Análise – Thrustmaster T248

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Dentro do leque de sets de condução acessíveis ao consumir comum, o Thrustmaster T248 é um upgrade fantástico.

Quem está familiarizado com o mercado de sets de condução, sabe que na gama mais acessível para o consumidor comum, a Thrustmaster e a Logitech são duas grandes marcas de referência, garantindo uma ótima conjugação entre qualidade e preço.

Comparando preços das gamas, diria que o Thrustmaster T248 surge como um substituto do modelo T150. Contudo, a avaliar pela qualidade deste novo modelo, pode-se dizer que arranha os calcanhares ao T300. A ideia passará mesmo por ser o produto de referência para pessoal principiante nos simuladores de condução (que representa sensivelmente 80% do mercado) e roubar terreno à marca rival.

As novidades são muitas, entre as quais temos Thrustmaster Hybrid Drive (T-HD), Thrustmaster Race Cash (T-RDD), Thrustmaster 3 Pedal Magnetic (T3PM), Thrustmaster Magnetic Paddle (T-MP) e uma interface redesenhada.

A primeira coisa que me saltou à vista mal tirei o volante da caixa foi o peso reduzido e o tamanho da caixa onde a “magia” acontece, que é relativamente compacta. O volante em si, a meu ver, mais do que a beleza do design, ganha muito pelo posicionamento dos botões. Quando jogo Fórmula 1, com o Logitech G29 não há nenhum botão ideal para associar ao DRS e Overtake (ERS), dado que é sempre preciso movimentar a mão para conseguir chegar aos botões mais perto. Já no Thrustmaster T248, os R2/L2 não só estão extremamente bem posicionados (ao ponto de só ser preciso mexer o polegar), como têm uma área de contacto melhor.

Em torno do volante há uma camada de esponja mole revestida em pele, o que faz com que haja conforto, ainda que o atrito com as mãos não seja extremo. Os restantes materiais são todos de plástico, o que à partida não parece trazer a mesma fiabilidade do metal, mas posso garantir que é plástico duro e robusto (resta esperar para ver como se comporta a longo prazo). Um pormenor interessante é ter uma banda de velcro em baixo para manter todo os cabos unidos e a ligação USB é Type-C.

A minha única crítica ao volante está relacionada com as patilhas de mudança de velocidades (T-MP), que são anormalmente barulhentas. Ainda que tenham um ótimo tempo de resposta (30ms), graças à tecnologia baseada num sistema de mola magnética, que garante total ausência de fricção, continuo a achar o barulho excessivo. Se jogarem com headphones, esse barulho passa despercebido, mas caso não o façam, até se habituarem vai ser um processo algo irritante.

O volante T248 apresenta características normalmente associadas a produtos topo de gama, entre as quais chaves codificadoras personalizáveis e um ecrã digital (T-RDD) que pode ser usado para fazer a configuração avançada do volante, tal como ajustar o force feedback, rotação do volante e até configurar os pedais ou fornecer dados de telemetria em tempo real da corrida, tais como alavanca de velocidade, velocidade instantânea, RPM’s, posição atual, número de voltas e melhor tempo da última volta, da volta atual e da melhor volta.

No force feedback híbrido (T-HD), ajustável através do volante, combina um sistema de transmissão de correias e engrenagens com a leitura ótica da posição do volante. Existem três perfis de Force Feedback distintos, cujos comportamentos pode ser consultados no livro de instruções, representados através de um gráfico que conjuga a força exigida pelo jogo com a força dada pelo volante. O perfil base é representado por uma linha reta 100% proporcional ao solicitado pelo jogo, já os outros dois têm curvas de resistência que aumentam o feedback na zona intermediária, dando uma sensação de estrada mais polposa.

Quando comparado com o Thrustmaster T150, este volante é 70% mais poderoso, devido ao débito constante de corrente de 48w – 96w peak. O force feedback está otimizado para três configurações distintas (referidas anteriormente), ajudando a sentir as imperfeições e saliências na pista, o ataque às curvas é mais sensacional e a transferência de peso está realista. Só há o senão dos jogos de rali, que exigem correções de direção rápidas, onde ainda se nota um ligeiro delay do force feedback a voltar ao estado original, o que pode ser uma dificuldade para pessoas que não tenham muita perícia de condução.

Juntamente com o volante segue a base de pedais (3TPM). Essa base é sólida e tem um bom grip na zona de pousar o calcanhar. É composta maioritariamente por plástico, mas os pedais são em metal, mais largos que os do modelo anterior (T3PA), o que faz com que a base seja 20% mais pesada. Na parte inferior da base há quatro borrachas para dar alguma aderência quando se joga com a base no chão, mas considero que não seja suficiente, daí sugerir que tenham a base encostada a alguma coisa que a impeça de deslizar. Para além disso, há quatro furos roscados para montar numa estrutura própria. No entanto, aviso já que não é uma configuração universal, visto que tenho um dos Playseat’s mais genéricos e só dá para apertar em dois desses furos, o que não garante estabilidade total.

Os sensores magnéticos na base dos pedais com efeito mola magnética (tecnologia H.E.A.R.T.) proporcionam um efeito mais progressivo que o normal. Esta mudança é um grande passo comparativamente com pedais que usam os reóstatos, como o T3PA ou os pedais do G29, que ficam um nível atrás dos 3TPM.

As superfícies metálicas dos três pedais têm posição personalizável (chave sextavada incluída) e o pedal do travão tem quatro configurações possíveis para a força de pressão. Pressão essa que pode ir até 200Kg (o dobro do T3PA), que se assemelha a pressão real de um carro GT. Todavia, dessas configurações, só é aconselhável que recorram às duas mais “duras” caso tenham estrutura, visto que exigem mais pressão, logo convém os pedais estarem fixados. Para alterarem entre configurações, é preciso fazer alterações mecânicas no pedal do travão (incluindo troca de mola), por isso sugiro que recorram ao livro de instruções da primeira vez que o fizerem.

Em relação aos dois outros pedais, são ambos mais suaves e dão uma ótima sensação. É ainda importante deixar um apontamento para o cabo dos pedais, que sai pela lateral, sendo muito mais funcional e prático.

Avançando para as conclusões, o Thrustmaster T248 tem melhor qualidade de materiais, melhor design e é mais poderoso e robusto quando comparado com o T150, apesar da ausência de componentes metálicos. Também é superior ao G29 da Logitech, principalmente no posicionamento dos botões e tempo de resposta. Depois, o facto de todo o software e definições serem manipuláveis através do volante é uma vantagem abismal, permitindo uma experiência mais personalizada.

Os três perfis de Force feedback dão uma sensação de controlo total do carro, sendo que é mais sensacional em jogos de corridas de carros mais velozes em pista de alcatrão (F1 2021, Gran Turismo ou Nascar) devido a não haver necessidade de reações tão bruscas, como nos jogos de rali. Ainda assim, após algumas horas a jogar WRC 10, não tenho dúvidas que a correção de direção seja mais natural com este volante do que com outros volantes da mesma gama.

Thrustmaster T248

Resumindo, o Thrustmaster T248 não é, de todo, para jogadores hardcore, mas é um bom investimento para primeiro volante ou para iniciantes. Há boa relação qualidade-preço (fixado em 349,99€), é compacto, robusto, com uma engenharia já de alguma complexidade, extremamente personalizável no que toca a funções, dotado de um óptimo force feedback e tem um mostrador com imensas opções que vão adensar a experiência de condução.

Só peca mesmo pelas mudanças barulhentas e não estar 100% preparado para rali (à semelhança de todos os sets desta gama), o que a fim e ao cabo, não rouba brilho nenhum a este fantástico produto.

O Thrustmaster está atualmente disponível para pré-encomenda por 349,99€.

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Este dispositivo foi cedido para análise pela Thrustmaster.

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