Crítica – Zombieland (2009)

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Um cobarde solitário chamado Columbus (Jesse Eisenberg) é forçado a juntar-se a um assassino zombie experiente de nome Tallahassee (Woody Harrelson), a fim de sobreviver ao apocalipse zombie. Ao passo que Tallahassee tem a missão de encontrar o último Twinkie na Terra, a dupla encontra-se com Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin), duas raparigas que recorreram a métodos pouco ortodoxos para sobreviver no meio do caos. Parceiros relutantes na batalha contra os mortos-vivos, os quatro rapidamente começam a perguntar a si mesmos se não seria melhor simplesmente arriscar a vida sozinhos.

Já não via Zombieland há alguns anos, mas, com a sequela lançada esta semana, agora é o momento perfeito para voltar a este mundo hilariante de zombies. Curiosamente ou não, ainda se aguenta incrivelmente bem.

Numa época em que filmes e séries de zombies começavam a surgir (The Walking Dead estreou um ano depois), esta comédia zombie pós-apocalíptica continua a ser um dos melhores filmes de zombies do século. O uso destes rapidamente tornou-se num clichê, nem engraçado nem assustador. Hoje em dia, todos estão acostumados a ver mortos-vivos no ecrã o tempo todo, logo, como é que um filme de 2009 ainda funciona?

zombieland 2010 echo boomer review

Bem, em primeiro lugar, o elenco excecional é meio caminho para o sucesso. Em 2009, apenas Woody Harrelson era um ator adulto famoso. Emma Stone e Jesse Eisenberg ainda não tinham participado em nada realmente notável, tanto que Abigail Breslin era mais reconhecível do que eles. Mesmo com apenas 13 anos, já tinha uma nomeação para Óscar num papel secundário (Little Miss Sunshine). Independentemente disso, todos oferecem performances fantásticas que carregam a história simplista, mas divertida, a tal sucesso que se tornou um clássico de zombies.

Harrelson como Tallahassee, a personagem que não tem medo de nada e que gosta de “aproveitar as pequenas coisas”, tem um dos papéis mais cool da sua carreira. Eisenberg não é exatamente o tipo de ator que eu admiro, uma vez que pouco consegue fazer com as suas qualidades. Isto é, dá-nos sempre o mesmo tipo de personagem: uma personalidade peculiar, com os seus espasmos e idiossincrática, o que, na maioria das vezes, não funciona.

Contrariando esta tendência, Columbus é uma personagem que, logicamente, é hilariantemente encaixada neste modelo, logo Eisenberg torna-se a principal fonte de comédia do filme. Desde a sua lista de regras ao seu comportamento estranho, tudo parece natural, pois o passado da personagem justifica a sua maneira de ser.

Stone e Breslin partilham grandes momentos, bem como Harrelson e Eisenberg, mas a primeira dupla tem sequências menos entusiasmantes. No entanto, apesar das raparigas merecerem mais desenvolvimento de personagem, a sua relação dá-lhes uma razão convincente para que fiquemos interessados nelas. Wichita pode parecer a hot girl clichê que se apaixona pelo good guy, mas ela faria de tudo para proteger a sua irmã, além de que o seu amor por Little Rock oferece-lhe alguma seriedade.

A química do elenco é inegavelmente impressionante. É visualmente palpável que se divertiram imenso nas filmagens, o que eleva qualquer cena de diálogo ou ação.

zombieland 2011 echo boomer review

O curto tempo de execução permite uma história com um ritmo acelerado, repleto de momentos divertidos e inúmeras matanças sangrentas de zombies. A produção artística é notável. Há um excelente uso de efeitos práticos e cenários reais, além de uma banda sonora perfeita. Ruben Fleischer sabia exatamente o que queria que o filme fosse e nunca tentou transformá-lo em algo mais. Sim, envolve uma espécie de romance e algumas backstories não são engraçadas ou alegres.

Apesar disso, nada parece forçado ou fabricado. Nunca se extende nenhum destes momentos em demasia porque Zombieland não é nem um romance nem um drama. É propositadamente over-the-top, brinca com estereótipos de forma bastante criativa e, no fundo, são simplesmente 88 minutos de grande diversão. Estamos em 2019 e os estúdios já se esqueceram de como fazer filmes como este!

Todos os anos, existem dezenas de blockbusters que seriam extremamente divertidos se os estúdios os deixassem ser aquilo a que estão destinados, mas não. Precisam sempre de ter alguma história relevante que carregue um tom político ou uma mensagem social. Zombieland tem todos os atributos de um blockbuster puro: um elenco fenomenal, uma narrativa simples cheia de sequências excitantes, uma duração pequena com ritmo rápido, personagens cativantes e milhares de zombies. Juntem um argumento engraçado repleto de piadas dignas de um curto e simples “haha” e temos um um dos melhores filmes de zombies do século.

É um daqueles filmes que não tem exatamente aquilo que as pessoas abordam como “falhas”. Zombieland tem os seus clichês e exposição preguiçosa, mas compensa tremendamente com cerca de 80 minutos de entretenimento espetacular. É um clássico de culto zombie. Nut up or shut up, mas vejam o maldito filme!

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