Análise – Ghost of Tsushima Director’s Cut (PlayStation 5)

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É mais Ghost of Tsushima para os fãs do aclamado jogo da Sucker Punch.

Após um ano do lançamento de Ghost of Tsushima, a aventura de Jin Sakai recebe mais um episódio com novos conteúdos, que fazem parte de um novo pacote, ou reedição, com um nome que, para muitos pode ser confuso. Trata-se claro de Ghost of Tsushima Director’s Cut.

No cinema, Director’s Cut é a denominação dada a uma redição de uma obra, de acordo com a visão do seu realizador, da pessoa que imaginou um certo mundo, histórias e personagens. É uma visão singular despida o quanto baste das interferências de estúdio e outras imposições de terceiros. Por vezes são adicionados conteúdos (novas cenas), a edição é reajustada e por vezes até são removidas cenas para polir a experiência.

Ghost of Tsushima Director’s Cut, apesar do seu nome, não é nenhuma “remix”, nada é retirado, nada é reajustado. É sim, um pacote mais completo, com mais conteúdos e mais otimizações feitas em particular para a PlayStation 5, onde recebe suporte nativo. É assim: mais Ghost of Tsushima.

No passado já analisámos a sua experiência base, com o lançamento na PlayStation 4, onde nos deixamos apaixonar pela sua imersão e beleza, e também nos divertimos com Ghost of Tsushima: Legends, a experiência multijogador coop, que está aqui também incluída na nova versão com mais conteúdos. Por isso, vamos agora focar-nos nas novidades, que são muitas.

ghost of tsushima directors cut review echo boomer 2

Antes de viajarmos até Iki, é difícil de ignorar as otimizações da PlayStation 5, que é um dos grandes destaques desta reedição, que agora é nativa à nova consola. Até agora, graças a um pequeno patch lançado em novembro, Ghost of Tsushima já corria na PlayStation 5 com algumas vantagens. Tempos de carregamento mais rápidos, uma fluidez melhorada e constante e uma resolução mais sólida. A passagem para versão nativa, no entanto não é tão transformadora como muitos poderão pensar, mas faz o suficiente.

Os tempos de loading já não existem, com a remoção completa dos cartões com dicas. Fazer fast-travel entre pontos é um simples fade out e fade in, entrar no jogo é imediato e por ai fora. Temos assim passagens suaves, sem tempos de espera mortos, tornando a experiência fluída e o mais imersiva possível.

No campo visual e técnico a barreira entre versões antigas e a mais recente, é bastante ténue. As diferenças são mínimas à primeira vista e a menos que se coloque o jogo lado a lado, o salto para a versão nativa da PlayStation 5, muito honestamente, não espanta. Mas não leiam isto de forma depreciativa, pois Ghost of Tsushima já é, na sua versão base um jogo extremamente bonito e sólido E agora, com um pouco mais de resolução e fluidez, a imagem tem um pouco mais de nitidez e o jogo controla-se melhor.

Contudo, há um aspeto técnico que me deixou um pouco triste, que vai de encontro até uma das minhas críticas no jogo original. As cinemáticas, que mesmo nos novos conteúdos na ilha de Iki, se mantêm com planos distantes e calmos nas interações com NPCs, impedindo uma ressonância emocional maior com algumas personagens secundárias. E nos poucos segmentos chave cinemáticos o jogo volta aos 30FPS. Uma decisão artística, compreendo eu, mas que no fluir da experiência, além da alteração do aspect ratio para 21:9, retira um pouco daquela imersão de estar ali, naquele mundo.

Mas a versão da PlayStation 5 não é só visuais e carregamentos rápidos. O DualSense recebe aqui total suporte do jogo, apostando na imersão de forma espetacular e muito natural. Como outros jogos da PlayStation 5, o feedback háptico permite sentir simples ações como navegar por entre os campos de erva e flores, o cavalgar a cavalo ou o impacto das espadas, ataques e defesas. Já a coluna embutida serve para ouvirmos efeitos sonoros extra, vozes e porções de música em momentos chave. E claro temos os gatilhos responsivos que respondem também às ações dos arcos e flechas. Há uma excelente utilização do DualSense, que nunca, em momento algum, se torna aborrecida ou uma barreira para o jogo, quanto muito, tem um efeito contrário e torna a experiência mais interessante, deixando-nos a pedir até mais, algo que a ilha de Iki faz muito bem, com as suas novas atividades extra para explorar.

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Melhorias de parte, e porque Ghost of Tsushima Director’s Cut também está disponível para a PlayStation 4, é Iki Island que vende esta reedição, em particular para jogadores que já experienciaram o jogo original e podem atualizar por um custo associado de 19,99€, ou de 29,99€ caso queiram a versão da PlayStation 5.

Com cerca de 10-12 horas para a história principal da Ilha de Iki, não faltam conteúdos para justificar mais Ghost of Tsushima, porque é exatamente isso que a Ghost of Tsushima Director’s Cut oferece: mais.

Iki Island acerta na checklist das tendências atuais de uma expansão: É novo episódio narrativo no seu mundo, leva-nos a uma nova região exótica, oferece-nos novos inimigos com novas gimmicks, e, ainda que a jogabilidade pouco mude, oferece uma ou outra nova mecânica e novos mini jogos e atividades para encontrar.

Sobre o último ponto, por exemplo, as icónicas termas são agora momentos de flashback, os pontos de reflexão são pequenos momentos musicais que tiram partido do DualSense, e para além dos desafios de corte, temos agora desafios de arco e flecha.

Já o novo episódio, juntamente com a suas missões secundárias, são o coração da expansão de Iki, explorando o passado de Jin Sakai e contextualizando o seu legado e traumas com uma bela história de conflito e aceitação, com as mesmas nuances e motivações dúbias daqueles que o rodeiam.

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O traumático passado de Jin, com a morte do seu pai é bilhete de viajem para a ilha de Iki, uma nova região sensivelmente com as dimensões de uma das três partes do jogo original, que ainda não foi totalmente invadida pelos Mongóis, devido ao grupo resistente que nela habita e a uma nova fação liderada por uma entidade conhecida como a Águia, uma poderosa feiticeira e lutadora, que pretende usar Jin como arma para a dominância da ilha.

A premissa da nova história é interessante, focada e tão ou mais aliciante como a reta final do jogo base. A forma como Jin é visto na ilha pelos seus habitantes é constantemente questionável, as motivações da fação inimiga dúbias e há um constante sentimento de desconfiança para com aqueles que acompanham Jin nesta jornada, tornando-a num pequeno thriller em ambiente de samurais. Contudo os excessos do jogo, pela sua natureza, com as suas atividades extras e missões secundárias, tendem a desviar o foco e atenção da história principal. Um pequeno sacrifício que surge por um bem maior, que é mais conteúdo, que felizmente é ótimo, com outras pequenas histórias e eventos aleatórios que nos recompensam com habilidades, armas, armaduras e cores.

Com o desbloqueio da ilha de Iki durante o segundo ato do jogo principal, os jogadores podem optar por viajar até esta região quando quiserem, alternando com o mapa principal de forma livre, e percorrendo a sua história ao seu ritmo, contudo e apesar de não afetar a história total do jogo, deixar este pequeno pedaço para o fim é mais saboroso, algo que será certamente o plano de muitos jogadores, desejosos por mais Ghost of Tsushima.

E é basicamente isto: mais. Quem jogou o jogo original e procura novos desafios e um novo episódio é exatamente isso que vai receber. Já quem se sentiu saturado do original, não será com a ilha de Iki que encontrará aspetos redentores da sua opinião. Seja como for, Ghost of Tsushima continua ótimo, talvez melhor do que nunca, mais completo e mais otimizado, numa versão que será em breve a melhor opção para jogar Ghost of Tsushima pela primeira vez.

Ghost of Tsushima Director’s Cut fica disponível na PlayStation 4 e PlayStation 5 a 20 de agosto.

Nota: Muito Bom - Recomendado

Disponível para: PlayStation 4 e PlayStation 5
Jogado na PlayStation 5
Cópia para análise cedida pela PlayStation Portugal.

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