BARK. Projeto de bioparque da Barquinha não passa de uma miragem?

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Apesar de terem sido apresentados projetos de arquitetura no ano passado, não terá sido provada a capacidade financeira para a execução do projeto.

Estávamos a 15 de fevereiro de 2019. Era então apresentado, em Assembleia Municipal da Vila Nova da Barquinha, o BARK, projeto de bioparque idealizado por João Paulo Rodrigues, que pretendia recriar ao máximo o habitat natural dos animais, privilegiando sempre o seu bem estar.

Idealizado para nascer a norte do centro empresarial de Vila Nova da Barquinha, na fronteira com o concelho de Tomar, previa-se que o BARK pudesse albergar 260 espécies de animais, metade delas em via de extinção, com potencial para chegar às três mil espécies. O objetivo principal do projeto seria a conservação e reprodução de espécies em vias de extinção, sendo que os animais seriam distribuídos por 43 hectares de terreno, dividido em quatro habitats, representando quatro diferentes regiões mundiais: arquipélago indonésio, pantanal, Peneda-Gerês e savana africana.

Para além do Bioparque, o projeto incluía ainda um hotel de quatro estrelas com 130 quartos, um restaurante com 300 lugares sentados, um estacionamento com cerca de 400 lugares, uma clínica veterinária e um centro pedagógico. Previa-se também a criação de 150 postos de trabalho diretos e meta de meio milhão de visitantes no primeiro ano de abertura. Um projeto megalómano, portanto.

Curiosamente, e apesar de falarmos de uma região do Médio Tejo, a promotora do projeto, a Olifantes & Nature, “apenas” previa um investimento de 70 milhões de euros para a abertura do BARK. Escusado será dizer, e com uma pandemia pelo meio, que nada foi até então construído, mesmo tendo em conta que este projeto foi classificado como Projeto Empresarial de Interesse Municipal.

Cinco anos depois, não há qualquer vestígio de evolução do projeto. Não passa, portanto, alegadamente, de uma miragem. E há, até, quem compare este BARK a outro projeto que deu muito que falar, o Galaxy Park, que também nunca saiu do papel.

A última vez que soubemos publicamente de informações relacionadas com o BARK foi em setembro passado, após João Paulo Rodrigues ter apresentado os projetos de arquitetura. Mas projetos não passam disso mesmo, meros esboços que, caso não provem capacidade financeira para passar do papel à realidade, não passam de ideias/sonhos.

Neste caso, não se sabe ao certo se foi apresentada essa capacidade financeira para a execução do projeto, mas é bem provável que não, uma vez que nada mais foi adiantado sobre o projeto – além de que os custos teriam escalado imenso devido à inflação. Ou seja, espera-se que, mais dia menos dia, a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha aproveite o terreno para alargar a atual zona industrial.

O site oficial está desativado, pelo que restam as redes sociais do BARK, que não apresentam publicações desde 2022. No entanto, e já depois de publicarmos este artigo, fontes relacionadas com o processo referiram ao Echo Boomer que o projeto está de pé, que um investidor privado (estrangeiro) vai avançar com o financiamento necessário e que, inclusive, as obras irão arrancar este ano. Cá estaremos para comprovar isso mesmo.

Até lá, e quem quiser ler mais sobre o projeto, pode consultar os diversos documentos disponibilizados para consulta pública.

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