Análise – Kingdom of Amalur: Re-Reckoning

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Redescubram este RPG de ação, mas não contem com grandes melhorias.

Kingdom of Amalur: Re-Reckoning

A THQ Nordic continua a fazer o trabalho dos deuses ao recuperar séries e franquias perdidas no tempo, criando remasterizações de títulos clássicos ou apostando em continuações que pareciam ser impossíveis. Darksiders, Titan Quest, Destroy All Humans!, entre outros, são apenas alguns dos projetos que a companhia ajudou a revitalizar. Chegou a vez de Kingdom of Amalur ter uma segunda oportunidade junto dos fãs de RPGs e quebrar finalmente a sua imagem como jogo de culto. Infelizmente, temos o exemplo de um excelente jogo numa edição que fica aquém do esperado, de tal modo que me vejo indeciso sobre qual recomendar.

De facto, estou curioso para saber o impacto que Re-Reckoning, que conta com todos os DLCs do original, irá provocar junto dos jogadores. Apesar de ser um belo RPG de ação com um sistema de combate dinâmico, muitas opções de personalização – desde as classes, que poderão ser combinadas, às habilidades e armas –, magias e um leque interessante de inimigos (humanos e fantásticos), juntamente com um mundo muito colorido, inspirado por bandas desenhadas – e saído da mente de Tim Coman e Todd McFarlane –, com a sua própria mitologia e raças, a verdade é que Kingdom of Amalur é o mesmo jogo que encontrámos em 2012.

É certo que temos gráficos aprimorados, mais brilhantes e definidos, e existe um trabalho de som mais claro e detalhado, mas fora estas melhorias visuais e sonoras, o RPG pouco ou nada mudou neste salto temporal. Na verdade, esta atualização não surpreende e, depois de nos habituarmos à nova definição dos modelos e dos cenários, começamos a ver as texturas envelhecidas, os bugs visuais e os loadings extensos que condicionam a aventura sempre que entramos ou saímos de uma masmorra. O principal foi trabalhado, mas Kingdom of Amalur nunca esconde a sua idade.

Apesar da falta de inovação, não deixa de ser um bom RPG de ação. Na verdade, é um dos mais divertidos, completos e recheados que joguei em 2020, mesmo com a sua idade. O mundo é interessante, há um enorme sentido de humor e os cenários são extensos, mas não em demasia, motivando-nos a explorar tudo o que está à nossa volta. A estrutura do jogo é tão sólida e vocacionada para o jogador que parece ter sido feito à medida, com as missões secundárias a estarem espalhadas por todo o mundo de forma equilibrada. É raro chegarmos a uma ponta do mapa e não encontrarmos um item raro, um baú por abrir – por lockpicking – ou um pedaço de história deste mundo enorme. Fui transportado para 2012, mas desta vez no bom sentido.

No entanto, as masmorras pecam por serem tão lineares e maioritariamente descartáveis, servindo, muitas vezes, como palco para uma missão específica e não mais.

Como RPG, Kingdom of Amalur dá uma enorme liberdade de personalização aos jogadores. Mesmo não sendo um exemplo de destaque, existindo jogos que vão ainda mais além, é interessante ver como a 38 Studios conseguiu equilibrar esta aposta na liberdade com a simplicidade da jogabilidade, procurando satisfazer fãs do género e os jogadores mais curiosos. Para além das classes (Finesse, Might e Sorcery), é possível desbloquear talentos que dão à nossa personagem a possibilidade de abrir baús mais difíceis, negociar e convencer através de diálogo, e melhorar a sua aptidão na alquimia e crafting: dois elementos muito presentes na campanha. É inovador? Nem pensar, mas Kingdom of Amalur destaca-se pela sua solidez e pela forma como todos os seus elementos se complementam para nos dar um bom RPG repleto de ação e humor.

A nova edição conta com todos os DLCs lançados na geração passada – intitulados The Legend of Dead Kel, Teeth of Naros e Weapons and Armor Bundle –, e é um pacote ideal para os que, como eu, não tiveram a oportunidade de jogar Kingdom of Amalur no passado. Mesmo com este bónus, Re-Reckoning é um produto estranho que chega ao mercado a meio-gás. As melhorias estão lá, tanto a nível gráfico, como de desempenho – apesar de alguns soluços –, mas não são tão substanciais como se previa.

É uma remasterização segura que vale pelo jogo em si e não pelas novidades. Até certo ponto, não sei se farão bem em poupar dinheiro nas versões anteriores.

Nota: Bom

Plataformas: PC, PlayStation 4 e Xbox One
Este jogo (versão PlayStation 4) foi cedido para análise pela Dead Good Media.

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