Horizon Forbidden West – Apocalipse no Faroeste do Futuro

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A sequela de um dos jogos que definiram a geração da PlayStation 4 pode não ser uma revolução, mas é uma evolução bem-vinda e deslumbrante.

A Guerrilla Games não sabia disto quando conceptualizou Horizon Zero Dawn, mas o estúdio responsável por Killzone criou, sem querer, o jogo perfeito para mim. Com um recente amor por RPGs de ação em mundo aberto, o estúdio holandês ofereceu-me algo que parecia saído da mais louca das minhas imaginações, um jogo com foco narrativo passado num mundo de criaturas “pré-históricas”, mas robotizadas. Um conceito incrível que me prendeu desde o primeiro momento, quando foi anunciado em 2015.

Em cima da sua ideia tresloucada, Horizon Zero Dawn apresentava-se com visuais incríveis, puxando pelos limites das capacidades da PlayStation 4, e destacava-se também pela sua premissa, pelo tom misterioso e pelo seu lado sci-fi, apesar de todo o aspeto primitivo.

Foi, para mim, um jogo absolutamente incrível, mas com problemas. Problemas esses que me impedem de o colocar no meu top pessoal, em particular pela forma como explorou a sua narrativa, que achava ter um potencial que não chegou a atingir. A história revelou-se demasiado segura, redonda e onde o mistério do status quo daquele mundo desapareceu rapidamente. No fim, com tanta resolução, permaneceu a questão: Para onde é que Horizon poderá ir e recuperar os aspetos que me deixaram apaixonado quando o vi pela primeira vez? Felizmente, Horizon Forbidden West parece ter resposta.

Novos horizontes, nova missão

Seis meses depois dos eventos do primeiro jogo, encontramos Aloy em busca de uma forma de trazer de volta GAIA, a poderosa inteligência artificial, criada por Elisabet Sobeck, que controla e gere uma série de protocolos para a terraformação do planeta, após o apocalipse provocado pela loucura de Ted Faro. No fundo, o plano de Aloy é um pouco semelhante ao da sua antecessora, numa tentativa de garantir que a vida na Terra perseverará, uma vez que, sem GAIA, o mundo entrará em colapso.

Para esta missão, Aloy parte para Oeste e, ao contrário do primeiro jogo, fá-lo com alguma companhia: amigos passados, como Varl e Erend, e caras novas, como Zo, Kotallo e Alva, que se juntam em missões e contam com os seus próprios problemas por resolver.

A estrutura do jogo e a direção da história é, desta vez, mais focada, com especial atenção a novas ameaças, como por exemplo as temidas forças de Regalla, que quer controlar toda a região Oeste e as tribos dos Tenakth, ignorando que existem problemas bem maiores que podem por em causa a sua própria existência.

Apesar de se manter presente, Horizon Forbidden West parece largar um pouco o lado mais geopolítico narrativo do primeiro jogo, que colocava o mistério do mundo e a sua mitologia em segundo plano. No novo capítulo, estes elementos casam melhor e apresentam uma premissa mais fantástica e emocionante, ao ponto de reescrever pontos anteriormente fechados ou de finalizações dúbias, tudo feito, obviamente, com alguma previsibilidade, mas também com um elegância suficiente para nos manter interessados no que realmente vem a seguir.

E isto não é possível apenas através do foco da escrita do jogo, mas pela sua execução, ao apresentar-nos um mundo rico e extremamente vivo. Seja por máquinas, fauna ou NPCs fascinantes e cativantes que povoam abrigos e gigantes aldeias nas suas rotinas e afazeres.

Uma das grandes novidades de Horizon Forbidden West está precisamente nas interações com outras personagens, com uma direção mais dinâmica e cativante de acompanhar, reminiscente do trabalho da Bioware. E, mais importante, todos os NPCs têm uma apresentação única e perfis quase memoráveis, tornando a escolha de falar com eles e até participar nas missões extra do jogo muito mais convidativa. Em particular, destacam-se os NPCs principais, o elenco de personagens que já aqui mencionei, que servem de âncora emocional para a nossa história, explorando as relações que têm com Aloy e com o mundo, oferecendo também missões importantíssimas para a história em momentos chave ou a partir da Base, um novo HUB central que vamos revisitar várias vezes.

No fundo, a Guerrilla Games fez algo que eu, mesmo com as minhas mais loucas expectativas, não imaginava: deu-nos aqui o seu Mass Effect, o segundo em particular. Um sentimento que carreguei comigo até ao fim desta aventura ao encontrar semelhanças a nível de estrutura de jogo, de narrativa, de design e, por vezes, até de premissa, algo que, pessoalmente, abracei com um enorme entusiasmo e sorriso na cara.

À descoberta do Oeste Proibido

É também importante destacar como Horizon Forbidden West aborda a progressão e a navegação do seu mundo aberto de forma a não cometer os erros comuns do género. E isso faz-se com uma excelente seleção e curadoria de eventos e atividades para manter até as mais pequenas viagens divertidas. Horizon Forbidden West já não é apenas um mundo aberto com monstros robôs. Eles existem, são mais e estão mais ferozes, mas, por vezes, à semelhança do que The Last of Us Part II fez, em que as ameaças ambientais são apenas parte do mundo, existe muito mais para explorar.

Continuamos a ter missões de caçadas e desafios para cumprir, mas tudo parece mais focado. E mesmo durante a navegação pelo mundo, são mais constantes os momentos em que queremos fugir destas criaturas do que as confrontar, o que resulta em momentos tensos e emocionantes, ao contrário de simplesmente “limparmos áreas”.

Todas as missões secundárias e opcionais contam com pequenas histórias interessantes que nos levam a locais do mapa que só iríamos lá por curiosidade, resultando quase sempre numa recompensa interessante, como uma arma, armadura ou uma peça especial para craft. Há sempre um incentivo extra dependendo daquilo que queremos fazer e nunca parece obrigatório para a nossa satisfação, mas que ajudam a marcar o compasso da missão principal de Aloy.

Já a nível de colecionáveis, estes também foram revistos. Os logs são mais fáceis de alcançar e, por vezes, incluem informações importantes para a resolução de puzzles ambientais em ruínas, que piscam os olhos às aventuras de Lara Croft ou de Link.

Há muito para fazer no novo mundo deste Oeste do futuro, mas tudo parece pensado e limado, sem se tornar propriamente enfadonho ou obrigatório. Além disso, temos ainda uma série de atividades mais compostas para os jogadores que querem passar mais tempo no jogo, desde arenas de combate para por à prova as habilidades de Aloy, a trials com desafios que servem também de tutoriais de jogabilidade, a um novo jogo de tabuleiro com influências em damas e xadrez, com peças para colecionar.

Ir de ponto A a ponto B, explorar aqui e ali, num mapa que se estende para lá do Colorado, com a condensação de metade do continente norte-americano, com novos e emocionantes biomas inspirados nos desertos de Nevada, na cidade perdida de Las Vegas, nas ruínas de São Francisco e nas zonas montanhosas mais a norte, representam apenas a superfície do que Horizon Forbidden West tem para oferecer. A fasquia da aventura está mais elevada, há mais conteúdo e a jogabilidade é, igualmente, mais profunda.

O teu estilo, as tuas armas, a tua forma de jogar

Para quem vem de Horizon Zero Dawn para Horizon Forbidden West, posso confirmar que se vão sentir em casa. Os controlos são muito familiares, uma vez que Aloy move-se de maneira semelhante, mas as oportunidades de combate são incrivelmente maiores. A Guerrilla aprofundou a jogabilidade com novos combos de combate, novas animações, armas e habilidades especiais que se multiplicam de acordo com as escolhas e o estilo de jogo do jogador.

Uma série de árvores de habilidades mais afinadas ajuda-nos a concentrar mais pontos ganhos numa determinada faceta de Aloy, como, por exemplo, o recurso ao combate corpo a corpo, combate ao longe, proteção, saúde ou técnicos, levando à letra o elemento RPG. E dada esta natureza de escolha, é possível avançar até ao fim da história principal sem nunca nos sentirmos verdadeiramente overpowered, algo que era mais facilmente atingido no primeiro jogo.

A jogabilidade é mais fluida e intuitiva e temos acesso a um grappleshot que nos permite escalar e aceder a pontos mais altos durante a navegação ou estrategicamente durante os combates e perseguições, combinando com ataques. A fluidez das animações e a liberdade de escolhas durante os momentos mais tensos tornam cada confronto único e extremamente cinemático, graças ao incrível trabalho de câmara e aos visuais que já iremos falar.

Junta-se à profundidade na jogabilidade, onde temos total controlo, a preocupação de descobrirmos os pontos fracos das máquinas e dos humanos, as suas fraquezas e defesas em combate. Algumas destas características vêm de Horizon Zero Dawn onde, por exemplo, em caçadas tínhamos uma experiência muito inspirada em Monster Hunter, algo que aqui é elevado ao extremo, com estes elementos a sentirem-se mais presentes. A dificuldade momentânea de um confronto depende severamente das armas e dos tipos de munições que temos na nossa posse, que, em dificuldades de jogo mais elevadas, podem fazer toda a diferença. Uma seta no sítio certo pode ser fatal para o inimigo, por outro lado, numa zona mais protegida, vamos gastar mais recursos e prolongar muito o tempo de combate.

Razões pelas quais o cuidado e o convite à troca de armas e armaduras são constantes, algo que é muito bem-vindo, uma vez que Horizon Forbidden West dá-nos um leque muito mais variado e interessante de fatos para Aloy, com diferentes características de proteção, designs e alguma personalização. Temos também um maior leque de armas muito divertidas, especialmente se se usarem no contexto certo.

Um mundo de cortar a respiração

Para falarmos dos aspetos técnicos de Horizon Forbidden West, é necessário recordar que este é um jogo cross-gen. Isto é, com lançamento na PlayStation 4 e PlayStation 5. Um projeto que, segundo a Guerrilla Games, foi feito a pensar nas duas gerações desde o início de produção. Para esta análise, joguei Horizon Forbidden West na sua melhor versão, na PlayStation 5, e não há dúvida nenhuma que é um belíssimo jogo, com a apresentação de um mundo de cortar a respiração.

O salto visual de Zero Dawn para Forbidden West faz-se sentir logo nos primeiros momentos. Após um breve recap em vídeo pré-renderizado dos eventos do primeiro jogo, Horizon Forbidden West fez-me saltar da cadeira e aproximar-me da televisão para ter a certeza que estava, de facto, a correr o jogo em tempo real. Logo de seguida, temos uma primeira missão extremamente densa em detalhe, bem desenhada, com cores vibrantes e uma qualidade de imagem excelente e clara, no modo de Qualidade a 30FPS.

A atenção ao detalhe da vegetação, adereços, criaturas e personagens é incrível e, graças ao novo sistema de iluminação refinado do Decima Engine, tudo salta à vista no ecrã – há dimensão e profundidade. Já Aloy conta também, na PlayStation 5, com um truque de iluminação que ajuda a criar cenas mais cinemáticas mesmo durante os momentos de jogo.

Contudo, apesar destes elogios e de incríveis momentos na jogabilidade, este é claramente um jogo de início desta geração e com algumas falhas de consistência visual. Ao longo da jornada deparei-me com cenários menos bem trabalhados ou estranhas decisões de iluminação de cenário que afetam a perceção dos objetivos a tomar. Outras vezes, a altura do dia – graças ao ciclo dia noite do jogo -, compromete o potencial dos visuais do jogo, como por exemplo a noite, que é exageradamente escura, mesmo com um ecrã bem calibrado.

Ao longo das minhas quase 70 horas de jogo, onde demorei 47 a fazer a história e uma quantidade simpática de atividades secundárias, tive a oportunidade de jogar uma versão de pré-lançamento do jogo que me deixou um pouco preocupado com uma série de bugs e glitches visuais que entretanto foram tratados com o Patch do Dia 1.

A razão pela qual estou a partilhar esta informação é que nem tudo foi tratado e pequenos momentos de pop-in de elementos à distância poderão ocorrer de tempos a tempos, e outros elementos, como estruturas e rochas ao longe, podem, por vezes, parecer de baixa qualidade. Ao mesmo tempo, esta nota serve também como garantia de que a Guerrilla Games está atenta e que outros patches poderão melhorar algumas arestas rapidamente.

Ainda assim, não me confrontei com nenhum problema que bloqueasse o jogo ou me retirasse imersão do mesmo. No geral, Horizon Forbidden West continua tecnicamente impressionante a maioria do tempo.

Uma experiência imersiva

Com duas opções gráficas, a de Qualidade e Desempenho, temos uma mais valia e um sacrifício. De um lado, jogamos a uma resolução maior com uma incrível qualidade de imagem, mas apenas a 30FPS, e, do outro, temos acesso a uma resolução inferior, aparentemente dinâmica, que atinge os 60FPS.

A minha preferência foi para o modo de qualidade, não só por sentir uma clareza muito superior na imagem, que ajuda na degustação visual, mas também por os 30FPS serem fluidos e extremamente responsivos, especialmente com o motion blur ativado nas definições.

No modo de desempenho, os 60FPS fazem-se sentir imensamente, tornando tudo mais vivo e orgânico, mas o corte da resolução é, infelizmente, demasiado grande para o meu gosto pessoal. Portanto, será uma escolha que varia de jogador para jogador.

É também de realçar o suporte garantido do DualSense, com a vibração háptica de acordo com os terrenos e ações que tomamos, e os gatilhos com resistência quando usamos as armas, onde se destaca, obviamente, o arco e flecha. No entanto, embora a implementação seja boa, gostava que a intensidade destes efeitos fosse um pouco maior, ou que houvesse opções para a ajustar, dado que uma sessão de nove horas é o suficiente para gastar toda a energia do comando.

De regresso temos os sons saídos do DualSense, algo que o primeiro jogo tirou bastante partido bastante com o DualShock 4, e que aqui se mantém, quando ouvimos o jogo pelas colunas da TV ou sistema de som.

A implementação não é muito extensiva, como em Astro’s Playroom, onde o feedback haptico é acompanhado quase sempre por sons, mas, durante o uso de todas as armas e em momentos de ataque com a lança, temos pequenos indicadores sonoros que ajudam a comandar o ritmo da ação e a efetuar combos. O interessante aqui é que esta experiência acaba por ser mais notória neste registo, com o som do jogo a sair de colunas.

Outra forma imersiva de se jogar é com auscultadores, sejam ligados ao DualSense ou wireless. Para tirar partido do áudio 3D do jogo, usei os Sony Pulse 3D Midnight Black, e não podia ter ficado mais satisfeito, com o seu som claro espacial a levar-me para dentro do jogo, ouvindo todos os sons do deserto ou das florestas, com perfeita noção da direção dos sons das máquinas e animais no horizonte.

Regista a tua aventura com Aloy

Horizon Forbidden West regressa com um modo de fotografia, uma componente à qual dou muito valor e que, no jogo anterior, mudou por completo a forma como esta ferramenta é implementada em videojogos. Horizon Zero Dawn foi o catalisador da popularidade de um modo raramente implementado em videojogos (grande exceção para os jogos de corrida), com os estúdios da Sony a apostarem fortemente nesta componente nos seus títulos, aproximando jogadores, artistas e toda a comunidade, que foram descobrindo assim uma nova forma de partilhar a paixão pelos jogos. Portanto, pode-se dizer que as minhas expectativas com o modo de Horizon Forbidden West estavam elevadas.

À superfície, o modo de fotografia de Horizon Forbidden West é bastante familiar para quem veio do jogo anterior, com menus e opções semelhantes. Contamos com um leque aumentado de poses para Aloy, podemos mudar a hora do dia, fazer timelapses em vídeo e há um novo foco automático, mas infelizmente existem algumas limitações. O alcance da câmara é curto, impedindo a captura de grandes planos, e o ajuste do zoom não é livre, contando apenas com a opção de diferentes graus de aproximação de valores bem arbitrários. É um pouco desapontante ver um modo destes com o potencial limitado, especialmente quando temos um mundo tão belo e cheio de situações tão emocionantes para explorar. Convém referir que este apontamento não compromete a minha opinião do jogo em si e que espero que a Guerrilla Games, com tempo, implemente novas formas de usar o modo.

O pós-apocalipse nunca foi tão deslumbrante

Horizon Forbidden West não é um jogo perfeito, e reservo-me em alguns pormenores para não estragar as surpresas, mas tenho de reforçar que algumas das reviravoltas narrativas conseguiram superar as minhas expectativas iniciais para esta jornada de Aloy. Por isso, não se aflijam: é um excelente videojogo e mais uma espetacular aposta da PlayStation para este emocionante ano de grandes lançamentos.

A Guerrilla Games consegue, assim, oferecer um jogo que é a definição de uma sequela, neste caso num jogo maior, melhor e mais belo. Parecia ser difícil imaginar um Horizon mais emocionante depois de esmiuçarem tanto a sua mitologia, mas abraçando tudo o que Horizon Zero Dawn parecia tímido em apresentar, temos uma jornada épica que várias vezes sai do sci-fi e entra na fantasia de formas inesperadas e satisfatórias, deixando água na boca para mais aventuras neste mundo.

O pós-apocalipse nunca foi tão deslumbrante com Horizon Forbidden West e tal não se deve apenas aos visuais ou às belas vistas e cenários variados que vamos visitando bioma após bioma. Deve-se também à riqueza deste mundo, às formas como as máquinas vivem nos seus habitats, como as novas tribos primitivas contam histórias com os seus designs exóticos e como agem e reagem no mundo; deve-se ao incrível elenco de personagens que nos acompanha, com quem forjamos um laço ao longo de meia centena de horas e que nos marca para sempre; e, por fim, à própria Aloy, que apresenta aqui um perfil mais forte, seguro e determinante, fazendo justiça à fantástica mascote que representa atualmente a PlayStation.

No fim, é também impossível afastar a mensagem ambiental que Horizon Forbidden West quer transmitir e que, ao longo do jogo, se transforma também numa série de comentários críticos ao estado atual do mundo e ao egoísmo e narcisismo daqueles que têm o poder e que ignoram as suas responsabilidades em troca dos seus interesses.

Horizon Forbidden West é assim: mais e melhor. Como outros títulos que, ao longo da história dos videojogos, foram definindo o que pode ser uma sequela, a Guerrilla Games dá-nos um novo exemplo. Não é uma revolução, mas é uma evolução, num jogo que vai fazer as delícias de quem já era fã e que pode muito bem surpreender aqueles que não se deixaram encantar pela primeira vez.

Horizon Forbidden West tem lançamento no dia 18 de fevereiro, na PlayStation 4 e PlayStation 5.

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Cópia para análise (versão PlayStation 5) cedida pela PlayStation Portugal.

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