

55. Jenny Lewis – Psychos

54. (G)I-DLE – Queencard

53. Jim Legxacy – eye tell (!)

52. Bully – Days Move Slow
[Análise do álbum “Lucky For You”]

51. James Blake – Tell Me
[Análise do álbum “Playing Robots Into Heaven”]

50. Kali Uchis – Moonlight
[Análise do álbum “Red Moon In Venus”]

49. XG – Shooting Star

48. Victoria Monét – On My Mama
[Análise do álbum “Jaguar II”]

47. Blur – The Narcissist
[Análise do álbum “The Ballad of Darren”]

46. Fall Out Boy – Heartbreak Feels So Good
[Análise do álbum “So Much (For) Stardust”]

45. Amaarae – Reckless & Sweet
[Análise do álbum “Fountain Baby”]

44. Genesis Owusu – Leaving the Light
[Análise do álbum “Struggler”]

43. Mahalia – Terms and Conditions
[Análise do álbum “IRL”]

42. Skrillex, Fred again.., and Flowdan – Rumble
[Análise do álbum “Quest for Fire”]

41. Baby Keem and Kendrick Lamar – The Hillbillies

40. Blondshell – Olympus
[Análise do álbum “Blondshell”]

39. Sofia Kourtesis – How Music Makes You Feel Better
[Análise do álbum “Madres”]

38. ANOHNI and the Johnsons – It Must Change
[Análise do álbum “My Back Was a Bridge for You to Cross”]

37. Billie Eilish – What Was I Made for?

36. Soccer Mommy – Soak Up The Sun

35. Hannah Jadagu – Warning Sign
[Análise do álbum “Aperture”]

34. V – Love Me Again

33. Slow Pulp – Slugs
[Análise do álbum “Yard”]

32. BABYMETAL – METAL KINGDOM

31. billy woods & Kenny Segal – Facetime (ft. Samuel T. Hearing)
[Análise do álbum “Maps”]
>>> Primavera Sound

30 .Young Fathers – Rice
[Análise do álbum “Heavy Heavy”]

29. Ratboys – Morning Zoo
[Análise do álbum “The Window”]

28. PinkPantheress – Boy’s a liar Pt. 2 (ft. Ice Spice)
[Análise do álbum “Heaven Knows”]

27. Sampha – Spirit 2.0
[Análise do álbum “LAHAI”]

26. Fever Ray – Shiver
[Análise do álbum “Radical Romantics”]

25. Overmono – Good Lies
[Análise do álbum “Good Lies (Single)”]
>>> MEO Kalorama

24. CHAI – MATCHA
[Análise do álbum “CHAI”]

23. Paramore – Running Out of Time
[Análise do álbum “This Is Why”]
>>> The Eras Tour

22. 100 gecs – Hollywood Baby
[Análise do álbum “10,000 gecs”]

21. Noname – namesake
[Análise do álbum “Sundial”]

20. Big Thief – Vampire Empire

19. Fred Again.. & Baby Keem – leavemealone

18. Foo Fighters – Under You
[Análise do álbum “But Here We Are”]

17. Taylor Swift – Is It Over Now? (Taylor’s Version)
>>> The Eras Tour

16. Yves Tumor – Ebony Eye
[Análise do álbum “Praise a Lord Who Chews but Which Does Not Consume; (Or Simply, Hot Between Worlds)”]

15. The Murder Capital – Return My Head
[Análise do álbum “Gigi’s Recovery”]

14. Julie Byrne – Summer Glass
[Análise do álbum “The Greater Wings”]
>>> Primavera Sound

13. Nourished by Time – Daddy

12. Wednesday – Chosen to Deserve
[Análise do álbum “Rat Saw God”]
>>> Vodafone Paredes de Coura

11. Mannequin Pussy – I Got Heaven
>>> Primavera Sound

10. yeule – Sulky Baby

yeule photo credit Neil Krug
[Análise do álbum “Softscars”]

Em dois anos, Yeule desabrochou a uma velocidade surpreendente, com dois álbuns singulares. Neste novo álbum temos acesso à perspetiva da artista em relação à transição para a vida adulta.

“Sulky Baby” é uma conversa de Yeule, com a criança inocente que foi no passado, na qual desabafa sobre o conflito e inseguranças que a assombram com o facto de estar a crescer. Acabamos por perceber que é a projeção da criança que foi, que a desencoraja de baixar os braços e desistir. A melodia é nostálgica e contemplativa, acrescentando sentido à mensagem contida na letra.

9. Sufjan Stevens – Will Anybody Ever Love Me?

Sufjan Stevens
[Análise do álbum “Javelin”]

Sufjan Stevens nunca produz música inconsequente, e neste álbum, que resultou do sentimento de perda e luto que assombram o artista, por ter perdido o seu parceiro e amigo em abril passado, mantém essa máxima. O resultado é devastador e impressionante em simultâneo, de tão triste que é.

“Will Anybody Ever Love Me?” é tão honesta e vulnerável que aperta o coração só de ouvir. A instrumentalização só adiciona uma camada agridoce à já sensacional escrita. Sufjan Stevens é um verdadeiro alquimista na hora de criar peças musicais sobre a sua vida, um dos tesouros mais bem guardados da história da música.

8. XG – Left Right

XG

Naturais do Japão, as XG (abreviado de Xtraordinary Girls) estão a tomar o K-Pop de assalto e afirmar-se como a melhor banda do momento, tal é o talento e relação de simbiose que existe no seio da banda – coisa que bandas normais levam décadas a conquistar.

Este ano foi repleto de hits (inclusive uma música de natal, “Winter Without You”), mas é a nostalgia transmitida com “Left Right” que mais se destaca. A fórmula não é nova, mas a forma como é empregue é exímia. As XG estudaram bem a lição sobre o que de bom foi produzido no anos 90/00 nos Estados Unidos e fizeram algo tão melhor… que parece mentira. Para mim, as “Xtraordinary Girls” são a banda mais underrated de 2023 e uma das melhores surpresas.

7. Caroline Polachek – Pretty In Possible

Caroline polachek
[Análise do álbum “Desire, I Want to Turn Into You”]

Impressionante como Caroline Polachek está há três anos a lançar hits globais e todos eles fazem parte do mesmo álbum, lançado este ano. Isto deve ser algum tipo de recorde.

Sobre “Pretty In Possible”, é só mais uma prenda vocal de uma artista que não pára de “dar” e que cujo talento ainda não conheceu um limite. A escrita é inventiva e algo metafórica, mas quando desdobrada, há muito uma imensidão de conteúdo por onde pegar. Nesta faixa mergulhamos nos pensamentos e sentimentos de Polachek, dos quais a artista ressalva a importância de acreditar em nós e, sobretudo, conectarmos-nos com os outros.

6. Olivia Rodrigo – Vampire

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[Análise do álbum “GUTS”]
>>> GUTS World Tour

Olivia Rodrigo deixou este ano a adolescência e, apesar de muito do que tem para contar não nos ser estranho ou novidade, é a forma como conta que a tornam tão notável e este álbum tão singular. Ainda que seja uma das artistas mais famosas do mundo, isso pouco ou nada me diz, desde que haja qualidade – e, de facto, há!

Este é um dos principais singles do álbum, no qual a artista desabafa sobre um episódio da sua vida, usando uma metáfora que ilustra a vida que lhe foi sugada por alguém com quem teve uma relação, através de mentiras, deixando-a impotente e devastada. O que distingue “Vampire” é, essencialmente, a emoção que Rodrigo coloca na sua abordagem.

5. McKinley Dixon – Beloved! Paradise! Jazz!?

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[Análise do álbum “Beloved! Paradise! Jazz!?”]

Ao fim de alguns anos, McKinley Dixon conseguiu a produção que faz justiça ao seu talento, num álbum muito pessoal e íntimo. A faixa “Beloved! Paradise! Jazz?!” assenta sobre o desfecho da história que o artista decidiu contar neste álbum e é uma delícia musical com um grau de complexidade e profundidade que diz muito sobre a personalidade do artista.

Nesta faixa, que fecha um álbum sobre problemas familiares, Dixon carrega uma aura repleta de confiança e auto-descoberta, acompanhada de uma abordagem musical de derreter o coração.

4. boygenius – Not Strong Enough

boygenius
[Análise do álbum “The Record”]

Se existe um grupo de avengers no mundo da música, atualmente, o seu nome é boygenius. Neste regresso tão aguardado, depois de alguns anos a trabalhar em projetos a solo, Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker sacaram um coelho da cartola, com um álbum excelente. Desse álbum sairam inúmeras faixas que vão ficar para a história, mas “Not Strong Enough” leva a taça.

O conceito da música é atual e a paixão colocada na abordagem torna-a mais especial. “Not Strong Enough” espelha o tormento que é a frustração que nasce da incerteza e insegurança. Já no fim da música há a realização de que é natural existirem estas dúvidas, e é essencial estar-se ciente de que não somos, nem temos de ser perfeitos.

3. Lana Del Rey – A&W

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[Análise do álbum “Did you know that there’s a tunnel under Ocean Blvd”]
>>> Primavera Sound

Se há uma artista que não falha em entregar pelo menos um hit por álbum, é Lana Del Rey. “A&W” (abreviação para American Whore) é um discurso retórico de 7 minutos dividido em duas partes, no qual Lana narra a sua história do inicio ao fim, sem filtros.

Esta história começa com uma alusão à inocência da sua infância, com coisas simples que, naturalmente, deixou de fazer, com objetivo de colocar mais impacto no que aconteceu depois. Assim, rapidamente se torna numa descrição gráfica e visceral onde fala sobre o seu vício em sexo, a fama aliada a isso e as consequências que dela advêm, principalmente do forro psicológico, numa das letras mais pesadas do ano.

2. NewJeans – Super Shy

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Esta nova geração de ídolos, para além da diversidade musical, está carregada de talentos ímpar. Dentro desses talentos emergentes estão as adoráveis NewJeans. Apesar de serem extremamente jovens, têm uma abordagem muito própria e uma atitude vincada e isso fez-se notar. 2023 foi um ano de explosão (segundo EP “Get Up”, Lollapalooza Chicago e abertura do mundial League of Legends, por exemplo), mas foi com “Super Shy” que atingiram o auge – com videoclip gravado em Lisboa.

A temática prende-se com o facto de se começarem a sentir mais sociáveis e confortáveis com as suas paixonetas, em contraste com o facto de serem tímidas. Bate certo com a fase das suas vidas, mas é a composição e texturas sonoras de um dance-pop leve e relaxado que tornam “Super Shy” num sucesso imediato, com uma das coreografias mais icónicas do ano.

1. Mitski – My Love Mine All Mine

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[Análise do álbum “The Land Is Inhospitable and So Are We”]
>>> Primavera Sound

“My Love Mine All Mine” é prova de que uma obra-prima não exige tempo de rodagem e sim fazer o tempo no qual uma história ou visão é passada valer a pena. Mitski não só conseguiu um dos melhores álbuns do ano, que se tornou um clássico instantâneo, como ainda lançou a música mais sensacional de 2023.

Esta música assenta num grande momento de introspeção da artista sobre o que significa existir e o que é realmente nosso. Após reflexão, surgiu a realização de que, depois de partir, não ia levar nada com ela, nem mesmo o amor que sente e ama sentir. Em contrapartida, concluiu que pode deixar esse amor que sente sob a forma de uma canção, dando origem a “My Love Mine All Mine”.

Para além de um trabalho de escrita soberbo, a produção desta canção surge envolta numa nostalgia e melancolia que não só a tornam mais especial, como a tornam intemporal. Mitski conseguiu, o seu amor será eterno.

Playlist das 100 melhores músicas no Spotify

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