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Red Dead Redemption chega finalmente ao PC, com a opção de ser jogado “Ultra HD” sem compromissos.

De todas as aplicações de lançamentos de jogos, a da Rockstar Games é facilmente aquela de que gosto menos. Não só é extremamente intrusiva, como por diversas vezes perdi progresso de jogo com o seu sistema de saves na Cloud. Também é particularmente irritante ter de usá-la obrigatoriamente para aceder a jogos exclusivos ao single-player, como é o caso do recém-lançado, e muito aguardado, Red Dead Redemption no PC.

Após uma estreia na atual geração, com uma remasterização para a PlayStation 4/5 e Nintendo Switch – sem versão Xbox graças ao sistema de retrocompatibilidade das consolas atuais, que conseguem correr o jogo original com desempenho moderno –, a chegada de Red Dead Redemption ao PC não se trata de um simples relançamento com melhores visuais, mas sim de uma estreia absoluta, após mais de uma década de espera e rumores de que a Rockstar Games teria perdido o código-fonte do jogo para o converter da PlayStation 3 e Xbox 360, onde foi originalmente lançado.

Por esta altura, John Marston não é um desconhecido. Mesmo quem não tenha, na última década e meia, experienciado a sua história, conhece o seu nome e figura, particularmente pela sua presença em Red Dead Redemption 2, a pré-sequela que ficou disponível em mais plataformas. Mas é em Red Dead Redemption que conhecemos a sua verdadeira natureza enquanto fora da lei, obrigado a perseguir e caçar outros criminosos como ele, numa trama rica em drama e personagens carismáticas, acompanhada por alguma da melhor escrita em videojogos.

red dead redemption pc echo boomer 2
Red Dead Redemption (Rockstar Games)

Red Dead Redemption, na altura em que surgiu, também veio quebrar um pouco o molde dos jogos de mundo aberto com os quais a Rockstar já se sentia confortável, ao apresentar-nos um “GTA de Período” passado no Velho Oeste, onde carros foram trocados por cavalos e carroças, arranha-céus por belíssimas paisagens que são uma janela para um passado histórico, e até obras de arte do cinema western, fazendo-se acompanhar por uma brilhante banda sonora reminiscente de Ennio Morricone nos filmes de Sergio Leone.

O pacote que nos chega ao PC, tal como nos relançamentos anteriores, não se faz só deste drama digno de uma série de televisão premium. Para além do jogo original, temos também acesso a uma aclamada expansão chamada Undead Nightmare, que pega no ambiente e personagens do jogo original, mas trabalha uma nova história de teor fantástico com zombies. No fundo, trata-se de um cenário de “what if”, preservando a mesma jogabilidade, sistemas e, até, apresentação visual do jogo base.

E, falando em preservação, Red Dead Redemption é precisamente isso: um exercício de preservação do jogo de 2010, naquela que será, muito provavelmente, a sua derradeira edição. Ao contrário dos rumores e especulações que se foram acumulando face ao silêncio da Rockstar Games, Red Dead Redemption não regressa num remake atualizado com o motor de jogo da sua sequela. Em vez disso, é uma remasterização direta, onde se destaca maioritariamente uma apresentação mais polida e uma jogabilidade mais fluida. Por outras palavras: os gráficos são os mesmos do jogo original. Da mesma forma, também o seu conteúdo e estilo de jogabilidade lento e imersivo, assim como a sua direção altamente cinematográfica.

Mas Red Dead Redemption não chega ao PC sem melhorias ou, neste caso, sem o potencial de explorar as capacidades das máquinas modernas. Tirando o meu queixume inicial com o lançador absolutamente desnecessário, o meu tempo com Red Dead Redemption foi ótimo, tanto no meu PC topo de gama como na modesta Steam Deck.

E é mesmo pela Steam Deck que pretendo começar a elogiar Red Dead Redemption. Afinal de contas, a máquina da Valve é poderosa no contexto da sua natureza de computador portátil para jogos, onde as características da máquina a colocam numa posição base no que toca à otimização de jogos. Se a Steam Deck corre bem um jogo, provavelmente um PC de jogos, mesmo dos mais acessíveis, também o conseguirá. E Red Dead Redemption é executado de forma sublime, com uma apresentação e desempenho, obviamente, superiores ao que assistíamos nas nossas televisões na era da PlayStation 3 e Xbox 360. Assim que o jogo começa, somos questionados sobre o perfil visual a utilizar, pelo que o High é perfeito para jogar Red Dead Redemption em todo o seu esplendor. Na sua resolução nativa, com HDR ligado na Steam Deck OLED, Red Dead Redemption comporta-se lindamente a 60 FPS na maioria do tempo, apenas com flutuações na casa dos 50 durante a exploração, que, se não fosse o contador, nem daria conta dessa queda. Esse valor pode ser ainda facilmente afinado através de ajustes de resolução, ativação do FSR e alterações de outros parâmetros do jogo com uma grande flexibilidade.

Num computador de jogos mais contemporâneo, Red Dead Redemption não desilude e encontra-se igualmente bem otimizado, com um número bem substancial de opções para afinar. A Rockstar Games aproveitou ainda para lançar o seu jogo de cowboys compatível com algumas tecnologias e tendências modernas bem-vindas, como suporte de resoluções 4K e taxas de atualização até 144Hz, suporte para monitores panorâmicos de 21:9 e 32:9, suporte para HDR10 e ainda compatibilidade com tecnologias de upscaling NVIDIA DLSS 3.7 e AMD FSR 3.0, nas quais se destaca o DLSS, onde encontramos o Frame Generation para duplicar a taxa de frames através de IA.

A flexibilidade de configuração é, assim, elevada e com soluções para virtualmente qualquer tipo de jogador de PC, que pode também optar por jogar com teclado e rato em vez dos tradicionais comandos.

Rejogar Red Dead Redemption com esta nova clareza e fluidez de imagem é, de facto, fantástico. Fantástico para quem adora o jogo original, fantástico para novos jogadores conhecerem o clássico e fantástico do ponto de vista da preservação. Só falta mesmo a Rockstar abandonar eventualmente a sua aplicação para iniciar o jogo, livrando-nos das amarras do DRM, para o tornar realmente eterno e acessível.

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Cópia para análise (versão PC) cedida pela Infocapital.

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