Seguindo a tradição que comecei no ano passado de revisitar o que se ouvia há 10 anos, eis as 100 músicas que marcaram o ano de 2013.
Comecei a fazer estas seleções musicais ainda em tenra idade (20 aninhos) com o top 50 de 2012. Foi um ano chave para mim, uma vez que encontrei um hobby na música, e muito do que sou hoje deve-se a essa pequena decisão, da qual saiu pouco retorno para além do enriquecimento cultural, meu e dos que me rodeavam e tinha interesse em ouvir o que tinha para mostrar – o que me manteve motivado.
Esta seleção das 50 melhores músicas anuais continuou a ser feita até 2018, ano que que senti que 50 era pouco para a quantidade e qualidade do que ouvia, que cresceu exponencialmente num espaço de seis anos. Passaram a ser 100 as músicas escolhidas e fez todo o sentido, daí ter decidido iniciar esta revisão das minhas seleções mais antigas.
Este ano, pela ordem de ideias, revistei a seleção que o Diogo de 2013 elaborou e 42 das 50 músicas transitaram para esta nova seleção, o que é admirável. Se dezembro continua a ser um dos meus meses preferidos do ano, é muito por este “recapitular” que faço sozinho, na minha paz. E o que tenho a dizer sobre 2013? Um ano épico.
Tivemos a estreia de uma jovem adolescente que mexeu com a indústria… falo, pois, de Lorde. A par com ela tivemos o primeiro álbum de artistas como Disclosure, Ariana Grande, Haim, A$AP Rocky, Charli XCX, The 1975 e CHVRCHES. Quem diria que iriam estar onde estão hoje? Props para a turma de 2013!
Este foi também um ano de afirmação para muitos artistas que lançaram álbuns fantásticos. Falo de Kanye West com Yeezus, do álbum de Beyoncé em nome próprio, de Random Access Memories dos Daft Punk, de AM dos Arctic Monkeys, de Reflektor dos Arcade Fire, de Nothing Was The Same de Drake, de Trouble Will Find Me dos The National, Sempiternal dos Bring Me The Horizon e, também, de Modern Vampires of the City dos Vampire Weekend.
Foi também um ano de hits, mas não vou fazer a desfeita de estragar a surpresa e deixar-vos redescobri-los.
A propósito, podem encontrar o link para a playlist no Spotify no fim do artigo.
100. The Strokes – Call It Fate, Call It Karma
99. The 1975 – Chocolate
98. Edward Sharpe and The Magnetic Zeros – Better Days
97. Sleigh Bells – Bitter Rivals
96. Washed Out – It All Feels Right
95. Bastille – Pompeii
94. Stormae – Papaoutai
93. Cold War Kids – Miracle Mile
92. Empire of the Sun – Alive
91. Rudimental – Waiting All Night (ft. Ella Eyre)
90. Ra Ra Riot – Beta Love
89. Robin Thicke – Blurred Lines (ft. T.I. and Pharrell)
88. Katy Perry – Dark Horse (ft. Juicy J)
87. Atoms For Peace – Default
86. Mariah Carey – #Beautiful (ft. Miguel)
85. Sky Ferreira – I Blame Myself
84. Jay-Z – Holy Grail (ft. Justin Timberlake)
83. Pearl Jam – Sirens
82. Nick Cave and The Bad Seeds – We No Who U R
81. Crystal Fighters – LA Calling
80. M.I.A. – Bring The Noize
79. Kacey Musgraves – Follow Your Arrow
78. Temples – Shelter Song
77. Woodkid – Iron
76. Chance The Rapper – Cocoa Butter Kisses (ft. Vic Mensa & Twista)
75. MØ – Waste of Time
74. Tegan & Sara – Closer
73. Birdy – Wings
72. Neko Case – Man
71. Disclosure – When a Fire Starts to Burn
70. Telegram – Follow
69. Thundercat – Heartbreaks + Setbacks
68. Kings of Leon – Supersoaker
67. Laura Marling – Master Hunter
66. Panic! At The Disco – This Is Gospel
65. Duke Dumont – Need U (100%) (ft. AME)
64. Daft Punk – Instant Crush (ft. Julian Casablancas)
63. Mac Miller – Objects In The Mirror
62. Speedy Ortiz – No Below
61. Eminem – Rap God
60. Courtney Barnett – Avant Gardener
59. CocoRosie – Tears For Animals (ft. Antony Hegarty)
58. Volcano Choir – Byegone
57. ScHoolboy Q – Man of the Year
56. Kanye West – Blood On The Leaves
55. Portugal. The Man – Modern Jesus
54. Kings of Leon – Wait For Me
53. Ariana Grande – The Way (ft. Mac Miller)
52. Cults – Always Forever
51. Bring Me The Horizon – Sleepwalking
50. Drake – Too Much (ft. Sampha)
49. Miley Cyrus – Wrecking Ball
48. Pusha T – Numbers on the Boards
47. Cage the Elephant – Come a Little Closer
46. Paramore – Still Into You
45. Jon Hopkins – Open Eye Signal
44. Haim – The Wire
43. Beyoncé – Blue (ft. Blue Ivy)
42. Blood Orange – You’re Not Good Enough (ft. Samantha Urbani)
41. Chance The Rapper – Good Ass Intro
40. The War On Drugs – Red Eye
39. Lorde – Team
38. Foals – My Number
37. A$AP Rocky – Fashion Killa
36. The Neighbourhood – Sweater Weather
35. Vampire Weekend – Ya Hey
34. Kurt Vile – Wakin on a Pretty Day
33. Ciara – Body Party
32. J. Cole – Power Trip (ft. Miguel)
31. Phoenix – Entertainment
30. Big Sean – Control (ft. Kendrick Lamar & Jay Electronica)
29. Portugal. The Man – Purple Yellow Red and Blue
28. Justin Timberlake – Mirrors
27. Disclosure – White Noise (ft. AlunaGeorge)
26. Parquet Courts – Stoned and Starving
25. Waxahatchee – Swan Dive
24. Janelle Monáe – Primetime (ft. Miguel)
23. Daft Punk – Get Lucky (ft. Pharrell)
22. Nick Cave & the Bad Seeds – Jubilee Street
21. Childish Gambino – 3005
20. Kanye West – New Slaves
19. Queens of the Stone Age – My God Is The Sun
18. Charli XCX – You (Ha Ha Ha)
17. Bring Me The Horizon – Can You Feel My Heart
16. Local Natives – You & I
15. Yeah Yeah Yeahs – Sacrilege
14. Lorde – Royals
13. Beyoncé – Drunk In Love (ft. Jay-Z)
12. Wolf Alice – Fluffy
11. The National – I Need My Girl
10. Arcade Fire – Reflektor
9. CHVRCHES – Recover
8. Vampire Weekend – Step
7. Rhye – Open
6. Phosphorescent – Song For Zula
5. Haim – Falling
4. Arctic Monkeys – Do I Wanna Know
3. James Blake – Retrograde
“Retrograde” é, talvez, a faixa mais James Blake do artista, como que a origem de tudo o que produziu a partir desse momento no tempo e espaço. Os seus vocais logo a abrir definem a atmosfera e o que se sucede é história. Uma produção sonora minimalista quase cósmica, mas que de simples pouco ou nada tem. Os arranjos eletrónicos criam uma simbiose subtil com a voz de Blake, carregada de emoção, enriquecendo a textura da música. No que toca a elementos sonoros, há uma progressão gradual, mas lógica, culminando no êxtase quando o artista canta “Suddenly I’m hit”.
A letra da canção, algo poética, gira em torno de uma introspeção à vulnerabilidade e solidão, através de pequenas metáforas que cortam sem repararmos, como de de uma inofensiva folha de papel se tratasse.
2. Drake – Hold On, We’re Going Home (ft. Majid Jordan)
A letra é extremamente romântica, mas nunca complicada, onde Drake fala sobre a vontade de voltar a casa para alguém que lhe é especial e ficar, independentemente do que aconteça.
Há musicas feitas para determinados artistas, tal como há artistas perfeitos para determinadas musicas. A dinâmica entre Drake e Hold On We’re Going Home é, ambos os casos, uma simbiose perfeita.
1. Kanye West – Black Skinhead
Dessa obra-prima saíram faixas sensacionais tais como “New Slaves”, “Blood on the Leaves” (ambas presentes nesta seleção), mas também “Bound 2”, “I Am a God”, “Hold My Liquor” e, pois claro, Black Skinhead.
Esta última foi revolucionária, muito pela sua sonoridade agressiva a um ritmo demoníaco, combinada com a intensidade dos vocais de Kanye West, que entoa as letras com intenção e garra. A produção por detrás da parte instrumental apoia-se bastante nos elementos de percursão que eletrizam e aceleram a batida, mas é a incorporação de guitarras distorcidas que dão o toque mais distinto à música, complementando-a na perfeição, energizando-a.
Kanye fez deste álbum uma exploração em tom de sátira a questões de raça, identidade e complexidade do mundo da fama. Ao longo de 10 faixas sensacionais, o artista abraça a sua identidade racial e expressa as suas frustrações. O que torna esta faixa singular é o facto da energia com que o faz, sem nunca perder assertividade, revolucionando o género, uma vez mais.