Crítica – My Spy (O Meu Espião)

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My Spy é exatamente aquilo que pretende ser e contém os quatro adjetivos mais comuns neste tipo de filmes: cheesy, previsível, clichê e formulaico.

My Spy

JJ (Dave Bautista) é um experiente agente da CIA que, depois de uma missão enquanto infiltrado, se vê despromovido e controlado por Sophie (Chloe Coleman), uma miúda de nove anos. Sophie descobre o disfarce de JJ e consegue convencê-lo a ensiná-la a ser uma espia, em troca de não o denunciar. Apesar da sua resistência, JJ descobre que não é um adversário à altura do encanto e da inteligência de Sophie.

Um dos filmes mais adiados da história, My Spy, estreia hoje em Portugal. Quando um filme é adiado com tanta frequência, normalmente é porque teve problemas de produção: mudança de estúdio, substituição do elenco e/ou da equipa técnica, algo que afete o filme com reshoots, novas edições e sabe-se lá o que mais. Também costuma servir de indicação de que a obra pode não ser propriamente boa. Por que se mudaria um filme se não tivesse falhas significativas? Assim, não tinha grandes expetativas para o que parecia ser um filme genérico de ação-comédia protagonizado por Dave Bautista, que adoro ver interpretar Drax (Guardians of the Galaxy), mas sobre quem não tinha certezas se conseguia carregar um filme como figura principal.

My Spy é surpreendentemente decente. Não entendo as razões de tanta mudança de data. É um filme relativamente inocente e inofensivo com duas prestações principais fantásticas. Dave Bautista prova que consegue lidar com o facto de ser o protagonista de um filme. Demorou alguns minutos para me convencer da sua performance, mas vai sendo cada vez melhor com o passar do tempo. No entanto, Chloe Coleman rouba os holofotes como a jovem de quem Bautista precisa de cuidar. Com apenas onze anos, tem mais alcance emocional e timing cómico do que muitos atores adultos. Excelente interpretação e uma química muito boa entre os dois!

Parisa Fitz-Henley também entrega uma boa prestação como a mãe de Sophie, Kate, ao passo que Kristen Schaal tem algumas dificuldades em manter-se engraçada sem se tornar irritante ao retratar a parceira de JJ, Bobbi. As relações entre as personagens desenvolvem-se de forma formulaica e clichê. Não existem surpresas durante todo o tempo de execução, tanto a nível de personagem como da narrativa, mas isto não significa que o espetador não se possa divertir com o que o realizador Peter Segal acaba por entregar.

My Spy

Faz soltar alguns risos ocasionalmente, brinca com alguns estereótipos de filmes de ação e não dura mais tempo do que o necessário. Possui um ritmo rápido e algumas sequências de ação entusiasmantes, por isso, tem todos os ingredientes para ser um filme divertido e repleto de entretenimento. No entanto, está longe de ser inovador ou especial. Todas as personagens são recicladas das milhares interpretadas noutros filmes, todos os pontos de enredo são simplesmente mais uma versão de algo repetido ao longo da história do cinema e, tecnicamente, é tão genérico quanto poderia ser.

No geral, estava pronto para dar uma nota positiva… mas o filme ou não consegue fechar uma questão sobre os “amigos” de escola de Sophie ou assume que ficou tudo bem e que não tem grande importância. Bullying é um assunto extremamente sério e existem muitas crianças com dificuldades em encaixar-se e fazer amigos de verdade. Não vou spoilar o que os argumentistas fazem com este lado da vida de Sophie, mas, honestamente, não enviam uma mensagem agradável para os espetadores mais jovens e os seus pais. Escolho acreditar que se esqueceram de atar este nó…

My Spy é exatamente aquilo que pretende ser e contém os quatro adjetivos mais comuns neste tipo de filmes: cheesy, previsível, clichê e formulaico. Apesar de não trazer nada de remotamente único para o reino do cinema, continua a ser divertido de se assistir numa tarde de domingo. Com duas prestações excecionais por parte de Dave Bautista e Chloe Coleman, Peter Segal entrega um filme inofensivo de ação-comédia que não se leva demasiado a sério.

Possui algumas cenas engraçadas e cheias de entretenimento, mas está longe de ser uma excelente peça cinematográfica. Erich Hoeber e Jon Hoeber não são propriamente conhecidos por serem criativos e imaginativos, por isso, é uma questão de não colocar expetativas altas e apreciar o filme pelo que este é. A razão pela qual não dou uma nota positiva deve-se à incapacidade em fechar um assunto impactante do arco de personagem de Coleman, que envia a mensagem errada para todos aqueles (crianças e pais) que passam pela mesma situação. Recomendo na mesma como um filme divertido para assistir em casa com amigos e/ou família. Apenas não esperem muito do mesmo.

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