EA Sports FIFA 23

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EA Sports FIFA 23 sofreu uma reestruturação de modos, melhoramento de mecânicas e recebeu ainda novidades entusiasmantes.

Todos os anos a mesma conversa. A de que só muda o ano e não há nada de novo no FIFA, quando não é verdade… de todo! Nem sei bem como começar, então vou optar por lançar os tópicos a cru e depois pego em cada um deles: Hypermotion 2, AFC Richmond, Clubes de Futebol Feminino, Cross-play, Ultimate Team, Carreira de Treinador, Carreira de Jogador, Matchday Experience, Pro Clubs, Volta Futebol. Ufa!

Seguindo a máxima de “as senhoras primeiro”, há que dizer que o futebol feminino está com muito mais presença e começa a ganhar uma tração a sério em EA Sports FIFA 23. Desta vez, foram adicionadas duas ligas (para além das seleções) e já é possível jogar com equipas da Liga Inglesa e Francesa. Na hora de fazer jogo rápido, está mais fácil do que nunca alternar entre as equipas/seleções de futebol masculino e feminino, evitando perder tempo à procura de cada uma e até confundir ligas. Curiosamente, a classificação mais alta atribuída neste FIFA pertence a Alexia Putellas, a vencedora da última Bola de Ouro.

Sobre cross-play não há muito a dizer. Foi testado em FIFA 22 e, em FIFA 23, parece já funcionar sem problemas. A únicas restrição é estar bloqueado à geração de consolas em causa. Jogadores de PlayStation 4 e Xbox One poderão jogar entre si. Do outro lado, temos os jogadores de PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC e Google Stadia (R.I.P.). Os modos de jogo disponíveis são: Online Friendlies, FUT Play a Friend, FUT Online Friendlies, Online Seasons, FUT Rivals, FUT Champions e FUT Online Draft. O próximo passo? Pro Clubs!

O Ultimate Team nunca fez parte das minhas preferências, sendo que, até 2019, o que jogava mais era o modo de carreira como treinador. A partir de 2020, também por influência da pandemia, a malta estava toda por casa e começámos a jogar Pro Clubs, e assim tem sido. Este ano, o Ultimate Team conta com uma novidade fantástica que é o “Moments”, para single player. Este modo apresenta uma panóplia de momentos e, em cada um, há uma lista de desafios. Durante esses momentos somos colocados à prova e temos de completar todos os desafios antes do cronómetro chegar ao zero. Time Trials, no fundo. Caso o façam, recebem FUT Stars que podem ser trocadas por prémios. Existem momentos fixos e alguns temporizados (tais como o Rise of Mbappé e Klopp). Nos temporizados há requisitos que vos vão obrigar a procurar jogadores estranhos no mercado de transferências, que de certa forma também o vão dinamizar. Pessoalmente, apesar de não ser fã de UT, gostei da ideia dos “Moments” e acho que tem potencial. Para além disso, é porreiro para quando uma pessoa não está com muito tempo e, ainda assim, quer jogar FIFA.

Ainda no Ultimate Team, as linhas que definiam a química de equipa desapareceram, deixando de obrigar a construir um plantel com a posição do jogador em mente para conseguir a melhor química de equipa possível. À semelhança da realidade, esta mudança permite aos jogadores que jogam em partes opostas do campo manterem a química, independentemente de quem está entre eles, em posições mais centrais. Cada jogador em campo pode ter entre 0 e 3 pontos de química, mediante o país, liga e clube a quem pertence. E o treinador também ajuda a subir os pontos de química. Fica também mais fácil quando e onde é que a química vai subir/descer, através do painel à esquerda do plantel. Em relação às posições, cada jogador pode ter posições alternativas com base no que se verifica na vida real e, no jogo, também é possível alterar através de um consumível dedicado, tornando mais fácil montarem o plantel perfeito sem abdicar de ninguém.

Matchday Experience é uma daquelas coisas que não mudam o jogo em nada, mas que o tornam mais único, denso e autêntico. Uma das melhorias é o relvado, que sofre degradação com as ações dos jogadores, tais como cortes em carrinho ou celebrações a deslizar e tem “memória” dessas ações até ao final do jogo em causa. As sombras foram também melhoradas nos jogadores e na bola, dando uma melhor sensação de que ambos pertencem ao ambiente onde estão inseridos – prova disso é o resultado das fotos in-game que tirei (espalhadas por este artigo).

Este ano, o jogo começa antes da entrada para o campo, com a introdução de vídeos cinemáticos dos adeptos em volta do estádio e nas cidades em causa, em ambiente de festa, tal como algumas imagens dos preparativos dentro de campo e alguns clips de ações em jogo, para aguçar o apetite. Mistos entre homens e mulheres em equipas de arbitragem já se refletem no jogo, acompanhado a realidade. A diversidade de adeptos e celebrações também levou um grande upgrade, trazendo mais espetacularidade ao ambiente dentro do estádio. Outra coisa que traz espetacularidade também – à semelhança do que se verifica na vida real – são nas novas câmaras com profundidade, que captam e iluminam momentos de transição simples durante o jogo, como a preparação do pontapé de baliza, do lançamento de linha lateral ou do canto. Estas novas filmagens alargam-se à repetição dos golos, enaltecendo-os com ângulos de filmagem e a trajetória da bola, juntamente com algum tipo de informação estatística sobre o golo. E com os golos, melhorou também os visuais da interação da bola com a rede, chegando a um ponto de realismo e cor, textura, brilho e movimento sem igual.

Dentro dos modos de carreira, foi o modo de carreira enquanto jogador que recebeu as melhorias mais extremas. A primeira é a personalidade, cuja através de ações, permitem-nos definir o carácter do jogador que escolhermos, dentro e fora de campo. Essas ações podem contemplar como terminamos uma jogada, decisões na interação com a equipa pós-jogo ou simplesmente as decisões de compras e investimento que fazemos para além do futebol, com o salário que auferimos. As três personalidades possíveis são: “Maverick”, que basicamente está associada a um jogador que procura glória individual; “Virtuoso”, que se baseia na inteligência e decisões que podem definir o resultado dos jogos, baseadas em espontaneidade; e “Heartbeat”, a personalidade de quem lê o jogo um passo à frente dos adversários e lidera por exemplo. À medida que vamos desenvolvendo os três tipos de personalidade, que podem evoluir a par (trio é mais correto), vamos desbloqueando bossas em várias características associadas. Ainda não joguei muito este modo, mas quero investir algum tempo nele, neste FIFA, dado que estou curioso com a sua longevidade.

Comum a ambos os modos de carreira (jogador e treinador), são os highlights jogáveis, através da seleção de momentos de jogo específicos, que podem definir o seu resultado, quer a atacar, quer a defender. Para quem quer ter mais controlo sobre os acontecimentos de cada encontro sem ter de perder o tempo de jogar um jogo inteiro, esta é uma opção válida (embora prefira alternar entre a simulação e o jogo jogado mediante o rumo do mesmo).

Para além disso, foram adicionados momentos dinâmicos, onde podemos ver o resultado de determinadas ações e acontecimentos, que em edições passadas do jogo simplesmente não existiam. Sendo o primeiro ano, é normal haver alguma repetição, só mudando intervenientes, de qualquer das formas seria de valor dar a opção de desligar estes modos cinemáticos ou substituir o “hold to skip” por “tap to skip”.

Dentro das novidades, agora temos a avaliação da transferência após a sua conclusão que, embora ache a ideia boa, está mal concebida. Não vejo grande interesse em ter uma avaliação do negócio após terminá-lo só para nos informar se fomos uns génios ou uns nabos. Não há grande objetivo por detrás disto, e com isto quero dizer que não há nada que nos faça querer conseguir o melhor negócio possível. Faria mais sentido se com um mau negócio houvesse um feedback negativo por parte da direção (como a confiança que a direção coloca em nós) e com um bom negócio houvesse feedback positivo (um extra de fundos nesta época ou na seguinte após balanço).

Já no modo de carreira como treinador, foi anunciado que o AI das equipas adversárias foi melhorado para reagir melhor e mais rápido às nossas ações em campo, tornando a reação da equipa adversária mais lógica – mas ainda não tenho tempo de jogo suficiente para perceber como isto funciona. Agora, neste modo, à semelhança do modo de carreira como jogador, podemos escolher ser um treinador autêntico da lista de treinadores que o fim tem. Não é algo que me diga muito, porque sempre gostei de me ter como treinador, mas tem o seu interesse e é mais um extra para quem gosta mesmo de futebol.

Para mim, o ponto mais positivo das melhorias no modo de carreira é mesmo a reestruturação completa dos menus que faz deles mais simples, intuitivos e eficientes. Algo que me deixou desconetado do modo de carreira nas últimas duas edições do jogo foi o facto de terem introduzido uma panóplia de novidades sem ter a preocupação em proporcionar uma boa experiência a quem está a jogar, piorando este modo. Para além de obrigar a perder mais tempo nos menus, a experiência era aborrecida, porque certas funcionalidades encontravam-se ao fundo de um labirinto de teclas e direções, com transições pouco diretas. Este ano, a interface foi polida, o que melhorou em muito a experiência de navegação sem precisar de remover funcionalidades. Diria que, em FIFA 23, temos o melhor modo de carreira como treinador desde que o jogo existe. Até dá gosto.

Em relação ao Pro Clubs e ao Volta Football, este ano fazem parte da mesma secção e bate certo por um simples motivo: jogar num deles, ajuda na progressão no outro. Não sou de jogar Volta, por isso a mim não aquece nem arrefece, mas para quem joga ambos, é uma boa forma de manter os jogadores ativos em ambos os modos. Já no Pro Clubs, houve uma novidade de valor que estou certo que muitos jogadores vão gostar: poder fazer treinos equivalentes a 2000 de XP, todas as semanas. Basicamente é XP de graça e nós, no Pro Clubs, gostamos disso.

Apaixonados por futebol de todo o mundo, esta é para vocês: o AFC Richmond está no FIFA! Quem conhece a série Ted Lasso (sobre a qual escrevo anualmente), vai absolutamente adorar esta novidade. Quem não conhece, tem aqui um bom motivo para passar a conhecer. Até digo mais, se virem as duas temporadas e não gostarem, podem vir refilar comigo, que eu explico-vos o porquê desta série ser brilhante. O melhor dentro desta novidade é que nos permite usar a equipa e jogadores nos mais variados modos, inclusive os de carreira – coisa que estou a fazer.

Finalmente cheguei ao ponto que queria, o Hypermotion 2. No ano passado foi introduzido e trouxe 4000 animações ao jogo. Este ano o número sobe para 6000, através de dados recolhidos em dois jogos completos – inclusive um de futebol feminino. Estas 6000 animações com 9,2 milhões de frames, combinadas com o algoritmo de machine learning deste jogo, dão origem a uma panóplia de situações de jogo únicas e talhadas para cada momento e interação, fazendo deste um jogo de futebol cada vez mais aproximado da realidade.

Potenciado pelo Hypermotion 2, temos também uma jogabilidade muito diferente das edições anteriores do FIFA. Há menos fintas irrealistas ou remates impossíveis; Há menos movimentações desnaturadas ou transições sem sentido; Atacar exige mais perícia e inteligência, porque a defesa está mais realista; A defesa continua a ser algo que exige aprendizagem, mas após a dominar minimamente é muito mais fácil travar ataques fulminantes às três pancadas. Para aprender a defender, têm o trainer que foi completamente retrabalhado e agora é mais útil, nomeadamente a ensinar-nos o posicionamento defensivo.

Em suma, EA Sports FIFA 23 é a melhor edição por todos os fatores que enumerei e apresentei acima. Há 1001 novidades relevantes que trazem ânimo e qualidade de vida ao jogo. Todos os modos receberam atenção, uns mais que os outros, mas todos melhoraram consideravelmente. Já a jogabilidade e mecânicas de jogo são as mais fiéis ao futebol em si até à data, sem lhe roubar o brilho ou a diversão – é win-win!

As críticas vão sempre existir, porque no futebol nunca se consegue agradar a gregos e a troianos e ainda menos a quem joga Ultimate Team. Quando é irrealista critica-se por ser fácil demais, quando é realista critica-se por ser difícil demais. É um ciclo sem fim. Mas a verdade é que este é o FIFA mais realista até à data e continua proporcionar momentos de puro divertimento, onde a beleza do futebol é ímpar.

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Cópia para análise (versão PlayStation 5) cedida pela Electronic Arts.

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