Yann Tiersen no Coliseu do Porto – Música e natureza como um todo

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Foi na passada segunda-feira, 30 de setembro, que o Porto recebeu o multi-instrumentista e compositor francês Yann Tiersen com um Coliseu lotado, num concerto de apresentação do seu mais recente álbum ALL, lançado em fevereiro deste ano.

Apesar da azáfama que se fazia sentir dentro da sala momentos antes da hora prevista, com bastante público ainda à procura da sua “cadeira de sonho”, foi já com o Coliseu praticamente lotado que se deu início ao espetáculo.

As luzes baixaram e, antes que Yann Tiersen pisasse o palco, ouve-se uma voz feminina que nos presenteia com uma estória repleta de metáforas sobre montanhas e lobos. Aqui começa-se a construir uma experiência sensorial para o qual o compositor nos conduziria de mão dada ao longo de todo o concerto.

Finda a leitura surgia, finalmente, Yann Tiersen, que se dirigiu ao seu piano de cauda, e, com apenas um foco de luz em todo o palco, iniciou o concerto com “Porz Goret”, do álbum EUSA. Foi nesta ambiência que se manteve nas primeiras três músicas, entretanto já com a participação de Alex, o gravador de fita que se situava bem à frente virado para o público e que ia soltando várias sonoridades em background de uma nostalgia imensa, como crianças que brincam ao ar livre em perfeita harmonia com a natureza.

Foi, porém, na quinta música, “Koad”, do novo álbum ALL, que três novos elementos se juntaram a Yann Tiersen e à imensidão de instrumentos posicionados a rigor no palco, dando voz pela primeira vez à música que o compositor francês ia destilando.

O concerto ia seguindo a passos certos e os temas encaixando uns nos outros numa perfeição absoluta. Tiersen deambulava pelo palco com serenidade, alternando ora pelo piano de cauda, ora pelo cravo, ora pelo violino. A dicotomia das notas entoadas repletas de melancolia, solidão, ansiedade, mas também de luz, alegria e esperança.

Terminou debaixo de uma ovação prolongada e sentida mais uma noite de Yann Tiersen em solo português. As luzes acenderam-se e o ambiente, até então mágico, dissipa-se. Um mar de gente preparava-se para regressar às suas vidas mundanas e invadir as ruas da Invicta, Passos Manuel acima, Passos Manuel abaixo.

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