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Synapse para o PlayStation VR2 é espetacular e intenso, com um misto de jogos de tiros com habilidades telecinéticas e um sistema de “stamina” demasiado real para jogadores mais sensíveis ao enjoo em VR.

Faz quase um mês desde que Synapse chegou ao PlayStation VR2, e não é por acaso que só agora é que falo dele. Apesar de considerar esta nova aposta da nDreams espetacular, Synapse provocou em mim aquilo que ninguém quer sentir quando joga em VR, o enjoo derivado da experiência “out of body”, mas que também comprova o quão intensa e imersiva é esta experiência de ação total!

Synapse apresenta-se com a promessa de um jogo de acão na primeira pessoa com uma forte componente narrativa, mas, para ser franco, esta última parte achei-a apenas algo apenas presente, ainda que seja interessante o suficiente para justificar o nosso tempo no seu mundo. Com a premissa cliché de assaltar a mente de um terrorista e salvar o mundo, somos atirados para ambientes virtuais fragmentados, populados por um exército de soldados que tentam travar o nosso progresso. E pouco mais há a dizer sobre esta parte de um jogo que até conta com a participação de atores como Jennifer Hale e David Hayter em meros papéis de exposição. A história é paupérrima e não o digo como crítica muito negativa, porque é na jogabilidade e no seu loop que Synapse brilha.

Admito que não estava à espera de encontrar um roguelike em Synapse. Na realidade, esperava um jogo de aventura, mais linear e com maior suporte narrativo. Contudo, dado o formato VR e a sua natureza de “jogar durante breves períodos de tempo”, funcionou espetacularmente bem. Como noutros roguelikes, Synapse é um jogo de repetição e de algum grind. É um trial and error, que testa a nossa resistência e habilidades à medida que tentamos ir mais além. Regressando a um HUB quando perdemos, poderemos resgatar habilidades e buffs com os pontos adquiridos na sessão anterior, num loop incentivante e que nos permite afastar por momentos do jogo, algo que é de extrema importância para o nosso bem-estar, já que a resistência ou “stamina” de Synapse não é uma mecânica de design do jogo, é bem real e sentimo-la no nosso organismo, através de cansaço físico e mental.

Fui jogando aos poucos, uma sessão de cada vez, pois tive que me habituar ao ritmo frenético da sua ação, optando algumas vezes pelo modelo de jogar sentado. Synapse é um excelente jogo VR que tira partido de todas as capacidades do PlayStation VR2, deste as técnicas com visuais 4K, HDR e altas taxas de frame-rate, às mecânicas, onde podemos agarrar e arremessar objetos, movermo-nos de um lado para o outro, e que também tira partido de uma incrível mecânica de cover shooting.

Jogar Synapse é extremamente intuitivo e divertido. Em parte é um jogo de tiros rápido, como um DOOM, outras vezes é um cover shooter e, a certa altura, podemos até viver as nossas fantasias enquanto Jesse Faden de Control, pegando em objetos e personagens através de telecinesia, arremessando-os uns contra os outros, ou para o nosso horizonte. Se virem um trailer de Synapse, o título joga-se tal e qual como é apresentado e, como disse no início, é espetacular.

Dependendo da nossa mão dominante – direita ou esquerda-, numa teremos a nossa arma, que podemos ir atualizando de pistola para armas automáticas, shotguns, lança-granadas, entre outras, e na outra teremos os nossos poderes de telecinesia que nos fazem sentir realmente poderosos. Carregar nos gatilhos dos comandos como um aperto, enquanto levitamos um objeto e o atiramos, é de uma sensação espetacular, e ainda mais quando corremos contra um inimigo e nos divertimos a torturá-lo, seja com um arremesso, com uma colisão ou com uma explosão de um barril esmagado com a “Força”. Uma vez desbloqueada, esta funcionalidade faz-nos sentir também como Darth Vader no final de Rogue One ao experimentar diferentes tipos de abordagens.

De forma semelhante, o shooting com as nossas armas não podia ser mais divertido, com estas a comportarem-se de forma realista e desafiante, já que a pontaria é algo que deve ser treinado. Com um sistema de reloading que nos obriga a encaixar os magazines fisicamente com a segunda mão, Synapse tem uma jogabilidade orgânica, realista dentro do seu contexto e, de alguma forma, é cerebral e estratégica, com a possibilidade de combinarmos momentos de tiro com a telecinesia, disparando contra inimigos suspensos.

Com a mecânica de cover shooting, que requer o uso de uma mão para nos agarrarmos a certas paredes e proteções, nos momentos mais caóticos Synapse torna-se num fantástico “filme” de ação interativo, onde nos podemos esconder e espreitar, tentando fazer satisfatórios headshots ou tentando apanhar granadas no ar para enviar de volta.

Tudo isto se eleva com a navegação caótica pelos níveis aleatórios de cada sessão e pela aleatoriedade com que os inimigos vão aparecendo em quantidades limitadas para nos perseguir e matar, algo que, como podem prever, se pode tornar extremamente cansativo.

O meu maior problema com Synapse parte deste efeito nefasto que nos pode impedir de jogar por muito tempo seguido, pois a certa altura, nas nossas sessões, temos uma espécie de bosses pouco interessantes, autênticas esponjas de balas, que nos obrigam a correr de um lado para o outro enquanto outros minions nos perseguem. No fundo, são batalhas pouco interessantes e baratas, apesar de serem o “culminar” de tudo o que aprendemos e evoluímos, sessão após sessão. Com ou sem sucesso, momentos destes são super exaustivos, mas claramente mais frustrantes quando “sentimos” que não foi feito grande progresso ao fim de uma sessão, apesar de o jogo até recompensar generosamente com pontos de atualização.

Ainda assim, Synapse é um jogo que me arrisco a dizer obrigatório a ter na biblioteca do PlayStation VR2. Não fiquei tão satisfeito como gostaria durante o período de antecipação pelo seu lançamento, mas entregou-me o que queria para pequenas sessões de jogo e cheias de ação. Se procuram um jogo de tiros em realidade virtual com mecânicas incríveis para o PlayStation VR2 e não querem pensar muito nos porquês das coisas ou em fazer uma speedrun numa sessão, então esta aposta da nDreams não desiludirá.

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Cópia para análise cedida pela Honest PR.

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