Festival Made in Africa diz que vai acontecer em locais… que não estão contratualmente fechados

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O Coliseu do Porto nunca chegou a ser efetivamente confirmado para receber concertos. Entretanto, a plataforma Fever deixou de vender bilhetes.

Apollon Group. Galaxydelirium. LGBT+ Music Festival. (Trace) Made in Africa. Estes são nomes que têm dado que falar nas últimas semanas, e não pelos melhores motivos.

Por estes dias, milhares de festivaleiros desesperam por novidades relacionadas com estes dois festivais promovidos pela suposta promotora Apollon Group, associada à empresa Galaxydelirium, que logo deram que falar em fevereiro passado, altura em que foram revelados. Mas desde então, a fraca comunicação dos eventos leva-nos a crer que estamos alegadamente perante duas hipóteses: amadorismo ou, simplesmente, pessoas mal intencionadas.

Esta quarta-feira, após cerca de duas semanas sem dar novidades, o LGBT+ Music Festival voltou a reativar o site, desta vez para promover um evento em escala menor que acontecerá a 1 e 2 de julho no Hard Club. Mas até este “regresso” foi mal planeado: neste momento, as redes sociais do evento ainda não foram atualizadas, o site dá informações erradas – como por exemplo referir que é necessário um teste negativo à COVID-19 para estar presente, o que não corresponde à verdade – e as ligações para adquirir bilhetes remetem para a Festicket, que ainda não atualizou sequer o evento para as novas datas.

Mas antes do LGBT+ Music Festival acontece outro evento, o Made in Africa, que até há uns dias usava o nome Trace Made in Africa. Dizemos, e bem, “usava”, pois a empresa Trace deixou de estar associada a este evento. No entanto, e sendo que já se passaram uns dias desde que saiu esse comunicado, não deixa de ser caricato o facto de o Made in Africa ainda nem sequer ter atualizado o site ou redes sociais sem este naming.

Neste momento, e já após termos avisado a Fever que este festival estaria sob suspeita, a plataforma deixou (e bem) de vender bilhetes, ainda que seja possível adquirir os ingressos oficialmente noutras plataformas de ticketing estrangeiras.

Entretanto, descobrimos também que o festival não está a ser honesto relativamente aos locais onde supostamente vai acontecer. Desde que surgiu que o Made in Africa sempre foi mal promovido, com os responsáveis a dizerem que o evento iria acontecer na Âlfandega do Porto, juntamente com outros locais na redondeza. Quais? Só descobrem se forem percorrer o feed de fotos nas redes sociais, mas dizemo-vos quais são: Hard Club e Casa da Música. Note-se que, até ao dia de hoje, nunca estes espaços anunciaram que iriam receber concertos desta iniciativa.

Mas as coisas não ficam por aqui. Se forem à página dedicada à venda de bilhetes no site do festival, e quiserem ver mais informações do VIP Pass, irão reparar que, no texto, é indicado que também o Coliseu do Porto recebe concertos. Só que não. Trata-se de uma falsidade.

Não, o Made in Africa não tem concertos no Coliseu do Porto nem na Casa da Música

Fonte do Coliseu do Porto – sim, nós temos e confirmamos fontes, ao contrário do que pessoas mais incomodadas possam pensar – disse ao Echo Boomer que, de facto, em abril, foi feita uma visita ao Coliseu do Porto, com um dos responsáveis na altura a ter ficado agradado. No entanto, o ex-responsável nunca mais deu feedback, não chegando a avançar para a reserva do local. Somente respondeu um mês depois, em maio, a dar conta que já não estava na Apollon Group, e a remeter mais esclarecimentos para os atuais responsáveis desta promotora, que nunca chegaram sequer a responder a emails ou telefonemas.

Ou seja, a indicação de que existirão concertos do Trace Made in Africa no Coliseu do Porto é falsa. Noutra nota, fonte da Casa da Música disse ao Echo Boomer que nunca sequer estiveram previstos concertos deste festival para aquele local. Ou seja, a imagem que podem ver aqui em baixo inclui locais onde nunca iriam acontecer espetáculos.

Trace Made in Africa

E convém ter atenção que, nas datas em que este festival supostamente acontece, é quando a cidade do Porto celebra as Festas de São João – é de 23 a 24 de junho, mas os dias de festas vão-se prolongando, coincidindo com este evento de celebração da música africana. Isto só demonstra, por parte de quem criou este festival, um total desconhecimento face ao que acontece no município. É sempre mal jogado pensar em grandes eventos externos quando a própria cidade está em festa.

De resto, realçar também que o artista Tayc já referiu publicamente que não atuará neste Made in Africa. A organização também chegou a referir a alguns festivaleiros que daria informação até à passada segunda-feira, algo que não cumpriu.

Aguardamos ainda esclarecimentos por parte de outras entidades que contactámos, mas também vos podemos dizer que andam a circular imagens nas redes sociais que sugerem que o festival vai ser adiado para 2023, mas que, à semelhança do LGBT+ Music Festival, terá uma espécie de evento celebração em breve. A ver vamos se é assim.

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