RoboCop: Rogue City – Unfinished Business: Review – Mais morto do que vivo

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Mais compacto e linear do que o jogo original, a expansão RoboCop: Rogue City – Unfinished Business procura dar-nos uma experiência assente no combate e num ambiente controlado, tentando expandir também a história de Alex Murphy e dos habitantes da OmniTower, mas os problemas de otimização e jogabilidade repetitiva roubam o charme de Rogue City e deixam-nos com pouco.

A introdução de RoboCop: Rogue City – Unfinished Business é um presságio. Um primeiro aviso para a qualidade instável de uma expansão que se predispõe a dar continuidade à história de RoboCop, mas também a expandir a luta da cidade de Detroit e dos seus habitantes contra o crime organizado e o controlo da OCP. Apesar da sua escala reduzida, agora localizada quase exclusivamente na imponente OmniTower – uma enorme torre habitacional, construída pela OCP para responder às necessidades da população de Detroit, mas que se revelou ser uma enorme armadilha com implicações socio-económicas gravíssimas –, a alma da série continua visível e a Teyon tentou introduzir novas personagens que adicionam camadas inesperadas ao passado de Alex Murphy e do programa RoboCop. As intenções foram boas, as ideias também, mas a a Teyon não conseguiu contornar a ausência de exploração e equilibrar o foco desmedido no combate desta expansão de Rogue City, culminando num enorme choque tonal que é percetível desde o primeiro minuto da campanha.

A introdução de Unfinished Business procura emular o início dos filmes e de Rogue City, apresentando mais um trecho noticioso de Mediabreak, novamente apresentado por Casey Wong – uma personagem que os fãs da série irão reconhecer –, cujo tom sarcástico e quase apocalítico complementam o olhar absurdista sobre a realidade de Detroit e do mundo capitalista da série. Em Unfinished Business, a introdução destaca a decisão de se queimar, em céu aberto, toneladas de lixo que estão depositados no Yosemite Park para supostamente salvar o planeta e gerar mais energia. Enquanto Casey Wong fala, a câmara recua e vemo-nos nas ruas de Detroit, novamente vazias, sinistras, e seguimos, à semelhança de RoboCop 2, uma senhora com um carrinho de compras cheio de latas e uma televisão portátil. No pequeno ecrã, o jornalista comenta sobre a possibilidade da OCP depender de unidades militares para controlar Detroit e finalmente iniciar as obras que darão vida a Delta City. Se a polícia é incapaz de combater o crime, talvez a OCP esteja correta e a justiça deva ser ainda mais cega do que já é. Mas há um raio de luz na cidade, um polícia que é irredutível na sua luta, e basta a sua presença para dissuadir qualquer criminoso de Detroit. As luzes vermelhas e azuis do carro anunciam a sua chegada e é isso que salva a senhora de ser assaltada. É RoboCop.

Mas Casey Wong talvez não esteja totalmente errado na sua perspetiva sobre o papel da OCP na sua tentativa de modernizar Detroit: a esquadra de Metro West acaba de ser atacada por um gangue de mercenários. A lei é novamente testada e a resposta fica, para já sem resposta – afinal até onde devemos ir para proteger quem está à nossa volta? É aqui que reencontramos RoboCop. Um reencontro silencioso, melancólico e certamente ambíguo no que toca às reações de RoboCop e das memórias de Murphy. A esquadra está destruída, o fogo espalha-se por certas zonas e os cadáveres dos polícias descrevem aquele que foi um ataque imparável e quase sádico. Durante vários minutos, não encontramos uma única cara conhecida e com vida, caminhamos em silêncio enquanto ouvimos a labaredas das chamas ao longe, os sinais de alarme e as faíscas dos equipamentos destruídos. É um momento solene que contrasta com a frieza e falta de crítica mordaz da sequência anterior, agora mais assente no humanismo do ciborgue que continua a sobreviver quando todos à sua volta são vítimas do sistema que ele próprio simboliza.

É na sala de manutenção que finalmente encontramos o Sargento Reed, ainda vivo, mas ferido. Os mercenários atacaram a esquadra para roubar a cadeira de RoboCop, a mesma que eles poderão utilizar para se ligarem aos sistemas da OCP e apoderarem-se da sua tecnologia – mas para que fim? Ainda com a esquadra destruída e os corpos dos seus colegas a serem recolhidos pelos sobreviventes, RoboCop quer descobrir a verdade por detrás do ataque e a única pista é um cartão de acesso da OmniTower. Uma missão a solo, quase suicida, onde RoboCop terá de combater sem qualquer auxílio contra um grupo de mercenários com armamento suficiente para o destruir. É assim que termina a introdução de Unfinished Business, nesta aproximação à torre de betão da OCP, numa mistura de má otimização, escrita problemática, cinemáticas desinteressantes, humor falhado, mas também com momentos melancólicos, sinceros e que demonstram como a Teyon é capaz de abordar a série sem necessitar sempre do ruído constante dos diálogos e das personagens que pouco adicionam ao universo dos filmes.

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RoboCop: Rogue City – Unfinished Business (Teyon/Nacon)

Esta falta de qualidade é desapontante e é também sentida na forma como a Teyon trabalhou a narrativa de Unfinished Business. O que me deixa mais frustrado é que temos aqui o princípio para algo maior e muito mais interessante, mas que nunca atinge o seu verdadeiro pico de qualidade. Em momentos, a história de Unfinished Business é muito mais pessoal e intrigante do que aquela que vimos em Rogue City, que se perdeu nos seus excessos e referências constantes. Aqui temos algo mais compacto, mais humano e com temas fortes que refletem perfeitamente o passado de Alex Murphy e o seu papel enquanto polícia num mundo de criminosos, mas também a luta de uma comunidade contra o controlo da OCP e dos gangues que ameaçam o seu bem-estar. A pergunta “o que és capaz de fazer para proteger os teus” é constantemente desafiada e a resposta nem sempre é clara, com Unfinished Business a repartir o protagonismo por três personagens que procuram adicionar profundidade aos temas da narrativa. Se RoboCop acredita que devemos ter fé nos nossos sistemas e ajudar-nos mutuamente para que possamos sobreviver, já Cassius Graves é o seu oposto: a justiça deve ser implacável. As suas perspetivas chocam no decorrer da campanha, naquela que podia ter sido a base para algo mais arrojado e com repercussões permanentes na personagem de RoboCop, mas que aqui perdem força antes de se tornarem memoráveis.

As ideias são boas, mas a finalização é desapontante. Graves é uma personagem interessante e acredito que teria funcionado muito bem na história de Rogue City, se fosse um dos focos da campanha, ao lado do Old Man e do programa Afterlife. Em Unfinished Business, Graves tem pouco destaque e pouco tempo para crescer e ser a antítese necessária para desafiar RoboCop nos seus valores. É através de Graves que temos um vislumbre do passado, a tão falada missão com Alex Murphy, onde acompanhamos uma operação policial que termina mortalmente. Um ponto de rutura entre Murphy e Graves que culmina anos depois, com Graves despido do seu distintivo de polícia e Murphy encarcerado num corpo metálico que lhe roubou a sua humanidade. Duas faces, a mesma moeda e um reencontro que podia funcionar tematicamente e até como continuação dos acontecimentos de Rogue City se a Teyon tivesse encontrado um equilíbrio mais saudável entre as sequências imparáveis de ação e os momentos narrativos. Em Unfinished Business, a finalização é um problema constante.

O mesmo pode ser dito de Miranda Hale, a terceira personagem forte de Unfinished Business. Uma cientista com um passado traumático, vítima de um assalto que a deixou desfigurada, agora sedente por vingança. Na sua mente, Miranda está a fazer o que é mais correto e acredita que Detroit precisa de um punho forte para limpar finalmente as suas ruas e proteger a população da cidade. Mas qual será o preço dessas intenções? Miranda é o meio-termo entre RoboCop e Graves, o elo perdido e com um passado surpreendente que a liga diretamente ao programa de Bob Morton e que levou à morte de Alex Murphy. Os temas e fios narrativos são genuinamente interessantes para os fãs da série porque expandem o passado de Murphy, mas também do programa RoboCop, apresentando algumas explicações que combinam bem com o primeiro filme, sem desvirtuar o que fora anteriormente apresentado. No entanto, Miranda acaba por ser mais uma personagem mal aproveitada e com pouco tempo para crescer. Apesar de jogarmos com ela durante uma das missões mais curtas – quase tão curta como a missão com Murphy –, o impacto é reduzido. Mais uma vez, as ideias são boas, mas a Teyon parece não saber o que fazer com os temas da expansão.

Os problemas narrativos amontoam-se e a discrepância tonal entre a história de Murphy e Graves e o humor sarcástico excessivo revela uma escrita com pouca qualidade ou impacto. A Teyon parece estar dependente do sentido de humor da série e raramente o abandona, até quando a história necessita de seriedade e de uma escrita mais adulta. É uma armadilha difícil de evitar, esta do humor sarcástico, e torna-se cansativo ouvir as mesmas one liners e sentir pouca progressão narrativa ao longo das curtas horas de duração de Unfinished Business. Como fã da série, custa-me ver RoboCop reduzido a falas descartáveis, novamente preso ao seu lado mais robótico, sem um pingo de personalidade. Quando o seu lado humano vem ao de cima, a personagem funciona – como um momento delicioso onde RoboCop confronta Graves -, mas a história condena-o a ser uma imitação do que vimos antes. O que também é desapontante é a prestação de Peter Weller, agora mais monocórdico e desinteressado, com uma representação inconsistente, sem peso ou compreensão do que faz a personagem ser tão memorável. Os problemas de representação e escrita são tão graves que RoboCop parece ser a versão com as diretrizes modificadas do segundo filme. Até como Murphy estes problemas persistem e fico desapontado porque sei que Peter Weller é um excelente ator, e sinto que não se trata apenas de uma questão de idade, mas de má direção de atores.

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RoboCop: Rogue City – Unfinished Business (Teyon/Nacon)

A OmniTower é uma personagem em si. Um cenário fechado, supostamente auto-suficiente, que funciona como um microcosmos no centro de Detroit. A torre de betão, tecnologicamente avançada, mas dividida por castas, é um vislumbre do futuro que a OCP almeja, onde o capitalismo desenfreado colide com a exploração das massas e a mentalidade de grupo para criar um sonho quebrado. Ao contrário de Rogue City, Unfinished Business decorre quase exclusivamente na OmniTower e não temos acesso às ruas características de Detroit. Uma omissão que prejudica fortemente o ritmo da campanha e que torna a progressão mais lenta, como se estivéssemos sempre a percorrer os mesmos corredores e salas em tons brutalistas do princípio ao fim. Mas os temas estão presentes e enquanto subimos os vários andares da OmniTower, temos acesso a uma realidade desconhecida. Um universo paralelo, restrito e fechado, povoado por antigos membros da comunidade de Detroit ou então por pessoas que procuravam um futuro melhor – todos eles enganados pela OCP e abandonados à sua sorte. Até antes da chegada dos mercenários de Graves, a OmniTower já era uma armadilha mortal onde nada funciona, o apoio era mínimo e o crime mantinha-se ativo em todos os seus corredores de betão.

A história dos habitantes da OmniTower é outra ponta solta que nunca é devidamente abordada pela Teyon. A sua introdução é forte, mas não existem histórias pessoais fortes ou personagens memoráveis para nos prenderem à ação e ao futuro da torre megalítica. A falta de cenários mais variados é um problema constante e a linearidade sufocante da campanha cria uma ideia de repetição que nunca conseguimos afastar. No entanto, existem alguns polos de interesse e pequenas comunidades que procuram caraterizar a OmniTower como um palco de sonhos quebrados. A Notown é um dos destaques, uma cidade improvisada, criada por alguns dos habitantes que se fartaram da ausência de apoio da OCP e que vivem agora à margem da lei. A cidade apresenta um aspeto artesanal, sem ordem ou planeamento, como se tivesse sido construída à medida que mais pessoas se juntavam à sua causa. A cidade não é propriamente interessante no seu level design ou na forma como aproveita os cenários para expandir a narrativa visual de Unfinished Business – o worldbuilding é quase todo relegado a programas de rádio, que podemos encontrar espalhados pelas salas da torre -, mas é uma tentativa interessante que deveria ser a norma e não a exceção num jogo com pouca alma. É também na Notown que encontramos uma zona mais explorável, com vários caminhos alternativos, novos NPC com quem podemos interagir e até missões secundárias que podemos terminar.

A falta de consistência visual também é mais notória em Unfinished Business, muito graças às restrições da OmniTower. A Teyon teve menos espaço e variedade para trabalhar, e os problemas de otimização são muito visíveis quando espelhados sobre os cenários monocromáticos e quase retangulares da torre. Há uma enorme falta de cor e de efeitos volumétricos, uma grande diferença quando comparada às ruas de Detroit, que roçavam ocasionalmente o fotorrealismo. A presença de cenários destrutíveis é um ponto positivo porque enaltecem a intensidade dos confrontos, mas claramente foi um impedimento ao polimento do jogo. De facto, a OmniTower é tudo menos memorável, pouco imaginativa ou surpreendente no seu design, e a presença constante de bugs é um desapontamento.

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RoboCop: Rogue City – Unfinished Business (Teyon/Nacon)

Unfinished Business está mal otimizado, ao ponto de sentir que foi lançado com uma versão incompleta e mal testada, tais são os seus problemas. O primeiro bug que encontrei foi durante uma das cutscenes iniciais, onde todas as personagens desapareceram e a câmara decidiu assumir um ângulo que mostrava apenas o interior dos cenários. As vozes também desapareceram, à exceção de Peter Weller, e o que poderia ter sido um momento introdutório e de exposição narrativa acabou por ser um presságio para o resto da campanha. Este problema de alinhamento em campo, com a câmara a ficar perdida entre os pontos de interação, voltou a acontecer durante uma das cinemáticas mais importantes da campanha. Enquanto o jogo se esforçava para apresentar algumas das revelações mais inesperada da história, como o papel de Miranda no programa RoboCop, a câmara decidiu ficar novamente presa nos cenários.

Estes tipos de problemas não eram raros em Rogue City, mas também não eram tão constantes como aqui. Ao longo das minhas oito horas com Unfinished Business, não me lembro de ter ficado mais de 10 minutos sem encontrar um bug. Fossem armas que desapareciam, modelos na posição T, efeitos sonoros cortados, mau lip-sync ou texturas que não carregavam, Unfinished Business parece preso por fios e espero que a Teyon resolva estes problemas através de patches. A minha paciência quase chegou ao fim durante a missão nove, onde temos de sobreviver ao longo de vários confrontos sem a nossa arma automática, a Auto-9. No papel, o jogo quer que consigamos conciliar a utilização de objetos que encontramos no cenário com as armas que podemos roubar aos nossos inimigos, trocando constantemente entre estas opções para colmatar a ausência da arma icónica. O problema é que o jogo decidiu não me deixar trocar de armas. A partir do momento em que apanhei uma das armas inimigas, o jogo quebrou-se e deixou de registar a troca de armas. Por mais que tentasse, não conseguia fazer qualquer mudança, o que me deixou numa posição demasiado vulnerável em combate. Isto podia ter sido um momento de aprendizagem que me obrigaria a utilizar melhor as mecânicas do jogo, mas não foi o caso. As sequências de combate não estão pensadas para esta ausência das armas e fui obrigado a reiniciar várias vezes as mesmas sequências de combate até conseguir ter sorte e seguir em frente.

No entanto, é importante não esquecer que Unfinished Business não é uma sequela e sim uma expansão. Um novo episódio na saga Rogue City que procura expandir ligeiramente os acontecimentos do jogo anterior e dar-nos um novo olhar sobre RoboCop, a OCP e de Alex Murphy antes da sua ressurreição. As surpresas são poucas, como seria de esperar, já que Unfinished Business manteve as mesmas mecânicas introduzidas em Rogue City, misturando longas sequências de combate – onde podemos colocar à prova as habilidades cibernéticas de RoboCop e utilizar um leque extenso de armas – e momentos de exploração e investigação que procuram injetar alguma variedade numa jogabilidade que é mais familiar do que inovadora. Até a estrutura das missões secundárias pouco mudou, ainda que sejam mais raras e menos memoráveis nesta expansão, levando RoboCop a investigar locais de crime e a procurar itens ou pessoas desaparecidas enquanto navega pelos corredores de betão da OmniTower.

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RoboCop: Rogue City – Unfinished Business (Teyon/Nacon)

As habilidades de RoboCop e a progressão da campanha continuam idênticas ao que vimos em Rogue City. Os pontos de experiência, que são conquistados através da conclusão das missões ou da recolha de colecionáveis, são revertidos em pontos de habilidades que usamos para desbloquear novas opções passivas e ativas. A árvore de habilidade é praticamente idêntica à apresentada em Rogue City e é quase descartável na forma como foi implementada sem ser revisitada e otimizada para uma jogabilidade mais centrada no combate. A progressão divide-se assim por habilidades incrementais e na melhoria da Auto-9, que pode ser expandida através de componentes e chips. A icónica arma de RoboCop é o destaque do jogo, até mesmo quando comparada ao novo cryo cannon – um canhão congelante que é eficaz contra todos os inimigos em campo -, muito porque é a única que goza de um sistema de evolução. Através dos componentes, que podem ser equipados exatamente como vimos em Rogue City – sobre um circuito em formato de puzzle onde temos de encaixar peças enquanto evitamos penalizações e melhoramos os atributos da arma –, a Auto-9 pode ficar imparável, ao ponto de se tornar desequilibrada. Balas infinitas, disparo completamente automático, componentes anti-armadura, rapidez no recarregamento: tudo isto faz parte do leque de atributos que podemos adicionar à arma.

Apesar de existirem momentos de investigação e exploração, como acontece em Notown, Unfinished Business é 80% centrado em combate. A campanha é também mais linear e caminhamos entre sequências de combate, às vezes sem termos tempo para respirar. Sejam mercenários, androids, turrets, drones ou os ciborgues Otomo – naquela que é mais uma aproximação a RoboCop 3 (e existem várias neste jogo) –, os confrontos podem ser intensos e até difíceis no modo normal. Mesmo com problemas de polimento, Unfinished Business não tem quaisquer problemas em encher os cenários com mercenários, seja a correr contra nós ou então em posições superiores enquanto disparam à distância. RoboCop não é um tanque invencível e a velocidade joga contra si, então é necessário encontrar locais seguros e recuperar a energia sempre que possível. A procura pelos recipientes com energia é uma constante em Unfinished Business e até melhorarmos a Auto-9, o jogo nunca deixa de ser desafiante devido aos números elevados de inimigos em campo e à constante destruição à nossa volta. Mas é também cansativo e um pouco desmoralizante quando todos os confrontos são idênticos, os cenários oferecem poucas oportunidades estratégicas e a AI não é muito imaginativa para nos obrigar a jogar de outra forma.

RoboCop: Rogue City foi um milagre. Um milagre menor, daqueles que pouco ou nada mudam a nossa vida, mas que conseguiu cumprir as esperanças dos fãs. Contra todas as expectativas, depois de vários anos sem uma adaptação, Rogue City conseguiu ressuscitar a série com uma sequela corajosa que almejou encaixar-se entre o segundo e terceiro filmes, assumindo-se como uma continuação sólida para a personagem. A exploração do passado de Murphy, o impacto das suas memórias e até as questões morais que a sua ressurreição acarreta são temas que tornaram Rogue City mais forte e ambicioso. Já Unfinished Business não é capaz de atingir estes picos, focando-se mais no combate e num cenário mais restrito e muito menos visualmente cativante do que a cidade de Detroit. É uma experiência condensada com boas ideias que podiam ter complementado perfeitamente a história iniciada em Rogue City, mas algo falhou. A história sem um fim impactante, o combate repetitivo e os problemas constantes de otimização selaram o destino desta expansão. Se Rogue City foi um sinal de esperança para o futuro, Unfinished Business é um presságio para o que nos poderá esperar.

Cópia para análise (versão PlayStation 5) cedida pela Upload Distribution.

João Canelo
João Canelo
Crítico de videojogos, Guionista, Professor e o responsável pelo melhor mortal nas aulas de Educação Física em 2002. Um aficionado por jogos peculiares.
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