Apesar do discurso online negativo face a alguns tipos de lançamentos, a grande maioria dos jogadores continua a jogar a remakes e remasters.
Um novo estudo da consultora MTM, divulgado a 15 de setembro, revela que 90% dos jogadores de PC e consola jogaram um remake ou remaster nos últimos 12 meses. O relatório, intitulado Remake vs Innovate: Is the past the future of gaming?, analisou a perceção e o impacto económico deste tipo de produções, com base em entrevistas a 1.500 jogadores ativos nos Estados Unidos e Reino Unido.
No documento, a MTM define remake como uma recriação de raiz, com gráficos, mecânicas de jogo e, por vezes, elementos narrativos atualizados, enquanto o remaster é descrito como uma versão melhorada do original, com melhorias visuais, sonoras e de desempenho, mas mantendo a jogabilidade o mais intacta possível, mesmo que adaptada a plataformas modernas.
Os dados indicam ainda que 85% dos jogadores que experimentaram um remake ou remaster não tinham jogado o título original, o que sugere que estas produções funcionam também como, gateways, ou porta de entrada, para novas audiências, sobretudo de gerações mais novas, que não tiveram acesso aos jogos originais, por múltiplas razões. Para além disso, 76% dos inquiridos afirmaram que acham este tipo de jogos “apelativos”, confirmando que existe uma clara procura ativa no mercado.
O relatório aponta que muitos jogadores encaram remakes e remasters em busca da nostalgia recuperando memórias e sentimentos positivos ligados aos jogos de outros, evocando conforto e familiaridade. No entanto, também são levantadas várias críticas. Uma porção dos inquiridos considera que os estúdios podem estar a seguir “um caminho fácil e repetitivo para o mercado”, sacrificando experiências inovadoras que poderiam redefinir a indústria. Um apontamento válido quando observamos o lançamento de remakes e remasterizações de jogos relativamente recentes e extremamente populares, que são vistos como “desnecessários”, pela comunidade.
Em 2025, a indústria tem, no entanto, refletido uma tendência mais positiva, com um catálogo bem recheado de lançamentos do género, que não só se justificam, como se revelam verdadeiras portas de entradas a franquias e jogos que hoje em dia já não seriam tão modernos. Entre eles encontramos Tomb Raider IV-VI Remastered, The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered, Metal Gear Solid Delta: Snake Eater, Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4, The House of the Dead 2: Remake ou Croc: Legend of the Gobbos.
De acordo com Martin Bradley, responsável pela área de jogos da MTM, os resultados confirmam a importância do fenómeno: “O nosso relatório mostra que existe uma forte procura por remakes e remasters, mas trata-se de um equilíbrio difícil de alcançar para os estúdios. Muitos destes jogos estão a vender muito mais do que as suas versões originais. Comercialmente, a nostalgia é uma tendência que vai prolongar-se em 2026 e além, mas os jogadores reconhecem que estes projetos podem vir a custar narrativas e experiências realmente novas.”