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Parece que não, mas já la vão perto de dois anos e meio desde que vimos (e adorámos) a primeira série de Jessica Jones, que surgia mais sombria e com um aspeto mais noire em relação a DareDevil, a primeira série a nascer do acordo entre a Marvel e a Netflix.
Depois de Jessica Jones, o serviço de streaming brindou-nos com Luke Cage, uma segunda temporada de DareDevil, o mal-amado Iron Fist e, finalmente, Os Defensores, onde reuniram os quatro heróis numa mini-série. E já me esquecia do violento spinoff Punisher.
Mas as saudades de uma segunda temporada de Jessica Jones apertavam. A Netflix ouviu as nossas preces e disponibilizou-nos antecipadamente 5 dos 13 episódios desta segunda temporada e, com este primeiro vislumbre, podemos perceber que esta temporada foca-se num regresso ao passado.
Antes de mais, salientar que, obviamente, têm de ver a primeira temporada. E convém estarem a par dos acontecimentos da série Os Defensores.
Neste lote de episódios disponibilizados, Jessica continua a típica anti-heroína que todos adoramos – mal-humorada, anti-social, viciada em álcool, adepta de sexo com desconhecidos e com um temperamento difícil, pronta a explodir em qualquer momento. Lá no fundo é tudo fogo de vista, pois a segurança daqueles que mais gosta está sempre em primeiro lugar.
Após matar Killgrave (hmm….), Jessica tem um novo objetivo esta temporada: mergulhar no seu passado e perceber como ganhou os seus poderes, além de tentar descobrir os responsáveis por todo o doloroso processo.
A personagem, interpretada por Krysten Ritter, perfeita no papel, está igual a si própria, com a diferença a estar no facto de ver reconhecida a sua enorme força por parte da polícia e público de Nova Iorque devido aos acontecimentos anteriores. Consideram-na uma vigilante, papel que nega perante a sociedade e amigos.
Juntamente com Jessica surge Trish Walker (Rachael Taylor), que acaba por tornar-se numa espécie de sidekick da anti-heroína e, como tal, ganha um papel cada vez mais preponderante na história. Também vamos encontrar Malcolm Ducasse (Eka Darville) e Jeri Hogarth (Carrie-Anne Moss), entre outras caras conhecidas e estreantes nesta segunda temporada.
Sou sincero: os dois primeiros episódios destes cinco disponibilizados são algo chatos. Não só porque não obtemos qualquer vislumbre de um novo vilão, mas porque a própria história demora algum tempo a desenrolar-se. Além disso, a velha premissa de um herói não querer ser considerado como tal, e sofrer com isso, além de aborrecida, é um problema comum das séries e filmes do género.
Todavia, a história melhora consideravelmente a partir do terceiro episódio, o que vos vai deixar colados ao ecrã. Apesar de, novamente, não haver vislumbre de um novo vilão, todas as histórias das personagens da série começam a desenvolver-se a um bom ritmo, havendo revelações surpreendentes que podem levar a uniões inesperadas. Contudo, irão notar a existência de uma ou outra personagem completamente irrelevante em termos de argumento.
Esta segunda temporada pega no melhor que a primeira nos ofereceu: um ambiente sombrio num mundo (aparentemente) normal com uma série de personagens bastante convincentes que ajudam a moldar a personalidade da protagonista.
Pode não parecer, mas Jessica Jones é uma série muito humana, real, e, ao mesmo tempo, entusiasmante. Alguns podem vir a acusar esta segunda temporada de falta de ritmo, mas estes episódios serão dedicados à identidade de Jessica, uma personagem que vive angustiada com o mundo e que não se sente bem na própria pele.
Resta saber se vamos ter um vilão à altura nos oito restantes episódios que ainda não vimos.
De realçar é a dualidade entre homens e mulheres, algo que vem presente desde a primeira temporada. A série demonstra toda a força feminina que existe e prova que não precisamos sempre de séries protagonizadas por atores ou com os típicos clichés para ser bem-sucedida. Nesta segunda temporada, as mulheres ganham ainda mais destaque e os homens um papel mais diminuto.
Os 13 episódios de Jessica Jones foram todos realizados por mulheres. São aqui retratados temas polémicos atuais, como o assédio sexual no trabalho, muito presente na nossa realidade, sendo mostrados e debatidos ao longo dos episódios.
Mais densa e profunda, a nova temporada de Jessica Jones começa a progredir lentamente no início para, depois, captar toda a atenção do espetador.
A segunda temporada de Jessica Jones estreia hoje, 8 de março, data que, coincidentemente, celebra o Dia Internacional da Mulher.