“Há mais de 20 e tal anos que não jogava ativamente” – O regresso aos videojogos de Mário Trindade com o PlayStation Access

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O PlayStation Access já está disponível para a PlayStation 5 e fomos conversar com Mário Trindade, atleta paralímpico e um dos primeiros jogadores com o novo comando acessível da PlayStation 5.

Foi durante a adolescência que Mário Trindade se viu obrigado a parar com as suas atividades favoritas, como o atletismo, devido ao estado avançado da sua escoliose. Obrigado a adaptar a sua vida a uma cadeira de rodas, Mário não perdeu o sonho de voltar ao mundo do desporto e lançou-se numa nova aventura ao estrear-se no Basquetebol em cadeira de rodas. Aventura essa que o levou até ao Campeonato Nacional e à Taça de Portugal da modalidade durante meia década e, já em 2002, a fazer parte da nossa seleção nacional.

A carreira de Mário Trindade é feita de medalhas. O atleta paralímpico, que atualmente pratica Ténis em Cadeira de Rodas, foi somando várias conquistas, destacando-se uma Medalha de Ouro em 100 metros em 2018, no Campeonato da Europa em Berlim; a sua primeira medalha de bronze nos 100m no Campeonato da Europa, em Swansea no ano de 2014; em 2016, a participação nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro; e, antes de tudo isso, em 2007, um impressionante recorde registado no Guinness World Records, após ter feito 182,4km em cadeira de rodas em 24 horas, no Estádio de Vila Real.

Mas antes destas conquistas, Mário recorda um pequeno período da sua vida, que o ajudou a manter-se ativo e entretido. Durante cinco anos, trabalhou num salão de videojogos, onde nos conta que “jogava lá quase todos os dias, naquelas máquinas de moedas e de flippers”. E onde destaca Street Fighter como um dos jogos de arcada disponíveis nesse salão.

Hoje, em 2023, Mário partilha connosco que “há mais de 20 e tal anos que não jogava ativamente”. Agora, com o lançamento do PlayStation Access para a PlayStation 5, o atleta reencontra um hobby que espera explorar um pouco mais depois dos seus treinos.

Um novo comando adaptativo

Para quem não segue com regularidade a indústria dos videojogos, o PlayStation Access é um novo comando de acessibilidade desenhado pela PlayStation que procura proporcionar novas formas de jogar a mais jogadores, dentro do ecossistema da mais recente consola da Sony. O PlayStation Access pode ser configurado e editado, de acordo com as necessidades do jogador, devido ao seu formato modular, com botões de acesso de grandes dimensões e um analógico especial. O que era inacessível e incómodo com um comando regular para muitas pessoas, passa a ser personalizável para qualquer necessidade especial.

Não é o primeiro comando adaptativo existente no mercado. A Xbox também conta com uma solução semelhante e, durante várias gerações, a comunidade de jogadores criou soluções de acessibilidade, mas nunca – ou muito raramente – oficiais. Esta aposta da PlayStation dá agora continuidade a um trabalho contínuo em abrir os seus jogos a cada vez mais jogadores. Se os estúdios já desenvolviam ferramentas de acessibilidade para que pessoas com deficiências audiovisuais pudessem experienciar as suas aventuras virtuais, agora são as pessoas com dificuldades motoras que se podem juntar, de forma mais confortável, a este mundo.

Há mais de 20 e tal anos que não jogava ativamente

No caso de Mário, o atleta diz-nos que conseguiria pegar num comando tradicional, como um DualSense, e jogar. No entanto, a sua condição física é limitadora o suficiente e a experiência não seria confortável.

A minha condição não me permite jogar durante muito tempo. Posso pegar num comando, mas preciso de estar encostado. De forma normal, ao fim de 5 ou 10 minutos, torna-se desconfortável. Por isso, nunca joguei muito. Com o PlayStation Access, posso colocá-lo numa mesa ou superfície e torna-se muito mais agradável”, partilha Mário, destacando que o simples apoio do novo comando já é o suficiente para se lançar ao hobby.

O atleta paralímpico também nos explica que já havia experimentado voltar aos videojogos no passado, mas apenas em casa de familiar e amigos, alguns dos quais, mais recentemente, o relembravam que “a PlayStation vai lançar um novo comando”, mas Mário admite que sempre teve algumas dúvidas se seria uma ajuda eficaz.

Agora com acesso ao PlayStation Access e à PlayStation 5, que lhe foram cedidos pela PlayStation Portugal, Mário partilha com entusiasmo que, afinal, o comando realmente melhora as suas experiências. “Agora pego num carro do Gran Turismo e sem querer já passaram duas horas e meia. É muito divertido!

Gran Turismo 7 tem sido onde Mário tem gasto mais tempo nas suas sessões pós-treino e explica-nos que a sua forma de jogar é relativamente simples, porque o jogo, apesar da complexidade da simulação, requer pouca destreza motora. “Com o Gran Turismo, posso usar apenas o PlayStation Access, em cima de uma mesa, e conduzir com o analógico e acelerar com os botões. Se for um jogo mais complexo de ação, uso o PlayStation Access juntamente com o comando normal da PlayStation (o DualSense).”

“Agora pego num carro num Gran Turismo e sem querer já passaram duas horas e meia. É muito divertido!

God of War Ragnarök é um desses casos mais complexos, aponta Mário. Um jogo de ação na terceira pessoa, onde a coordenação e movimento da personagem requerem treino – algo com o qual Mário é bastante familiar. “No God of War, por exemplo, uso os dois comandos. Com o PlayStation Access controlo o movimento do personagem e as suas ações, e com um dos analógicos do DualSense consigo mover a câmara.”

Em conversa com Mário, o atleta ressalva algo muito importante e que é curiosamente bastante discutido nas comunidades de videojogos: a distinção entre dificuldade e acessibilidade. Mário reconhece que God of War Ragnarök tem um nível de dificuldade mais elevado devido à natureza do jogo e ao hábito de cada jogador, algo que o PlayStation Access não muda ou torna imediatamente mais fácil. O que o comando possibilita é que mais pessoas possam experimentar o jogo sem entraves.

O God of War é mais complicado por ter mais ações e ainda estou no primeiro boss. Mas é porque o jogo é mais desafiante e eu sou um novato, um ‘saco de boxe’. Fala comigo daqui a um ano, que com o PlayStation Access vou conseguir chegar mais longe.

A acessibilidade do PlayStation Access não diz apenas respeito à adaptação dos controlos dos jogos, mas também à sua configuração. Quando questionado sobre a sua experiência em configurar o PlayStation Access, Mário considera que é muito intuitivo e que, na primeira vez, demorou “apenas meia-hora” a perceber como fazer o setup. “É muito intuitivo de configurar e os jogos tornam-se divertidos. Montar e configurar isto (PlayStation Access) é muito fácil e rápido. A minha mulher também tem uma deficiência, diferente da minha, e quando a chamo para experimentar, alteramos rapidamente a configuração.”

Ao longo das últimas semanas, Mário sentiu-se convertido ao hobby e animado em chegar ao fim do dia para pegar no seu carro virtual e dar umas voltas no Gran Turismo 7. Para ele, o comando funciona. “Se tivesse tido algo assim mais cedo, hoje já teria jogado muito mais.” Quando questionado sobre a adaptabilidade do PlayStation Access para diferentes tipos de pessoa e com outro tipo de limitações, Mário considera que “é ótimo para quem tem limitações motoras. E até para quem não tem essas limitações e sente dificuldade em entrar nos videojogos”.

O PlayStation Access foi desenvolvido pela PlayStation, com a ajuda de organizações como a AbleGamers, Stack-Up e SpecialEffect, juntamente com os próprios produtores de jogos do grupo PlayStation Studios. O novo comando já está disponível, nos pontos de venda habituais e na loja online PlayStation Direct, a partir de 89,99€.

Para ficarem a conhecer melhor o novo produto, podem visitar a sua página oficial.

Agradecimentos especiais ao Mário Trindade e à PlayStation Portugal para a elaboração desta entrevista.

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