Marvel’s Spider-Man Remastered é Espetacular no PC, Fantástico na Steam Deck

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Spider-Man baloiça para os PCs numa conversão quase, quase perfeita.

O tempo é uma coisa estranha. Parece que foi ontem, mas já passaram quatro anos desde que Marvel’s Spider-Man despertou em mim uma nostalgia da icónica trilogia de filmes de Spider-Man realizada por Sam Raimi, que nem sabia que a tinha tão adormecida. Para tal, não foi preciso rever os filmes ou lembrar-me que existiam, bastou-me apenas colocar as mãos num jogo para a PlayStation 4 num evento levado a cabo pela PlayStation Portugal no verão de 2018, onde hoje não guardo apenas a memória das temperaturas elevadas e do escaldão que apanhei nos braços, mas também do enorme entusiasmo e hype, para uma experiência que só iria ter completa cerca de um mês depois.

Marvel’s Spider-Man cá fora e a minha opinião calorosa juntava-se à da restante imprensa: esta aposta da Insomniac Games (agora parte integrante da PlayStation Studios) foi um home-run! Um jogo de Spider-Man perfeito, “Obrigatório” para qualquer jogador PlayStation pela sua história, emoções, escala, ritmo e incríveis visuais que, na altura, estabeleceram um padrão do que se poderia esperar de um jogo da geração de consolas da altura. Meu Deus, eu adoro este jogo.

A visão da Insomniac Games não se ficava por aqui. Após extrair o máximo que podia da PlayStation 4, aproveitou a expansão standalone Miles Morales para remasterizar Marvel’s Spider-Man para a PlayStation 5, dando-lhe um literal face-lift (com o nosso protagonista redesenhado) e aplicando novas tecnologias que só eram possíveis na PlayStation 5, que apresentou ao mundo alguns dos primeiros jogos com Ray-Tracing nativo em consolas.

O que Marvel’s Spider-Man Remastered apresentava para a PlayStation não era propriamente novidade para os videojogos no geral. O PC sempre esteve nos limites da inovação no que toca às capacidades de GPUs e CPUs, e alguns jogos já exploravam características como tempos de carregamento rápidos e todas as características inerentes ao Ray-Tracing que vão para lá de reflexos bonitos.

A PlayStation expande o seu catálogo de exclusivos para o PC com a sua maior mascote: Spider-Man.

Agora, com a incessante aposta da PlayStation em levar os seus exclusivos a novos jogadores, Marvel’s Spider-Man tem mais uma oportunidade de brilhar numa versão trabalhada pela Nixxes, desta vez adaptada à flexibilidade e multitude do mundo dos PCs, com o poder e responsabilidade de entregar uma experiência sólida a todo o tipo de jogadores.

Marvel’s Spider-Man Remastered para PC, disponível na Epic Games Store e na Steam, é a conversão direta da versão da PlayStation 5. A nível de conteúdos, temos exatamente o mesmo e as suas novidades, num pacote que inclui as duas expansões lançadas à posterior e alterações artísticas e de iluminação que tornam a experiência mais atual, cinemática e próxima da visão original dos criadores face ao jogo de 2018 para a PlayStation 4.

E ao mesmo tempo é algo mais, trazendo características também elas exclusivas para o PC, desde opções para afinar o desempenho do jogo; suporte para tecnologias da NVIDIA como o muito bem-vindo DLSS (Deep Learning Super Sampling) e o recente DLAA (Deep Learning Anti-Aliasing); um mundo cheio de reflexos com o Ray-Tracing e com sombras melhoradas; suporte para monitores de diferentes tipos de aspeto, incluindo os ultra-wide 21: e 32:9; compatibilidade com vários comandos, entre eles os da Xbox e o DualSense, onde se destaca o feedback háptico e gatilhos responsivos quando se usa o DualSense com cabo; e, talvez a minha característica pessoal favorita, compatibilidade com a Steam Deck.

Com tanta coisa boa teórica, lançam-se as questões: Agora que Marvel’s Spider-Man baloiça no PC, o que é preciso para uma experiência ótima? Quais são os sacrifícios e onde encontramos o sweet spot? Uma olhadela aos requisitos do jogo são um bom ponto de partida, mas, após ter jogado Marvel’s Spider-Man quase na sua totalidade, sinto que esta é uma conversão espetacular, mas pode não ser objetivamente a melhor.

Uma conversão sólida que vai por À prova os PCs mais avançados

Nota de Editor: A minha experiência com Marvel’s Spider-Man Remastered foi feita em duas máquinas: O meu PC pessoal – com um processador i9-10900X, memória RAM de 32GB DDR4 @ 3200Mhz, um SSD M.2 ultrarrápido e com uma GeForce NVIDIA RTX 3080 Ti de 12GB de VRAM, com recurso a um monitor AOC CU34G2X ultra-wide com as resoluções de 3440×1440 e 2560×1440, a 144Hz. A segunda máquina foi a Steam Deck.

A nível de opções gráficas, Marvel’s Spider-Man é bastante competente, com um leque de opções que permite afinar os diferentes parâmetros em busca de melhor desempenho, ou de uma qualidade de imagem superior, com os seus sacrifícios e ganhos. Apesar das suas vantagens, e ao contrário das consolas, aqui, nesta versão, Marvel’s Spider-Man não é uma experiência tão plug-and-play para a maioria dos jogadores.

Os presets apresentados pela Nixxes fazem um excelente trabalho para deixar os futuros jogadores confortáveis com o jogo. A julgar pelas duas máquinas que usei, Marvel’s Spider-Man é extremamente jogável após a instalação, tem uma excelente apresentação até nas máquinas mais modestas (com base na Steam Deck) e é novamente um colosso visual em máquinas com mais folgo.

Marvel's Spider-Man PC Requisitos

Marvel’s Spider-Man Remastered para PC pode ser configurado antes sequer de ser iniciado, ou dentro do mesmo, com todas as opções disponíveis quer no launcher, quer no jogo, e sem necessidade de reiniciar o jogo para ver as diferenças.

Numa primeira aba temos as configurações de ecrã onde, para além da resolução, podemos escolher o modo janela – que permite uma flexibilidade enorme em qualquer formato, para os jogadores que por alguma razão queiram fazer multi-tasking; o modo Fullscreen, onde podemos libertar os FPS sem máximos ou mínimos; e o modo Exclusive Fullscreen, que permite trancar os FPSs de acordo com a frequência do ecrã.

Aqui, viajei entre as duas opções Fullscreen na resolução 3440×1440 no formato 21:9. No Fullscreen normal, para ter uma ideia daquilo que o meu sistema conseguia atingir em diferentes definições; e no modo Exclusive Fullscreen, onde colocava o jogo a operar a 120Hz com Half-Refresh Rate, de forma a colocar um teto nos 60 FPS com o mínimo de latência de jogo possível, aproximando-se daquela experiência proposta pela PlayStation 5.

Na mesma aba, os jogadores com GPUs da NVIDIA vão também poder ativar alguns dos “truques de magia” desta versão do jogo: o DLSS com diferentes presets, onde o jogo é processado a uma resolução inferior à nativa, com a imagem reconstruída de forma a ter ganhos em desempenho, tornando assim o jogo tão bonito como fluido; o DLAA, que no processo inverso acaba por dar mais sharpness ao jogo em troca de frames; para os jogadores em GPUs da AMD temos o recente AMD FSR 2.0; e por fim, diretamente da Insomniac Games, temos a sua solução proprietária IGTI (Insomniac Games Temporal Injection).

No meu sistema e pela minha experiência, acabei por optar por jogar sempre com o mais tradicional TAA (Temporal Anti-Aliasing), por apresentar uma imagem mais precisa e menos artificial. Mas há um enorme espaço de manobra para equilibrar o desempenho e qualidade de imagem através do DLSS, do FSR e do IGTI, dependendo da resolução do monitor e das capacidades das máquinas. Flexibilidade é a palavra de ordem e, para o jogador mais casual, qualquer uma destas soluções servem para atingir resultados magníficos. Se tiver que escolher uma, será o IGTI da Insomniac, no preset Ultra Quality, porque aos meus olhos foi o método que ofereceu uma melhor consistência visual, com menos artefactos, e com ganhos de desempenho bastante bons.

Passando para a segunda aba de opções, vamos encontrar a afinação dos gráficos propriamente ditos. Opções de Textura, Sombras, Oclusão Ambiental, Profundidade, Nível de Detalhe, opções de Ray-Tracing e até uma opção para afinar a qualidade dos cabelos das personagens.

Em sistemas mais modestos, como é o caso da Steam Deck, qualquer alteração feita acima de Medium tem um peso considerável no desempenho do jogo. É revelador de que, apesar de poucas diferenças notórias entre cada opção – com uma grande exceção na qualidade de texturas e nível de detalhe -, Marvel’s Spider-Man Remastered tem as suas exigências, mas é também jogável num leque muito grande de máquinas.

No PC, estas diferenças notam-se mais a olho nu, com as Texturas e Nível de Detalhe a serem elementos importantes por enriquecerem e darem profundidade aos visuais do jogo. Ou seja, quanto mais altas forem, melhor. Mas, em busca da estabilidade, mesmo com uma máquina capaz de correr o jogo no preset proposto pela Nixxes de Ultimate Ray-Tracing, acabei por me ficar pelo Amazing Ray Tracing.

A razão para esta opção deve-se ao facto de as diferenças entre Very High e High serem bastante reduzidas. Assim, o desempenho do jogo poderá ser canalizado para opções mais pesadas, como é o caso do Ray-Tracing, que transforma a forma com o jogo é experienciado e acrescenta ainda mais no que toca aos visuais do jogo.

Por muito fantástico que o Ray-Tracing seja, o custo de o manter ativo é demasiado alto

Se os reflexos realistas do Ray-Tracing dão mais imersão e realismo às cinemáticas e tornam exploração da cidade virtual de Nova Iorque mais interessante? Sem dúvida. Mas da mesma forma que “com grande poder vem grande responsabilidade”, com grandes inovações vem também um sacrifício maior.

Sem Ray-Tracing, recorrendo às técnicas mais tradicionais de Screen Space Reflections e Cube Maps, como na PlayStation 4, Marvel’s Spider-Man Remastered é uma experiência extremamente robusta. Já com o Ray-Tracing ligado, Marvel’s Spider-Man Remastered parece duas experiências completamente diferentes numa só: O jogo de aventuras extremamente polido, onde os incríveis visuais das cinemáticas e de sequências mais lineares aguentam as altas taxas de frames; e o jogo de mundo aberto onde a sua escala coloca o jogo aos soluços.

Com o Ray-Tracing ligado, especialmente em High ou Very High, Marvel’s Spider-Man Remastered apresenta alguma dificuldade em manter aquela fluidez e satisfação de baloiço potenciado, por exemplo, pela PlayStation 5. Após horas e horas a jogar Marvel’s Spider-Man pela quarta vez do início ao fim, explorar o mundo e baloiçar entre ruas e prédios no PC foi a experiência mais inconsistente de todas, onde os 60 FPS constantes parecem uma tarefa pesada para qualquer GPUs, com áreas do mapa onde o jogo operava na caixa dos 50 FPS, dependendo da quantidade de elementos do ecrã, voltando rapidamente para as casas dos 60 FPS e 70 FPS.

Marvel’s Spider-Man Remastered para PC, na promessa do seu potencial, oferece assim uma experiência que, para alguns jogadores mais “picuinhas”, poderá causar alguma comichão, até porque tão depressa é possível ter momentos de jogo onde atingi para lá de 120 FPS – em modo desbloqueado -, como alguns segundos depois o jogo flutuava-me na casa dos 50-60 FPS, com quedas para a casa dos 40 FPS (mesmo com os mais recentes drivers da NVIDIA – V516.94), em particular enquanto se explorava o mapa em busca de colecionáveis ou se limpava as ruas do crime. Mesmo recorrendo às várias técnicas de reconstrução de imagem, como o DLSS, FSR e IGTI, estas flutuações fazem-se sentir em alguns “baloiços”.

Para resolver isto, recomendo jogar com o Ray-Tracing em Medium ou mais baixo, desligá-lo por completo e, se não forem muito picuinhas com a qualidade de imagem e o pixel counting, usem e abusem do DLSS, FSR ou IGTI para atingirem uma experiência mais fluida. O único senão de desligarem, por exemplo, o Ray-Tracing, é que perdem aquele aspeto mais next-gen que a versão Remastered trouxe ao seu jogo. A menos que não tenham problemas em trancar a fluidez nos 30 FPS – aí vão ter uma experiência praticamente perfeita.

Marvel’s Spider-Man Remastered na Steam Deck reflete a responsabilidade da fantástica otimização da Nixxes e da Insomniac Games em máquinas mais fracas

E por falar em experiências perfeitas, temos o caso da Steam Deck. Aqui não vamos ter o potencial máximo desta remasterização, antes pelo contrário. Aqui, vamos poder ver o jogo a operar em definições mais baixas, mas com uma experiência nativa on-the-go fantástica, afirmando-se mais uma aposta da PlayStation que transforma a Steam Deck na verdadeira PSP2 ou PS Vita 2.

Marvel’s Spider-Man Remastered junta-se assim à incrível lista de jogos PlayStation que podem ser jogados numa consola portátil, que inclui God of War, Days Gone, Death Stranding, Horizon Zero Dawn e os third party Stray e Final Fantasy VII Remake, com uma experiência extremamente satisfatória e, em jogabilidade, por vezes mais sólida do que num PC superior.

Neste caso, Marvel’s Spider-Man Remastered na Steam Deck comporta-se quase como uma conversão nativa e direta da versão da PlayStation 4, e pouco há a dizer sobre esta versão, quase apenas que leva à letra o selo de “Steam Deck Verified”.

Mexendo nas definições do jogo e colocando-o em Medium, ou o preset “Recomendado” pela tabela da Nixxes, Marvel’s Spider-Man Remastered é mais um jogo que nos faz gritar um vocal “wow”, seguido do pensamento: “como é que é possível este jogo correr com esta qualidade num dispositivo móvel?

É claro que esta reação é mais um atestado às capacidades da máquina da Valve, mas o resultado da experiência possível nesta máquina é também responsabilidade da fantástica otimização da Nixxes e da Insomniac Games em levar Spider-Man a mais jogadores, mesmo aqueles com máquinas mais fracas.

Durante o jogo, e graças às capacidades de trancar o frame-rate via SteamOS, podemos experienciar Marvel’s Spider-Man Remastered a 30 FPS constantes durante todos os seus segmentos de jogo. Seja em exploração, em combate ou em cinemáticas. A solidez desta conversão, sem explorar definições, é absolutamente incrível.

Mexendo nas configurações do jogo, é possível até extrair mais da consola, como por exemplo elevar a experiência aos 40 FPS, que confere um pouco mais de fluidez e tempos de resposta dos controlos, isto através dos ingredientes secretos da máquina da Valve. Este modo de “desempenho” pode ser conseguido baixando a resolução do jogo para 960×600, aplicando o FSR do sistema da Steam Deck, e trancando o jogo nos 40 FPS sem V-Sync ligado. Um truque que tem um impacto notável na qualidade de imagem e que poderá não ser do agrado de todos, mas que rivaliza as alternativas disponíveis na Steam Deck, como o FSR 2.0 e o IGTI, que, mesmo em Balanced e Quality, apresentam um desempenho sub-40 FPS.

Seja qual for a escolha, Marvel’s Spider-Man Remastered na Steam Deck é um deleito visual e um must-have para quem quiser mais um jogo capaz de puxar pelas capacidades da máquina. O único senão é que com muito poder… a bateria também se gasta rapidamente, com uma média de hora e meia de sessão de jogo sem ir à carga.

Marvel’s Spider-Man Remastered no PC leva o jogo a um maior público, mas não eleva a experiência a novos patamares.

Marvel’s Spider-Man é, por si só, um excelente jogo que vale mesmo a pena ser experienciado pelo menos uma vez. Conversões para outras plataformas em jogos como este causam sempre alguma ansiedade, por quando algo não é tão bem tratado, pode negar por completo a experiência original. Apesar de alguns apontamentos que gostava de ver mais polidos e que espero ver tratados ao longo do tempo, a chegada de Marvel’s Spider-Man é excelente e bastante sólida. Melhor que muitos jogos na sua versão final de lançamento.

Com muitas opções para explorar e afinar a experiência de acordo com as expectativas e capacidades de cada jogador, Marvel’s Spider-Man no PC apresenta-se bem otimizado e capaz de correr em múltiplas configurações, com alguns sacrifícios, mas sem perder a essência ou a sua identidade visual que tanto impactou a geração de consolas anterior.

Seja a primeira vez, a segunda ou a terceira, se são fãs de Spider-Man e têm PC que acham capazes de fazer melhor que a PlayStation 5, baloicem sem medo para esta versão. Caso já tenham a consola e um PC mais modesto, talvez não faça tanto sentido optarem por este lançamento se não irão tirar partido das suas vantagens visuais.

Já se jogam na Steam Deck, Marvel’s Spider-Man é um verdadeiro no-brainer, com um desempenho e apresentação que só me deixa ainda mais em pulgas para revisitar Marvel’s Spider-Man Miles Morales quando este for também relançando no PC, mais para o final do ano.

Marvel’s Spider-Man Remastered baloiça agora no PC, através da Steam e da Epic Games Store, no dia 12 de agosto.

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Cópia para análise cedida pela PlayStation Portugal.

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