Análise – The Surge 2

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Os jogos do género popularizado pela From Software nunca estiveram na minha lista de prioridades, ainda que tenha encontrado muita diversão com o ritmo rápido e frenético da ação de jogos como Bloodborne e Sekiro: Shadows Die Twice. E devo agradecer isso não às qualidades inegáveis desses jogos, mas sim a de The Surge, da Deck13, lançado em 2017, por me ter motivado a jogar mais jogos do género.

O seu ambiente de ficção científica e uma jogabilidade bem mais rápida do que os jogos em que se inspirava, assim como o foco em outros elementos bem mais interessantes do que a coleção de “almas” acumuladas que ao longo do tempo iam fazendo crescer a minha ansiedade, deixaram-me relaxado o suficiente e com vontade de ir mais além. E felizmente, The Surge 2 mantém a mesma essência.

Com os eventos a iniciarem-se logo a seguir ao final de The Surge, a sua sequela apresenta-nos a sua primeira grande novidade, com a criação de uma personagem que acorda numa cidade em quarentena, onde os seus habitantes lutam pela sua sobrevivência devido a uma doença induzida pelas Nanites, as responsáveis pelo inferno do primeiro jogo.

Tal como o anterior e todos os jogos que o influenciam, The Surge 2 é uma prova de fogo, uma escalada onde começamos com o mínimo dos mínimos e cada encontro é um desafio e um teste para as habilidades e armas que vamos apanhando ao longo da nossa viagem.

Tal como no jogo anterior, a jogabilidade rítmica, rápida e brutal torna-se rapidamente estratégica e cerebral quando o nosso foco é na obtenção de partes e tecnologias que os oponentes levam consigo. Graças ao targeting system, podemos novamente escolher que parte do corpo dos inimigos é que queremos atacar para lhes roubar componentes, em confrontos que terminam, quase sempre, em gloriosas sequências de finalização.

Este foco na coleção e procura de inimigos é eficaz o suficiente para irmos atrás de todos os oponentes que encontramos espalhados pela cidade e arredores, colocando o entusiasmo e motivação à frente do medo e da ansiedade que estes jogos normalmente provocam, sem retirar aquele sentimento de satisfação a cada vitória.

Este loop que, por vezes, nos leva a combater os mesmos inimigos vezes e vezes sem conta, podia tornar-se facilmente repetitivo, mas felizmente tal não acontece, já que poderemos sempre experimentar oponentes já derrotados para testar novos equipamentos, roubar-lhes outros componentes e, claro, explorar.

The Surge 2 Review

A exploração em The Surge 2 foi, provavelmente, a minha parte favorita do jogo. Entre ruas e salas claustrofóbicas, senti alguma liberdade, com o jogo apenas a dizer-me que tinha que ir a local X, sem me forçar com indicações. Para onde quer que olhasse encontrava um caminho que me deixava avançar ou encontrar atalhos para pontos de recuperação já desbloqueados. Por vezes, era a descoberta de pequenos segredos, mensagens de outros jogadores e dos atalhos para os pontos de recuperação e modificação que me motivavam a explorar o máximo possível do jogo, ao mesmo tempo que me garantiam estar pronto para as batalhas de bosses que se avizinhavam. No fundo, o bom do efeito metroidvania.

Com uma boa variedade de zonas e algumas bem largas, é extremamente fácil de nos perdermos em The Surge 2. Mas é aqui que as facilidades terminam, porque cada batalha de boss é uma barreira, com os primeiros encontros a servirem de tutoriais para algumas mecânicas de jogo, como por exemplo o uso de um novo sistema de deflexão de ataques, que requer atenção e alguma precisão. Ainda que não seja uma função obrigatória do jogo, em grande parte da jornada manter os upgrades necessários para a sua utilização revelou-se muito importante, em particular com inimigos mais fortes e com armaduras.

The Surge 2 Review

A variedade de inimigos, infelizmente, não é muito vasta, com um leque maioritariamente composto por humanóides, incluindo uma grande parte dos bosses. Mas não quer dizer que não não haja confrontos de destaque com criaturas robóticas e inimigos com armaduras intimidantes, num belo misto de tecnológico com fantástico.

Visualmente, The Surge 2 não vai fazer os nossos olhos saltarem das suas órbitas. Podemos, no entanto, contar com um registo visual um pouco mais trabalhado e adaptado ao ambiente mais citadino em vez do industrial do primeiro jogo, com uma qualidade gráfica satisfatória e um desempenho bastante sólido, pelo menos no PC, onde o jogo foi analisado.

No geral, The Surge 2 é uma versão aperfeiçoada do primeiro jogo, construído em cima de tudo o que ao anterior ofereceu, sem grandes riscos ou novidades, mas igualmente divertido e bastante acessível. O loop constante de procura de caminhos e novos equipamentos anexados aos inimigos são uma boa maneira de nos tornarmos melhores, com satisfação e sem a pressão do “git gud” numa jornada divertida e desafiante.

The Surge 2 está disponível para PC, Xbox One e PlayStation 4.

Nota: Bom

The Surge 2

Plataforma: PC, PlayStation 4, Xbox One
Este jogo (versão PC) foi cedido para análise pela Ecoplay.

Com a boa base sólida do primeiro jogo, The Surge 2, da Deck 13, é uma extensão aperfeiçoada que mantém a essência e os pontos fortes do jogo original, mas com poucos riscos e novidades. No entanto, por vezes, mais do mesmo é bom e The Surge 2 cumpre os mínimos de forma divertida e satisfatória.

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