Análise – Control Ultimate Edition (PlayStation 5)

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Control, na sua versão “definitiva”, é mesmo o melhor.

Análise Control Ultimate Edition

A nova geração de videojogos começou no final de 2020 com o lançamento das populares consolas da Sony e da Microsoft, PlayStation 5 e Xbox Series X|S, respetivamente. Mas os jogos que tiram realmente partido das suas capacidades, têm sido, para já, tímidos. São poucos os exclusivos realmente “next-gen” (onde a PlayStation arrecada mais) e há, ainda, um conjunto de jogos transitórios cujas melhorias são apenas a nível de resoluções e frame-rates.

Mas as coisas já começam a mudar e o relançamento de Control marca o início de uma tendência que espero ver continuada, com jogos já existentes no mercado. Control Ultimate Edition é, no entanto, uma nova versão do aclamado jogo da Remedy Entertainment, lançado no final de 2019, e que, além de existir também para a PlayStation 4 e Xbox One, encontra nas novas consolas uma versão capaz de puxar pelas novas máquinas, tirando partido das suas funcionalidades exclusivas, como melhor desempenho e qualidade de imagem aumentada devido à aplicação de novas tecnologias.

É impossível falar de Control Ultimate Edition sem mencionar o estranho modelo de negócio escolhido pela sua distribuidora, a 505 Games. A nova versão do jogo surge como uma nova experiência num novo pacote. Apesar de conter o jogo base e as suas expansões, a Ultimate Edition não é compatível com o jogo lançado originalmente, até para quem adquiriu as suas expansões anteriores. Ou seja, quem adquiriu o jogo original e as suas expansões não poderá continuar as suas aventuras na Ultimate Edition, seja nas PS4 e Xbox One, seja nas PS5 e Xbox Series X|S.

Infelizmente, esta estranha situação afeta, também, os jogadores da PlayStation, que em fevereiro receberam Control Ultimate Edition como oferta do PS Plus. Um jogador que tenha iniciado a sua aventura em Control na sua versão normal não só não pode fazer atualização gratuita, tendo que comprar a nova versão, como terá que começar a sua aventura de novo, do zero.

É uma logística complicada, confusa e anti-consumidor. Mas removendo isto da equação, será que vale a pena investir tempo e, em alguns casos, dinheiro, em Control Ultimate Edition? A resposta é um redondo sim.

Análise Control Ultimate Edition

Inspirado em filmes e séries de mistério, oculto e ficção científica, Control leva-nos até um estranho edifício onde uma organização estuda e controla efeitos paranormais um pouco por todo o mundo. Nesse edifício existe, também, uma ponte entre realidades, e cabe-nos a nós, jogadores, na pele de Jesse Faden, com os seus poderes telecinéticos e uma arma que se transforma, impedir que a nossa realidade quebre e as forças ocultas transdimensionais ocupem o nosso mundo.

Com a ação frenética e mecânicas de ação divertidas tão características do catálogo da Remedy, que inclui Max Payne 1 e 2, Alan Wake e Quantum Break, Control é uma delícia de se jogar e explorar, convidando-nos a procurar novos confrontos e mais pedaços de história e de informações sobre o seu misterioso universo.

Control Ultimate Edition surge agora adaptado às novas consolas para convidar os fãs a revisitarem a aventura de Jesse pela Oldest House, mas também a piscar o olho aos jogadores das novas consolas, que não irão sofrer tanto como os jogadores de 2019. Aquando do seu lançamento, uma das maiores críticas do jogo estava relacionada com o seu desempenho, que deixara muito a desejar. À semelhança do que se assistiu recentemente com Cyberpunk 2077, Control encontrava dificuldades em oferecer uma experiência sólida de jogabilidade, fazendo que os jogadores tivessem mais dificuldade contra “o jogo” do que contra os seus objetivos e obstáculos. Mas agora não é o caso.

A nova edição do jogo vem adaptada às novas consolas para oferecer uma experiência de jogo mais consistente do que nunca, seja a 30FPS ou a 60FPS nos modos de desempenho e na Xbox Series S, onde apenas apresenta este modo.

Os 60FPS de Control Ultimate Edition transformam a experiência de consola de forma drástica. Os momentos de ação tornam-se mais impactantes e caóticos e a fluidez de jogo é, também, notória nos movimentos de Jesse, mais imediatos e aparentemente poderosos. Seja em jogo ou nos maravilhosos momentos cinemáticos, os 60FPS são maravilhosos e também oferecem um nível de realismo brutal nas conversas com os NPCs, já que as expressões e falas já eram bastante realistas e naturais.

Já o modo de qualidade, apenas disponível na PlayStation 5 e Xbox Series X, oferece uma qualidade de imagem superior, em troca da fluidez. É certo que voltamos a ficar limitados aos 30FPS, desta vez muito mais sólidos do que anteriormente, mas o mundo de Control recebe uma atmosfera muito mais assustadora, com o realismo de superfícies que refletem o mundo em seu redor. Qualquer vidro, espelho, madeira mais polida, mármore e até os olhos da nossa protagonista refletem em tempo real todo o ambiente e ação em redor. À semelhança do que Marvel’s Spider-Man Miles Morales introduziu na versão da PlayStation 5, Control Ultimate Edition puxa pelas novas máquinas para dar este toque mais imersivo e orgânico ao seu mundo.

Além desta vantagem visual, também a iluminação e a qualidade das textures e objetos surge melhorada, com a atualização da complexidade de modelos de objetos à distância a não ser tão regular e apresentarem-se de forma consistente. Este efeito pode ser observado no modo fotografia do jogo, onde o modelo de Jesse aparece com melhor qualidade do que nas consolas anteriores.

Graças ao Ray-Tracing, o jogo apresenta-se visualmente mais agradável e com menos artefactos causados por técnicas mais arcaicas, como sombras e reflexos que anteriormente desapareciam magicamente à nossa frente. Agora tudo é coeso, constante e consistente.

Infelizmente, não há um meio termo que ofereça Ray-Tracing a 60FPS, uma escolha que pode ser algo difícil para alguns jogadores. Mesmo com a possibilidade de trocarmos de modo de forma muito imediata, indo ao menu sem passar por tempos de carregamento, é necessário abraçar os sacrifícios de cada modo. Mas em suma, é uma experiência verdadeiramente de nova-geração, comparativamente ao jogo original.

A versão da PlayStation 5, que pode ser resgatada no PS Plus pelos seus subscritores durante o mês de fevereiro, é um pouco mais “ultimate”. Além de, alegadamente, ocupar menos espaço no disco da consola – uns meros 25,79GB -, o jogo tira partido das funcionalidades imersivas do DualSense, como passos e movimentos da nossa personagem e resistência nos gatilhos na utilização das armas e dos poderes. Pequenos detalhes que fazem a diferença e que podem ser fatores decisivos para quem não sabe que versão do jogo adquirir, mesmo considerando a versão de PC.

A juntar-se a estas vantagens técnicas, Control Ultimate Edition inclui ainda as duas expansões extra, anteriormente vendidas em separado através de um Season Pass, e todas as melhorias e patches que tornaram a experiência de jogo ligeiramente melhor ao longo do tempo.

É pena que esta nova edição, agora adaptada às novas consolas, não seja compatível com a versão original do jogo, pois agora seria uma extraordinária altura para revisitar ou continuar a explorar a Oldest House. Já para novos jogadores, do que estão à espera para aventurarem-se num dos melhores jogos dos últimos anos? Control, na sua versão “definitiva”, é mesmo o melhor.

Nota: Muito Bom - Recomendado

Plataforma: PC, Xbox Series X|S e PlayStation 5
Jogado na PlayStation 5.

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