O que é que uma instituição pública dedicada à difusão e preservação da arte cinematográfica e, em especial, do cinema português, pode fazer durante estes dias? Apostar no digital, pois claro. E é mesmo isso que a Cinemateca Portuguesa vai fazer.
Com os cinemas fechados, o diretor da instituição, José Manuel Costa, referiu em comunicado que a Cinemateca Portuguesa vai reforçar a programação online, com filmes portugueses, conteúdos para os mais novos e ensaios sobre cinema.
“Num período em que, para o bem de todos e de cada um, devemos manter-nos nas nossas casas, esta é a nossa forma de levar um pouco mais do que somos e do que fazemos aos que nos procuram”, afirma José Manuel Costa na mesma nota.
Esta é, portanto, “uma nova frente de contacto com o seu público”, através da página oficial da instituição, reforçando a presença de conteúdos de obras cinematográficas e relacionados com a história do cinema.
A título de exemplo, hoje, segunda-feira, 13 de abril, são disponibilizadas por tempo limitado as obras Lisboa, crónica anedótica (1930), de João Leitão de Barros, e Os verdes anos (1963), de Paulo Rocha.
No que toca a outras películas, sabe-se que serão exibidos online filmes dedicados especificamente à revolução de 25 de Abril de 1974, incluindo a obra coletiva As armas e o povo.
Já para os mais novos, ficará disponível um dos espetáculos de Lanterna Mágica e a divulgação de objetos pré-cinema, que fazem parte da coleção da instituição.
Recorde-se que desde 2011 a Cinemateca tem vindo a reforçar a vertente digital, sendo possível pesquisar, consultar e visualizar cerca de 170 filmes “da produção portuguesa de não-ficção do período 1896-1931”, além de fotografias, cartazes e textos de época.