As Canções que ninguém quis de Bárbara Tinoco e convidados também merecem ser ouvidas e homenageadas

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Mais que um concerto, foi uma conversa reconfortante sobre música. O público pôde escutar as canções que ninguém quis cantar, algumas nunca antes ouvidas. Bárbara Tinoco acabou o espetáculo a elogiar o público torrejano como “o melhor público de sempre”.

Bárbara Tinoco, com 24 anos, é uma das mais conhecidas cantoras da nova geração de vozes portuguesas. Tornou-se conhecida em 2018 num programa de televisão que não ganhou, mas isso não a impediu de, três anos mais tarde, receber o Globo de Ouro para Melhor Intérprete.

No início deste ano, a cantora anunciou uma digressão nova com um conceito um pouco diferente do normal. As Canções que ninguém quis é um espetáculo dinâmico que junta em palco Bárbara e convidados, numa conversa sobre rejeições, música e músicas rejeitadas.

A tour passou pelo Teatro Virgínia, em Torres Novas, no passado sábado, dia 1 de abril. Foi recebida por uma sala cheia para ouvir músicos a falar sobre música, em cerca de uma hora e meia de homenagem à arte. Nós também lá estivemos e deixamos aqui a nossa análise.

Pouco passava das 21h30 e o palco ainda estava por montar. Estava um pouco vazio, sem grandes adereços, mas isso já fazia parte do espetáculo.

De repente, uma voz começou a ecoar pelo teatro. A voz pertencia a Tito Couto, o “moderador” de serviço, que apresentou os convidados à medida que iam entrando no palco. Carolina Deslandes, Tyoz, Feodor Bivol, o guitarrista da noite, e Bárbara Tinoco, a anfitriã do evento, apressaram-se a montar e arrumar os adereços em cima do palco, que se transformou num corredor de um supermercado especial, dedicado à música e à magia por detrás do que ouvimos na rádio ou internet.

Com o cenário montado, é hora de sentar e falar do elefante na sala, como Bárbara referiu. E quase que literalmente, pois ao longo de todo o espetáculo, um “elefante”, ou alguém vestido como um, passeou pelo palco a importunar, de uma maneira divertida, os artistas e a interagir com o público, onde estavam presentes muitas crianças pequenas que riam e diziam adeus ao animal de duas patas.

Naquela hora e meia era expressamente proibido gravar, o que fez com que os seguranças do espaço tivessem que avisar muitas pessoas no público. Tratava-se de uma questão de respeito para com os artistas e para com as músicas que foram cantadas, algumas delas nunca antes ouvida pelo público. Contudo, Carolina Deslandes desafiou a plateia a gravar uma das músicas outrora oferecida a Bárbara Bandeira. Rapidamente descobriu que isso não era autorizado, o que levou a várias gargalhadas por parte do público.

Parte podcast ao vivo, parte concerto, vários foram os momentos divertidos durante o espetáculo, onde as pessoas puderam saber um pouco mais sobre os “bastidores” da produção musical, além de ficarem a conhecer os artistas como são fora de um ambiente de concerto. Algumas das perguntas levaram a algum desdém para com produtoras ou outros artistas, mas Tito, que guiou a conversa, também procurou aligeirar a conversa com trocadilhos.

Praticamente todas as músicas cantadas, como já referimos, eram desconhecidas do público, à exceção de duas. “Sei Lá”, de Bárbara Tinoco, e “Avião de Papel”, de Carolina Deslandes, foram cantadas praticamente em uníssono pela sala cheia, o que esperamos ter convencido os autarcas do município presentes no teatro a trazer mais vezes artistas deste calibre. Também houve espaço para a revelação de algumas colaborações futuras – que não vamos dizer aqui, obviamente… – e novas músicas, e até para funk brasileiro e uma música em punjabi, ambas pela voz de Tyoz.

Mas não só de canções e conversa se fez a noite. Um dos momentos mais divertidos da noite foi proporcionado pelo elefante, na sua tentativa de resolver um problema técnico. Aqui a falha tem que ser apontada à equipa do Teatro Virgínia, ao providenciar não um, mas dois cabos estragados a Bárbara, que precisava deles para uma parte importante do espetáculo. Ver um elefante a trocar um cabo foi algo divertido de se ver, mas poderia ter sido evitado até alguns minutos antes do “levantar da cortina”.

Por várias vezes ao longo da noite, Bárbara elogiou o público torrejano, chegando a afirmar que foi o melhor público de sempre. Se alguém tiver dúvidas das palavras da anfitriã, a prova está no Instagram, para que qualquer pessoa possa confirmar. Isto reforça a vontade de Torres Novas em ouvir grandes artistas nacionais.

Outra prova do amor e carinho dos fãs de Torres Novas pelos artistas foi o que aconteceu no fim do espetáculo. Após as despedidas e a vénia final, o público não arredou pé, não se levantou, e após mais de cinco minutos a entoarem “Só mais uma!” as centenas de pessoas presentes convenceram Bárbara e Feodor a regressarem ao palco. A cantora admitiu ser o primeiro encore da digressão As Canções que ninguém quis, e ao jeito de “discos pedidos”, foram os fãs a escolher o mais recente single da artista, “Chamada Não Atendida”, que encerrou o espetáculo.

A digressão Bichinho continua, mas este foi o último espetáculo anunciado da tour As Canções que ninguém quis. Este mês seguem-se o Sagres Campo Pequeno, dia 22, e Beja, no dia 30.

Bárbara Tinoco tem o Altice Arena reservado para dia 12 de outubro de 2024 e os bilhetes já estão à venda. Este verão passa pelos festivais NOS Alive e Meo Marés Vivas, 8 e 15 de julho, respetivamente, em dupla com Carolina Deslandes.

Fotografia: Facebook Teatro Virgínia

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