Análise – Breathedge (PlayStation 4)

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Sobrevivam à imensidão no espaço neste novo jogo de sobrevivência.

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Não é fácil encontrar alguma originalidade no mundo da sobrevivência. Depois de mais de oito anos de popularidade, o género parece estar simultaneamente esgotado e banhado numa deliciosa criatividade que ainda nos consegue surpreender, mas para onde ir depois de visitarmos o futuro, mundos quadriculados, a Idade Média ou até universos fantasiosos? Para a RedRuins Softworks, a resposta foi simples: vamos para o espaço. Mas a viagem não foi para planetas já conhecidos, como em Memories of Mars, ou para sistemas solares longínquos, como No Man’s Sky, mas sim para o mais literal espaço. Para o vazio e infinito espaço. Sejam bem-vindos a Breathedge.

Nesta aventura espacial, somos um astronauta que se vê preso nos confins do espaço após um acidente inesperado. Com a sua nave destruída, sem ajuda ou sobreviventes mais próximos, a missão deste astronauta encalhado é a de sobreviver perante todas as adversidades à medida que explora os destroços da nave, constrói novos utensílios e procura uma fuga possível. Vocês já conhecem esta fórmula.

A ação passa-se quase sempre no exterior, no espaço sideral, onde temos de navegar o nosso astronauta através de resquícios da civilização à medida que recolhemos todos os itens e recursos necessários para a sua sobrevivência. Apesar do seu foco numa campanha mais linear e assente no humor, Breathedge segue a fórmula tradicional do género, onde somos obrigados a vasculhar todos os recantos deste mundo de destroços em busca de planos e materiais para construir as armas e ferramentas que nos permitem avançar na campanha.

A sua linearidade é aparente não só pela narrativa, que é munida de um sentido de humor completamente descartável, mas também das etapas que temos de enfrentar para avançar. Existe sempre um entrave, ora uma zona poluída, ora a ausência de um equipamento que nos permite visitar outros segmentos da nave destruída. Estamos constantemente a parar e a avançar, e sentimos que somos levados à mão num mundo onde as regras de construção – e, arrisco-me a dizer, de lógica – nem sempre são aparentes, como a noção de que itens precisamos para construir algo e como encontrá-los.

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Esta progressão é, na minha honesta opinião, prejudicada pelo humor e pela falta de explicações dentro e fora da campanha. Para a RedRuins Softworks, tudo é uma piada fácil, algo que me enervou completamente quando me apercebi que não só os menus não eram muito fáceis de navegar, como as descrições dos itens mantinham a tendência para a comédia. Para mim, não resultou, antes pelo contrário, Breathedge cansou-me. Se aliarmos esta falta de noção e de ritmo com o mapeamento insatisfatório dos botões, a limitação demasiado severa do oxigénio durante as primeiras horas – onde parece que só podemos explorar durante um ou dois minutos antes de regressarmos à nossa base – e a repetição constante de ações percebemos que Breathedge não é um futuro clássico do género, mas sim uma boa ideia mal conceptualizada.

Mas existe aqui potencial e a ideia de explorarmos uma nave destroçada é interessante e até tensa. Imaginem-se perdidos no espaço e sem grandes recursos, onde a ajuda mais próxima está a anos de luz. Estão sozinhos, mas têm recursos à vossa volta que permitem-vos agarrar uma nova oportunidade de se manterem vivos. Esta premissa tem imenso potencial e a jogabilidade, fora dos menus, é satisfatória o suficiente para erguer os alicerces desta aventura espacial, onde destaco ainda o estilo retro futurista e soviético dos equipamentos e tecnologia. As bases estão lá, só lhe faltava ser mais divertido.

Breathedge poderá ser uma distração momentânea caso procurem uma aventura ligeiramente diferente do normal. Talvez até apreciem o seu humor forçado, mas saí pouco impressionado com o resultado final. O género de sobrevivência está sobrelotado e depois de experimentar ofertas mais aliciantes no PC, como Medieval Dynasty e Valheim, é difícil ficar impressionado com o que este passeio espacial tem para oferecer. No entanto, podem contar com dezenas de horas de jogo e quatro modos de campanha, onde podem focar-se só na sobrevivência ou na estória de Breathedge. A escolha é vossa, mas tenham muito cuidado com os bugs constantes.

Nota: Satisfatorio

Disponível para: PC, Xbox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch
Jogado na PlayStation 4
Cópia para análise cedida pela HypeTrain Digital.

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