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A Sloclap relança Sifu com uma enorme quantidade de conteúdos que tornam este jogo, que requer muita mestria, numa experiência acessível, divertida e desafiante.

Sifu chegou primeiro até aos jogadores em fevereiro de 2022 à PlayStation 5 e à Epic Games Store e, na altura, perdi a oportunidade de experimentar essa aposta da Sloclap, estúdio independente parisiense que, no passado, já tinha apostado em jogos de combate na terceira pessoa com Absolver.

Perdi esse momento e, de certa forma, ainda bem, dado que o jogo foi recebido com entusiasmo por críticos e jogadores pela sua apresentação, ferocidade e mecânicas desafiantes baseadas em ritmo e mestria de combate.

Felizmente, Sifu foi agora relançado, levando o jogo até mais plataformas – a Nintendo Switch, as consolas Xbox (com lançamento no Xbox Game Pass) e na Steam Store -, e consigo uma substancial quantidade de conteúdos, incluindo modos de dificuldade mais acessíveis e, por extensão, mais divertidos. Pelo menos para jogadores mais casuais como eu.

Eu adoro e odeio este tipo de jogos. Jogos que requerem tempos de ação muito precisos, um estudo atento aos movimentos dos inimigos e uma quantidade de concentração bem elevada. Adoro os breves momentos em que me encontro “na zona”, defendendo-me e atacando nos momentos certos, despoletando uma enorme satisfação por ver combos fluidos a acontecer. No entanto, para mim, esses momentos são raros, dando lugar a uma frustração que retira vontade de jogar. Foi por essa razão que joguei a campanha de Sifu no modo de dificuldade Student, que não foi pera doce, mas que apresentou um excelente balanço entre difícil e desafio.  

Recuando um pouco, o modo central de Sifu é a sua campanha, com uma história relativamente simples de vingança, que serve de pretexto para, enquanto jogadores, visitarmos várias regiões de uma cidade para bater em gangs e nos seus líderes. É uma história com pouco para contar, para além do “preciso de vingar o meu pai”, mas a Sloclap faz um bom trabalho a tornar esta pequena jornada mais significante, com elementos emocionais que ligam o protagonista a cada um dos bosses e imensa narrativa visual ou via colecionáveis que vamos encontrando e colocando num quadro.

Com uma jogabilidade sustentada nas artes marciais, esta jornada é também contada através do nosso treino. Não só as nossas habilidades enquanto jogador vão melhorando, como a nossa personagem vai obtendo novas habilidades e movimentos através de uma árvore de habilidade de escolha livre, dando-nos flexibilidade sobre o que queremos aprender ou o que nos dá mais jeito para o nosso estilo de jogo.

Sifu conta com um mecanismo interessante que vem achincalhar o nosso método de jogo. Cada vez que caímos, a nossa personagem vai ficando mais velha, mostrando sinais da idade. Com isso, às vezes perdemos acesso a determinadas habilidades, que podem voltar a ser desbloqueadas e trancadas, e a forma como controlamos a personagem também muda, com os seus movimentos a ficarem mais ajustados à forma física e ao treino da personagem. Enquanto jovem, a agilidade e energia são maiores, mas a força e a técnica não estão na melhor forma. Já numa idade avançada, a personagem tende a ser mais lenta, mas com ataques mais fortes e precisos. É um balanço curioso, que não só nos aproxima mais da personagem, como nos confere total controlo no ajuste da personalização da mesma, revelando o excelente trabalho de afinação de jogabilidade e combate proposto pela Sloclap.

Este relançamento introduz a todas as versões do jogo imensos motivos para revisitar Sifu a longo prazo, e onde eu encontrei uma enorme satisfação e diversão. Uma vez com a história terminada, que nos leva de volta ao ponto de partida, experimentei os novos modificadores que alteram a forma como abordamos o jogo, desde elementos que alteram o comportamento dos inimigos, efeitos das habilidades ou, até, a possibilidade de personalizar o nosso moveset.

Mas o grande destaque está nas Arenas, que são basicamente um jogo inteiro em paralelo. Aqui, Sifu propõem-nos 45 desafios em nove novas localizações fechadas, desafios esses com os seus próprios modificadores e níveis de dificuldade, que são também uma excelente maneira de treinar a jogabilidade enquanto desbloqueamos mais alguns itens, como três novos fatos incluídos.

Não gosto de usar a expressão “não é um jogo para todos”, mas essa era mesmo a sensação que tinha antes de jogar Sifu com todas estas novas adições. Felizmente, com feedback da comunidade e vontade de levar Sifu até mais jogadores, a Sloclap fez o que poucos estúdios que trabalham em jogos desafiantes têm coragem de fazer: torná-los mais acessíveis, aumentando a diversão e preservando o que os tornou especiais em primeiro lugar.

Sifu pode ser agora jogado no PC via Epic Games Store e Steam Store, na Nintendo Switch, nas consolas PlayStation e nas consolas Xbox.  Está também disponível no Xbox Game Pass.

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Cópia para análise (versão PC Steam) cedida pela Cosmocover.

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