G-Darius HD – Um clássico que resistiu ao teste do tempo

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Um bom relançamento que é prejudicado por alguns problemas de desempenho.

A minha viagem pela série Darius acaba de fazer um círculo perfeito. Depois de ter conhecido os primeiros títulos da saga, que se estreou em 1987, e viajado por um dos lançamentos mais recentes, como Dariusburst: Another Chronicle EX+, vejo-me agora a regressar ao passado e àquela que foi a minha introdução à série: G-Darius. Lançado originalmente nas arcadas em 1997, e um ano depois na PlayStation, G-Darius marcou a transição da série para o 3D, abandonando os cenários e modelos em sprite e pixel art para abraçar um mundo poligonal e muito mais vibrante. Agora em HD, com uma edição que conta com algumas novidades, G-Darius é…bem, basicamente o mesmo jogo.

Não é o relançamento mais empolgante da série, mas no papel, G-Darius HD apresenta gráficos melhorados, com modelos mais definidos e vibrantes – abandonando o aspeto pixelado da sua estreia na consola de 32 bits –, ainda que mantenha os mesmos problemas de desempenho que vimos em 1998. O que é uma desilusão. Continuamos a não ter uma experiência sólida e sem entraves, com os frames a caírem repentinamente sempre que a ação atinge um novo pico, algo que considero injustificável tendo em conta o hardware das consolas atuais. No que toca a novidades, G-Darius HD é acompanhado por troféus/achievements, a possibilidade de fazer quick saves (e quick loads) em qualquer fase dos níveis e ainda galerias de imagens. Poucas novidades, mas o suficiente para introduzir os jogadores menos experientes a um dos capítulos mais importantes da série.

Seja em SD ou em HD, G-Darius sempre se destacou através da jogabilidade. Se estão familiarizados com a série, as surpresas serão poucas, mas continuo a admirar a sua aposta numa campanha dividida por vários níveis, que apresentam inimigos e designs ligeiramente diferentes, que é construída pelas vossas escolhas. No final de cada etapa, têm a possibilidade de escolher o caminho que querem seguir e desbloquear novos bosses e oportunidades de combate que não encontrarão noutros níveis.

O sistema de evolução também é empolgante e começa a ser um dos meus favoritos no género, com G-Darius a apresentar as tradicionais esferas vermelhas, azuis e verdes – sem contar com as esferas brancas que nos ajudam na pontuação – para melhorarmos os disparos, escudos e mísseis da Silver Hawk. A grande diferença entre G-Darius e as restantes séries é que não estamos restritos a um padrão de disparo ou obrigados a colecionar o tipo de arma que queremos utilizar. Em G-Darius, a evolução das armas é progressiva e evolui de tiros simples para lasers, tal como os mísseis passam a apresentar padrões diferente à medida que colecionamos mais esferas. No entanto, basta perdermos uma vida para interrompermos o progresso se ainda não atingimos o novo patamar de evolução, o que dá à jogabilidade uma tentação palpável entre querermos arriscar para colecionar o maior número de esferas sem perdermos o progresso já conquistado.

A nível mecânico, G-Darius é muito próximo dos títulos anteriores, mas traz consigo uma novidade que é absolutamente refrescante. Em G-Darius temos a oportunidade de capturar naves inimigas e usá-las em combate. Cada nave tem um tipo de ataque diferente, algumas até funcionam como escudos, e precisamos de ter algum cuidado porque podem ser destruídas se receberem muito dano ou se a nossa nave foi eliminada. Podemos até capturar mini-bosses e só precisamos de atirar uma capsula pequena, em forma de bola – podem inserir aqui a comparação a Pokémon, se vos apetecer –, e acertar na nave que queremos capturar. Quando nos fartamos, podemos libertar a nave inimiga numa explosão, funcionando também como as tradicionais bombas do género.

Foi delicioso reencontrar G-Darius depois de 20 anos. Quando o adquiri para a PlayStation não sabia o que me esperava. O meu conhecimento sobre o género resumia-se a R-Type e a Gradius, e recordo-me de ficar fascinado e confuso com o mundo de Darius e da suas naves gigantescas em forma de peixes. Posso dizer que envelheceu bem, mesmo que agora se apresente mais limitado em comparação a títulos mais recentes. Para os mais saudosistas, o pacote HD inclui a versão original de G-Darius, com os seus modelos poligonais em todo o seu esplendor. Um pequeno extra para um relançamento pouco entusiasmante, especialmente no que toca ao seu desempenho, mas um jogo recomendado para os amantes do género.

Cópia para análise (PlayStation) cedida pela PR Hound.

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