Mas terá a obra ficado necessariamente mais barata?
Muito se tem falado sobre o Altar-Palco, estrutura que irá receber o Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, a decorrer entre dia 1 e 6 de agosto em Lisboa.
No passado dia 25 de janeiro, em conferência de imprensa, a Câmara Municipal de Lisboa deu a conhecer o projeto do altar-palco da Jornada Mundial da Juventude, com nove metros de altura e capacidade para receber 2.000 pessoas – 1000 bispos + 300 concelebrantes + 200 coro + 30 linguagem gestual + 90 orquestra + convidados, staff e equipa técnica.
O projeto foi apresentado pelo vice-presidente, Filipe Anacoreta Correia, que afirmou na altura que seria uma estrutura que “não tem nada a ver com outro palco feito em Portugal”, ficando elevada em três plataformas. Estaria equipada com dois elevadores para mobilidade reduzida e uma escadaria central para acesso de jovens ao palco, numa área de 5.000 m2.
A empreitada, salientou, teria um custo de 4,2 milhões de euros, atribuída por ajuste direto, em face da “excecionalidade do evento”, assegurando a “preocupação” por parte da autarquia no sentido de que o processo decorra de forma “mais transparente”. Mas tendo em conta toda a polémica e revolta popular derivado dos custos desta obra, a autarquia de Lisboa não teve hipótese a não ser mexer nos custos. Se ficou mais barato? Não necessariamente.
Na passada sexta-feira, dia 10 de fevereiro, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, revelou que, afinal, o Altar-Palco da Jornada Mundial da Juventude Lisboa vai representar um investimento de 2,9 milhões de euros, representando uma diminuição do valor a cargo da Câmara de Lisboa em cerca de 30%.
O “caderno de encargos foi revisto”, com “uma redução substancial de custos, mantendo sempre a dignidade e segurança que este evento merece”. A altura do Altar-Palco, detalhou, baixa de 9m para 4m, e o número de pessoas diminui de 2.000 para 1.240. Com isso, disse, reduz-se a área de implantação, de 5.000 m2 para 3.250 m2.
Porém, e se fizermos as contas por alto, tendo em conta o que se lê no Twitter, onde esta obra tem sido esmiuçada, acaba por existir um aumento no custo do m2. Até aqui, o Altar-Palco tinha uma área de 5.000 m2 e um custo de construção de 4,2 milhões, o que representava um custo de 840€ por m2. Com estas novas informações, num palco que passará ter uma área de 3.250 m2 e um custo de construção de 2,9 milhões de euros, o custo do m2 acaba por subir, alegadamente, para 892€.
A CML, disse Carlos Moedas, “vai investir no total até 35 milhões de euros, dos quais, até 25 milhões de euros ficarão na nossa cidade”, e avançou exemplos dos custos associados à zona do Parque Tejo: estudos e projetos (1,6 milhões de euros), reabilitação do Aterro de Beirolas (7,1 milhões de euros), fundações (1,06 milhões de euros), infraestruturas e equipamento (3,3 milhões de euros), ponte pedonal (4,2 milhões de euros).
No Parque Eduardo VII, foi agora escolhida uma solução de palco com “uma estrutura muito leve”, que pode ascender aos 450 mil euros, “financiada” pela Igreja e pela Fundação JMJ, correspondendo a uma “redução de custos para o erário publico” de 1,7 milhões de euros.