Grid Legends – O filho prodígio de street racing da Codemasters regressou

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Desde 2008 que Grid foi experimentando várias formulas e em 2022 não é exceção, apresentando uma carreira narrativa e dramática num jogo que se distancia cada vez mais da simulação.

Mal liguei o jogo, fui surpreendido por um modo história que teve o seu início automático, ainda antes de ter a hipótese de testar as nuances do simulador. Podia ter ignorado, mas deixei o jogo guiar-me para uma experiência mais espontânea e deduzi duas coisas nos primeiros minutos: o modo história tem sequência cinemática teatral e Grid Legends é um jogo de condução arcade.

Ao contrário da maioria dos jogos que contêm sequências cinemáticas, onde por vezes os gráficos deixam a desejar ou são muito insípidos, a Codemasters apostou em contratar atores, desenvolver uma história convincente, criar guiões e gravar. O produto final é híbrido, segmentado entre as filmagens teatrais fora de pista e o videojogo na hora de subir para o carro e correr. Acaba por ser um género de Drive To Survive (mais humilde), envolto em drama e intriga, com foco numa das equipas (pela qual o jogador vai correr) e com atenções repartidas entre alguns dos rivais mais próximos.

O elenco do modo de história não é digno de nomeações de prémios, mas cumpre minimamente com o esperado para o que é, principalmente Ncuti Gatwa (ator que é um dos protagonistas em Sex Education). Em relação ao enredo, sem querer dar spoilers, podem esperar conflito constante e uma sequência estruturada ao longo de mais de um ano de batalha dentro de pista. As corridas em si, bom, refletem muito do que vão experienciar ao longo do jogo, que esmiuçarei mais à frente.

Podem também esperar algumas horas de entretenimento com este modo cinemático e aconselho vivamente a começarem a vossa demanda neste jogo por aí. Dado que o modo carreira começa onde acaba o modo história, mais sentido faz começar por aí.

Ainda que tenha apreciado o jogo na hora de o jogar, propriamente dito, não fiquei grande fã da estrutura do mesmo. A aba de home não é convidativa. A estrutura do modo de carreira é baseada em desafios por categoria, contudo, caso queiram fazer personalizações, terão de ir à penúltima aba da equipa para personalizar o perfil da mesma e o vosso perfil de piloto. É também na aba de equipa que gerem os patrocinadores, o desenvolvimento do carro e o parceiro de equipa. Não faz grande sentido esta separação, muito menos em abas tão distantes. Não estava familiarizado com a franquia de Grid e dei por mim um bocado perdido nos menus que de user friendly têm pouco.

Voltando às corridas, que são o combustível que fazem o jogo andar, o essencial a reter é que, durante as mesmas, vão ganhando pontos de experiência que vos ajudará a subir de nível, bem como a desbloquear novos carros. Para além disso, é lá que vão amealhar dinheiro virtual para usar no desenvolvimento do carro e do parceiro de equipa, ou até para comprar novos carros. Pessoalmente, dei prioridade ao desenvolvimento antes de investir em qualquer carro que seja, visto que há melhorias no desenvolvimento que vos permitem conseguir melhores resultados nas corridas e, por sua vez, conseguir mais dinheiro. Passando apenas o modo história, deu para chegar ao nível 20, que já desbloqueia dois dos três patamares de desenvolvimento, o que é mais um motivo para começarem por aí a vossa “caminhada” neste jogo.

Dentro do modo de história vão ter uma pequena prova do que podem esperar de Grid Legends. Falo de dezenas de circuitos em mais de 20 localizações distintas, podendo ser em pistas oficiais e licenciadas, entre as quais Red Bull Ring, Sepang International Circuit ou Suzuka Circuit. Por outro lado, há também a hipótese de correr em pistas urbanas em grandes metrópoles, tais como Barcelona, Dubai, Londres, Paris, entre muitas outras. Só em circuitos disponíveis já há muito por explorar. A eles juntam-se as categorias disponíveis, das quais quero destacar a Open Wheel Racing, que conta com o Renault R26, o carro do último título de pilotos e construtores da marca, conduzido por Fernando Alonso.

Às inúmeras pistas e categorias juntam-se as disciplinas de corrida, desde as clássicas Circuit Racing, Time Attack, Time Trial e Head to Head, até às menos convencionais, como Drift (regresso aguardado), Electric, Elimination e Multi-Class. Destaque para a Multi-Class, na qual a corrida entre diferentes classes de veículos começa com um handicap negativo para os carros de classes mais potentes, que partem depois dos carros mais lentos.

Para competir, para além do modo carreira, podem jogar em mutiplayer na aba Social, onde competem contra pessoas de todos o mundo com cross-play disponível. Um pormenor que me cativou bastante no multiplayer é o facto de, quando não há 22 jogadores em determinado lobby, este é completado por bots, e quando um jogador se junta à sala de espera para participar na corrida seguinte, pode assumir o lugar de um bot e participar na corrida em progresso. Podem também criar uma corrida à vossa maneira em Race Creator, cujo funciona um bocado como Quick Play na maioria dos jogos. É bastante intuitivo e simples de usar, em contraste com os menus dos jogo.

No que toca a mecânicas do jogo, posso dizer que se enquadra melhor na categoria de arcade do que de simulador (ainda mais visível quando é jogado com set de condução), mas nota-se bastante a diferença na sensação de condução entre carros de diferentes classes, o que é um ponto francamente positivo. Nota positiva para o nemesis system, que é ativado durante as corridas em despiques com os adversários e potencia a agressividade e imprevisibilidade dos mesmos quando em disputa. Por fim, nota muito positiva para o desenvolvimento dos incidentes e danos nos carros controlados pelo sistema de AI, que origina acidentes brutais aleatórios, furos e até falhas mecânicas que deixam carros parados a fumegar.

Grid Legends não veio inventar a roda dentro dos simuladores de corrida, mas é um produto consistente que promete horas a fio de diversão e adrenalina. A oferta a nível de circuitos, veículos e modalidades de competição rema na mesma direção. Não referi anteriormente, mas o trabalho gráfico está bem conseguido, com uma ótima caracterização dos cenários e dos veículos. Dentro dos jogos de arcade da Codemasters, considero que Grid Legends está um patamar acima de DIRT 5 e, para os fãs de street racing, é um jogo que valerá a pena experimentar.

Cópia para análise (versão PlayStation 5) cedida pela Play NXT.

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