Crítica – Zombieland: Double Tap

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Uma década depois do sucesso de Zombieland e, consequentemente, deste se ter tornado um filme de culto, temos Zombieland: Double Tap. Neste novo filme, através do caos hilariante que vai desde a Casa Branca à América profunda, os quatro conhecidos caçadores vão enfrentar os novos tipos de zombies que evoluíram desde o primeiro filme, bem como alguns novos sobreviventes humanos. Mas, acima de tudo, eles têm de enfrentar os problemas de crescimento da sua própria peculiar família improvisada.

Como provavelmente já descobriram, visto que a minha crítica do filme original acabou de ser igualmente publicada, adoro o primeiro Zombieland. Defendo que é um clássico de culto zombie e encontrava-me realmente ansioso para a sua sequela. Não passou por qualquer controvérsia externa (algo muito raro hoje em dia), o elenco não disse nada de errado nas entrevistas (os haters não tiveram palavras suficientes para distorcer desta vez), Ruben Fleischer regressou como realizador, assim como Rhett Reese e Paul Wernick (acompanhados pelo novo membro, Dave Callaham) como argumentistas. Se um estúdio quer fazer uma sequela 10 anos depois do original, mais vale tentar trazer os criadores e elenco original de volta, certo?!

É isto que mais adoro em relação a Zombieland: Double Tap. Não perdeu a essência do original e não se esqueceu do que o tornou tão bem sucedido. A química do elenco pode ser sentida a milhares de quilómetros, mas as novas adições também se encaixam perfeitamente. Zoey Deutch interpreta Madison, uma “rapariga loira e burra” propositadamente estereotipada, que tem algumas das cenas mais engraçadas, mas também das mais cringe-worthy (Deutch oferece um excelente desempenho mesmo assim). E Rosario Dawson que dá vida a Nevada, basicamente uma versão feminina de Tallahassee (Woody Harrelson), o que significa que tem várias sequências de ação totalmente badass. Quanto ao gang original, bem…

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Todos entregam prestações excelentes, mas, desta vez, Harrelson conseguiu elevar a sua personagem. Não só possui os obviamente antecipados momentos de matar zombies de forma brutalmente impressionante, mas também oferece algumas cenas emocionalmente poderosas. Emma Stone (Wichita) e Abigail Breslin (Little Rock) continuam a ser incríveis como as suas personagens, ao passo que Jesse Eisenberg (Columbus) chega a ser demasiado … Jesse Eisenberg, mas nunca deixa de ser algo natural, tendo em mente a forma da sua personagem agir.

Estes quatro são o coração de todo o espetáculo. Logo, trazer o elenco original de volta é meio caminho feito para o sucesso, ainda mais do que no primeiro filme. Infelizmente, tenho algumas queixas relativamente ao argumento.

Talvez seja devido ao facto de ter assistido ao filme de 2009 apenas umas horas antes da sessão de Zombieland: Double Tap, mas gostava que Fleischer e a sua equipa tivessem sido mais criativos. Claro, o original foi há 10 anos atrás e diria que a maioria do público não irá rever o original (especialmente não exatamente antes de irem ver a sequela), por isso, é de se esperar que diversos momentos clássicos sejam recriados de alguma maneira. No entanto, durante uma boa parte da película, senti que estava a assistir ao mesmo filme, apenas com personagens mais velhas.

Sei que vou ouvir algumas das regras originais mais famosas de Columbus, mas existe uma omissão surpreendente de novas regras. Sei que Tal vai repetir algumas das suas catchphrases, mas ele é um homem imaginativo que, com certeza, terá outras ideias (que o mesmo refere nos últimos minutos, mas ainda assim…).

Para mover o enredo para a frente ou realmente fazer a história acontecer, inúmeras ações questionáveis ocorrem e não no sentido de não serem racionais (Zombieland não é propriamente uma peça inovadora de storytelling). É a aparente inexistência de desenvolvimento de personagem ao longo dos anos que passaram e também não me estou a referir às suas personalidades serem iguais (é bastante normal). Para criar este filme, as personagens tomam decisões que não parecem naturais, tendo em conta que passaram tanto tempo juntas. É impossível o amor, a confiança e a proximidade emocional não serem desenvolvidos ao longo de um período tão longo.

Então, enquanto que o arco de Little Rock é compreensível e comum, o de Wichita e Columbus não possuem argumentos convincentes para sequer ter começado, na minha opinião. Ambos tomam decisões abruptas e exageradas para personagens tão inteligentes. O amor tem destas coisas aparentemente.

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Mais uma vez, as caraterísticas técnicas que definiram o original tão claramente são perfeitamente adaptadas na sua sequela. Bela produção artística, banda sonora divertida, aplicação fantástica de efeitos práticos e cenários reais, algo que hoje em dia é cada vez mais raro. Apesar de ligeiramente mais longo, o tempo de execução consegue levar um ritmo rápido, o que é sempre um bom atributo e está repleto de sequências de ação entusiasmantes, hilariantes e sangrentas.

As referências à cultura pop são muito engraçadas, mas o momento mais significativo de todos é depois do final. Zombieland: Double Tap tem uma das melhores, se não mesmo “A melhor”, cena pós-créditos do ano! Não se atrevam a deixar o cinema, é logo no início dos créditos, por isso, fiquem no vosso lugar!

Resumindo, Zombieland: Double Tap presta uma homenagem decente ao clássico de culto zombie original, trazendo de volta todo o elenco e equipa de produção e entregando mais um filme divertido. Ao manter a essência do primeiro filme, Ruben Fleischer foi capaz de capturar a química do elenco excecional, bem como apresentar as sequências de ação incrivelmente cativantes.

Mesmo que a narrativa central não seja tão simples e interessante como a do original, ainda é aliciante o suficiente para o público se importar. Existe uma quantidade excessiva de callbacks a frases, regras ou momentos clássicos, o que mostra um pouco de falta de imaginação para criar novo material.

Embora não seja tão hilariante ou divertido como o filme de 2009, ainda são 99 minutos que se passam muito bem. Se são fãs de Zombieland, não devem (mesmo) perder esta sequela! Se não, bem… Nut up e vejam ou shut up e deixem os outros apreciarem em paz.

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