Rock in Rio Lisboa 2018 | The Killers: Diretamente de Las Vegas para a Bela Vista

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Os The Killers são aquela banda sem merdas que não precisa de adereços, fogos de artifício ou outras coisas em palco para dar um excelente concerto. Chegam, abrem o jogo e vão-se embora. É assim que faz. E num concerto com sensivelmente uma hora e vinte minutos de duração, a banda originária de Las Vegas, apesar de ter atuado perante “somente” 55 mil pessoas, deu um dos melhores concertos do Rock in Rio Lisboa.

O concerto começou atrasado, por volta das 21h35, ainda hora de jantar. Tinha chovido bastante – o concerto dos Xutos & Pontapés sofreu com isso -, pelo que foi necessário demorar mais tempo a ligar os equipamentos e a, principalmente, tentar retirar toda a água acumulada do Palco Mundo. Meia hora depois, ouviam-se os primeiros acordes de “The Man”, saído do último álbum Wonderful Wonderful.

O começo até pode ter começado algo morno, mas, a partir daí, vieram os temas que todos nós já conhecemos.

Os The Killers, apesar de, neste momento, apenas contarem com o vocalista Brandon Flowers e o baterista Ronnie Vannucci Jr. como membros originais do quarteto, continuam iguais a si próprios: eficazes e muitíssimo competentes.

Tiveram sorte, os americanos, ou, talvez, tenham sido eles a pedir aos céus para parar com a chuva. A verdade é que, logo após a primeira música, a chuva parou por completo, pelo que os milhares que ali estavam para ver os homens de Las Vegas tiveram uma sorte incrível.

Apesar de ter sido a primeira vez que os The Killers atuaram num Rock in Rio Lisboa, a banda já não vinha ao nosso país há pelo menos cinco anos. Poderá isso ter influenciado uma receção algo morna por parte do público? Bem, talvez, mas a verdade é que este público do Rock in Rio Lisboa deixou muito a desejar, mostrando-se sempre pouco participativo, fosse qual fosse o concerto.

Brandon Flowers é o homem que comanda a banda. Sempre comunicativo e de um lado para o outro do palco, Flowers foi sempre puxando pelo publico quando se justificava, com mais ou menos sucesso, parecendo realmente bem disposto e feliz por estar ali, naquele momento.

Este foi o terceiro concerto dos norte-americanos por cá. Por isso, logo após o tema inicial do concerto, os The Killers ofereceram “Somebody Told Me” e “Spaceman” de rajada. Seguiram-se “Shot at the Night”, “Run for Cover” e a já velhinha “Smile Like You Mean It”.

Chegávamos a “For Reasons Unknown” e, ao contrário do que tem acontecido em alguns concertos desta digressão, os The Killers não chamaram nenhum fã a palco para assumir as rédeas da bateria. E não admira, uma vez que os cartazes eram praticamente inexistentes.

Apesar de terem tocado na noite anterior no festival O Son do Camiño, em Santiago de Compostela, isso não retirou energia a nenhum dos membros da banda. E é de louvar; afinal, deram um concerto, fizeram uma viagem e, pelo meio, tiveram ainda de fazer um ensaio geral. Não é muito costume as bandas já com estatuto saltitarem entre países para dar um concerto logo no dia seguinte.

Além do excelente baterista e dos restantes elementos emprestados à banda, as atenções recaem todas em Flowers, que parece ter uma energia inesgotável. Mais parece um one man show, mostrando que não precisa de nada mais além da sua presença e dos seus camaradas para produzir um bom concerto.

Pelo meio, Flowers ainda tentou falar algum português e perguntou se percebíamos o que ele estava a dizer quando comunicava connosco, como quem faz uma subtil aproximação.

São notórias as influências dos The Killers. Esta espécie de new wave rock da década de 80 com laivos de eletrónica, a lembrar uns Talking Heads, ou, até, a recordar-nos de um Bruce Springsteen apaixonado pela América, está patente nas canções destes tipos de Las Vegas, como fizeram questão de anunciar logo no início do concerto.

Com um espetáculo bem montado, os momentos mais fortes chegariam com as quatro músicas que antecederam o encore: “Runaways”, “Read My Mind”, “All These Things That I’ve Done” e “When You Were Young”.

Já no regresso, “Human”, qual mais, e, a fechar a festa, “Mr Brightside”, o melhor tema que a banda alguma vez fez e que, em concerto, é apresentada com a versão “Jacques Lu Cont’s Thin White Duke Remix”. A setlist oficial ainda contava com mais duas faixas, “Just Another Girl” e “The Calling”, mas, talvez devido ao atraso, ou à frieza do público, os The Killers optaram por não as executar.

As câmaras mostravam gente a chorar nas primeiras filas. E não admira. Os The Killers não são banda que venham cá de forma recorrente. Sem precisarem de fogo de artifícios ou outras mariquices, é assim que se monta um espetáculo de querer ver novamente. Certamente que os mais fãs não ficaram desiludidos.

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