Nova kombucha da Auchan é feita com cascas de laranja das lojas e chá dos Açores, unindo sustentabilidade, saúde e economia circular.
A Auchan apresentou uma nova proposta no âmbito da reutilização alimentar, ao introduzir no mercado uma kombucha desenvolvida a partir de cascas de laranja recolhidas nas suas lojas. Estas cascas, provenientes das máquinas de sumo natural disponíveis aos clientes, passaram a ser utilizadas como ingrediente base numa bebida fermentada, desenvolvida em parceria com a OK Kombucha, um produtor nacional especializado.
A bebida, engarrafada em formato de 750 ml, apresenta-se como uma alternativa sem adição de açúcares, naturalmente gaseificada e sem teor alcoólico. A sua composição integra ainda chá verde biológico oriundo dos Açores, presente em todas as receitas da marca parceira. Esta iniciativa surge integrada numa lógica de economia circular, procurando reaproveitar subprodutos alimentares que, de outra forma, seriam descartados. Com um perfil leve e de sabor cítrico, esta kombucha assume-se como um exemplo prático de valorização de resíduos com potencial de reaproveitamento.
No primeiro lote de produção foram utilizadas cascas de cerca de 2.500 laranjas, numa média de duas por garrafa, o que permitiu evitar o desperdício de uma quantidade significativa de matéria orgânica. A bebida já se encontra disponível tanto nas lojas físicas Auchan, como online.
A kombucha resulta de um processo de fermentação que envolve chá verde ou preto, ambos derivados da planta Camellia sinensis, e açúcar, ao qual é adicionada uma cultura viva conhecida como Scoby, uma colónia simbiótica de bactérias e leveduras responsável pela transformação da mistura numa bebida com características únicas. Pensa-se que a sua origem remonta à China antiga, tendo-se difundido posteriormente por diversas regiões do mundo.
Com o tempo, a kombucha ganhou reconhecimento pelos seus potenciais efeitos benéficos na saúde, sobretudo devido à presença de microrganismos vivos que atuam como probióticos e aos compostos que os alimentam, conhecidos como prebióticos. Esta combinação contribui para o equilíbrio da microbiota intestinal, que desempenha um papel central na regulação de múltiplas funções do organismo.
Para além disso, o chá que serve de base à bebida é rico em compostos fenólicos, em particular flavonóides, que conferem propriedades antioxidantes, associadas à prevenção de doenças cardiovasculares, à ação anti-inflamatória e à redução de certos factores de risco metabólicos. Outros efeitos frequentemente associados ao consumo regular de kombucha incluem propriedades neuroprotetoras, hepatoprotetoras, imunomoduladoras e até antienvelhecimento. A bebida tem ainda sido referida como auxiliar na prevenção de distúrbios gastrointestinais e na promoção da energia.
Apesar dos possíveis benefícios, o consumo de kombucha deve ser feito com moderação. Não existe uma dose diária padronizada, mas entidades como o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos sugerem que indivíduos saudáveis não ultrapassem os 120 ml por dia. A bebida não é recomendada para grávidas, mulheres em período de amamentação, crianças com menos de quatro anos, pessoas com insuficiência renal ou portadoras de VIH. A ingestão excessiva poderá originar efeitos indesejados como náuseas, dores abdominais ou cefaleias.