Revenge of the Savage Planet – Review: Outra vez arroz

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Com uma nova perspetiva e pensada para a cooperação, a sequela tenta expandir o humor sarcástico e foco na exploração do primeiro jogo, mas faz muito pouco com a fórmula e torna-se rapidamente repetitiva.

Em cinco anos, o mundo de Alex Hutchinson (The Sims 2, Assassin’s Creed III) e da sua Typhoon Studios mudou por completo. Em 2020, meses antes da pandemia ter início, a produtora canadiense, adquirida em 2019 pela Google, lançava aquele que seria o seu primeiro projeto. Journey to the Savage Planet foi uma surpresa, um metroidvania na primeira pessoa, com uma tonalidade mais humorística e sarcástica, ganhou um saudável grupo de fãs. A Typhoon Studios não revolucionou o género, mas era percetível que havia no seu ADN algo ainda mais ambicioso e arrojado. A continuação de Journey to the Savage não seria criada pela Typhoon Studios, extinta em 2021 com a queda do Google Stadia, mas sim pela Raccoon Logic, novamente com Hutchinson no leme e com o mesmo humor do original.

Agora a jornada transformou-se em vingança, com o titular planeta selvagem a expandir-se para um sistema solar com quatro biomas diferentes, numa aventura agora na terceira pessoa e com maior foco na cooperação. No entanto, Revenge of the Savage Planet traz poucas novidades à fórmula, apesar dos excessos do género. É verdade que encontramos mais quests, mais diversidade de biomas, mais ferramentas e até mais criaturas, mas a campanha mantém-se demasiado linear e previsível. O que prometia ser um desvio arrojado para a sequela, que se inicia com um tom mais de sobrevivência – abandonados num planeta desconhecido, vítimas de uma missão mal organizada pela corporação Alta InterGlobal -, não demora a encarrilhar numa sucessão de objetivos idênticos – encontra um item, desbloqueia uma ferramenta, termina a missão – que ficam condicionados por um sistema de combate pouco variado e uma exploração que se resume a encontrar recursos e pouco mais.

Se Journey to the Savage Planet surgiu no momento certo, já a sequela parece ser vítima do oposto e não se consegue destacar numa época recheada de lançamentos mais interessantes ou memoráveis.

Cópia para análise (PlayStation 5) cedida pela Raccoon Logic.

João Canelo
João Canelo
Crítico de videojogos, Guionista, Professor e o responsável pelo melhor mortal nas aulas de Educação Física em 2002. Um aficionado por jogos peculiares.
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