Análise – Atelier Mysterious Trilogy DX (PlayStation 4)

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O mundo de alquimia está de regresso ao PC, PS4 e Nintendo Switch com o relançamento da trilogia Mysterious.

Atelier Mysterious Trilogy DX

Com a popularidade de Atelier Ryza e da sua sequela, a famosa série da Gust parece estar a viver uma pequena renascença. Apesar de manter o seu estatuto de nicho, a crescente presença no Ocidente começa a ganhar cada vez mais força e assistimos agora ao relançamento da trilogia Mysterious, que é acompanhada por algumas melhorias e novidades que prometem satisfazer os fãs que falharam a sua estreia na PS4 e PS Vita, seguido do PC. São, sem dúvidas, as versões definitivas dos três jogos, mas o valor em si é reduzido se já conhecem os originais.

Não obstante, a trilogia Atelier Mysterious marcou a chegada da série à oitava geração de consolas e trouxe três novas aventuras baseadas neste mundo de alquimia. As novas versões, que vêm acompanhadas pela sigla DX, podem ser adquiridas em conjunto, num pacote bastante atraente, ou em separado e são compostas por: Atelier Sophie: The Alchemist of the Mysterious Book, Atelier Firis: The Alchemist and the Mysterious Journey e Atelier Lydie & Suelle: The Alchemists and the Mysterious Paintings. Se, como eu, são novatos na série – com a minha única experiência a ser composta pelas horas que passei com Atelier Ryza –, fiquem a saber que acompanhamos sempre a viagem alegre e bem-disposta de jovens alquimistas à volta do mundo enquanto descobrem novos recursos, receitas e aventuras onde o vosso maior inimigo será o limite de tempo.

É uma série peculiar, não existem dúvidas, e nem sempre é a mais acessível para quem gosta de uma experiência mais tradicional dentro do género. Na verdade, a saga Atelier é mais uma simulação de alquimia do que propriamente um RPG puro e duro, relegando a sua atenção para um sistema de construção repleto de opções – onde a qualidade de um item depende dos recursos que têm e da forma como os posicionam no caldeirão – e não tanto nos combates por turnos ou as estórias megalómanas sobre vilões horríveis. Na verdade, os combates são o seu grande calcanhar de Aquiles, quase sempre aborrecidos – ainda que exista a possibilidade de aumentarem a sua velocidade – e sem grande urgência ou sensação de estratégia. É um dos sistemas mais básicos que encontrei no género, com as mecânicas do costume: ataque, habilidades, magias e defesa.

Mas Atelier é uma série que vive pela aventura, pela descoberta e pelo constante desbloqueio de novas receitas, e a trilogia Mysterious mantém essa aposta muito viva. Pelo que pude depreender, estes três jogos funcionaram como um período de experimentação, onde a Gust tentou ligeiramente alterar ora o formato do jogo – que se rege friamente pelo limite do tempo – ora o foco de cada aventura, mas os resultados foram mistos. Se Atelier Sophie segue mais à risca a fórmula tradicional, já Atelier Firis, que é, para mim, o grande destaque – apesar dos seus problemas de ritmo – tenta elevar a fasquia e dar aos jogadores uma aventura mais aberta, com mapas mais extensos e missões regulares que tentam recriar a sensação de uma viagem ao longo de um ano.

Seja qual for a vossa escolha, uma coisa é certa: preparem-se para recolher todos os recursos que encontrarem pelo caminho. A alquimia vive de novas receitas, que surgem através de pontos de ideias, e para as colocar em prática têm de explorar os mapas em busca de plantas, água, rochas ou minerais que possam ser atirados para o caldeirão das alquimistas. Esta sucessão de atividades é, surpreendentemente, viciante, mesmo que estejamos a repetir as mesmas ações e a ouvir as minhas falas sem fim, mas há sempre um entusiasmo inerente à descobertas de novos itens e receitas que nos permitem criar um pouco de tudo – até armas e equipamentos. A recolha está associada, como disse anteriormente, ao tempo – tal como a conceção dos itens –, mas também à própria energia das nossas heroínas e é preciso descansar regularmente para termos os melhores resultados. No entanto, nunca nos cansamos de seguir as jovens nas suas missões, especialmente nas suas tentativas de serem aceites pelos outros alquimistas e passar o seu teste de acesso.

Apesar do seu ambiente jovial e até descontraído, a série requer algum trabalho de gestão, mas a trilogia Mysterious parece ter suavizado a pressão que o tempo impunha nos capítulos mais antigos. Ainda assim, o relógio não para e é necessário ter consciência das horas que demoramos a recolher itens ou a construí-los no nosso atelier, com os dias a passarem a uma velocidade assustadora. Tinha receio de encontrar uma experiência exigente, mas não foi isso que acontece, o que é, para mim, um ponto positivo, mas também não me senti à vontade para perder tempo desnecessariamente. Venham pela gestão e não pelos elementos RPG – é a sugestão que vos deixo!

A trilogia Atelier Mysterious é uma aposta certa para quem quer revisitar a série antes de saltar para a saga de Ryza – que é, na minha opinião, superior –, funcionando como uma montra para o que este mundo de alquimistas trouxe no início da geração anterior. Não é a série mais fascinante do género e nem sempre é acessível, ainda que as suas estórias descontraídas funcionem como um oásis no meio de tanta melancolia, mas oferecem algo que as produções japonesas raramente apresentam: e isso é o suficiente. No que toca a novidades, podem contar com veículos adicionais, novas missões, fatos, capítulos únicos e ainda ligações a Nelke & the Legendary Alchemists: Ateliers of the New World. Mas se quiserem uma recomendação final, diria para se focarem em Atelier Firis.

Nota: Bom

Disponível para: PC, PlayStation 4 e Nintendo Switch
Jogado na PlayStation 4
Cópia para análise cedida pela Koei Tecmo.

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