Primeiras impressões sobre o Sony Xperia XZ3

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Longe vão os tempos áureos da Sony. Desde há vários anos que a tecnológica nipónica não cria algo no mercado que seja verdadeiramente relevante. Responsável pelo Betamax (perdeu a guerra para o VHS, mas valeu o esforço), pelos famoso Walkman, o primeiro leitor de música portátil do mundo, pelo Discman, pela marca de portáteis VAIO (vendida a outra empresa japonesa em 2014), entre tantas outras coisas, a marca tem tido dificuldade em afirmar-se em algumas áreas de mercado nos tempos atuais.

Falo, por exemplo, da divisão de smartphones. Já foi relevante em 2008 quando foi lançado o Sony Ericsson C905, o primeiro telemóvel do mundo com uma câmara de 8MP. Mas a coisa não correu bem algum tempo depois e a Sony optou por operar por si só na produção de smartphones.

Surgia, então, em 2013, a linha Xperia Z, que muito sucesso fez antes da linha Xperia XZ.

Com o passar dos anos, a concorrência acompanhou a evolução da tecnologia e ultrapassou com facilidade a Sony, que se manteve fiel aos seus princípios: apenas lançava produtos que achava terem as tecnologias no ponto, postas a serem aplicadas no mercado. Faz-nos lembrar um bocado o lema da Apple, que tem sempre dispositivos e funções que ficam anos atrás dos concorrentes Android, mas que a marca opta apenas por incluir esses “extras” quando é realmente necessário ou faz sentido. Acontece que a Apple criou, e tem conseguido manter, um ecossistema perfeito para os seus utilizadores, o que não é, de todo, igual à história da Sony. E é aí que a coisa corre mal.

Tudo isto vem culminar no atual estado da Sony no que ao mercado de smartphones diz respeito. Hoje em dia, se perguntarmos a alguém quais as marcas de telemóveis de que se lembra, dificilmente irá lembrar-se da Sony. E porquê? Design característico e parado no tempo (gostos não se discutem, vá), câmaras fotográficas com qualidade abaixo da concorrência e preços exageradamente altos.

Há cerca de dois meses testámos o anterior Sony Xperia XZ2 (lançado em março deste ano) e, na altura, achámo-lo um dispositivo mais em fase de conceito do que propriamente um produto final. Aliás, só assim se explica que, em outubro, vá surgir no mercado o novo XZ3, que chega ao mercado somente seis meses depois deste modelo. Portanto, quais as novidades desta vez?

Bem, não são assim tantas, na verdade. Claro, há sempre um aprimorar de características, mas será isso suficiente?

Começando pelo design, é a fuga da Sony do seu design característico, reto e industrial. Neste XZ3, a marca foi atrás da concorrência e criou um smartphone com as extremidades curvas, o que resulta num equipamento muito mais sóbrio e com um aspecto mais moderno e cuidado.

Ao pegar nele, o toque é diferente. É muito mais leve que o XZ2 – tinha um ao lado para efetuar as comparações -, cabe melhor na mão e não escorrega tanto, algo que poderá ser vital em algumas situações. Já o facto de ter os cantos arredondados faz com que o smartphone possa ser colocado num daqueles compartimentos do nosso carro onde temos por hábito deixar moedas ou as chaves, algo que pode dar muito jeito. Se o design continuasse o de sempre tal não seria possível.

Ainda assim, há partes negativas a apontar no design: o sensor de impressões digitais não está lá muito bem colocado – surge a meio da traseira do dispositivo e devia estar mais puxado para cima – e os próprios botões das laterais estão algo dispersos.

No ecrã, a diferença é também muito significativa em relação ao antecessor. Ao ser o primeiro smartphone da marca com tecnologia OLED, o seu ecrã 18:9 de seis polegadas OLED QDR + HDR com resolução 2880×1440 utiliza a mesma tecnologia das Sony TV OLED BRAVIA, o que faz com que as imagens sejam mais nítidas, os pretos mais profundos e as cores mais vibrantes. Durante a apresentação corri alguns vídeos lado a lado e as diferenças em termos de qualidade saltaram à vista.

Já na parte da câmara traseira, a Sony optou por não seguir a concorrência e manteve-se com um único sensor, o mesmo utilizado no XZ2. É uma câmara Motion Eye de 19MP com Inteligência Artficial. Os responsáveis alegam que este único sensor consegue fazer o mesmo que um duplo ou um triplo sensor faz, mas esse é um teste que só conseguirei fazer lá mais para a frente.

Ainda assim, fui convidado pela marca a ir captar umas fotos no exterior de modo a conseguir o melhor do sensor fotográfico. Apesar das boas fotos conseguidas, não me convenceram totalmente em relação a um S9 ou a um P20 Pro. Lá está, é, para já, uma opinião premeditada. De destacar ainda a gravação em Super Slow Motion a 960FPS em Full HD, que vai servir para uns quantos vídeos engraçados.

Já a câmara frontal teve uma atualização mais generosa: passou para 13MP e, no geral, pareceu-me que vamos conseguir tirar umas belas selfies com este equipamento.

Também no som existem diversas melhorias. Os novos altifalantes frontais do Xperia XZ3 incluem o S-Force Front Surround, para ainda mais volume com definição, e o Sistema de Vibração Dinâmica faz com que o ecrã emita vibrações consoante o que nos está a apresentar. Durante este pequeno teste, foi mostrado aos jornalistas um trailer do filme Homem-Aranha: No Universo Aranha e foi incrível perceber a qualidade sonora debitada, mostrando um áudio rico e cristalino em pormenores. Promete muito, mesmo.

Temos também melhorias na bateria. É de 3330mAh, mas confesso que é um valor que me preocupa, uma vez que, hoje em dia, andar na casa das 3000mAh começa a parecer muito pouco para um topo de gama.

De resto não existem muitas mais novidades. O processador é o mesmo Qualcomm Snapdragon 845, a RAM é novamente de 4GB, a memória interna é também de 64GB e expansível até 512GB e há ainda resistência à água (IP65/68).

Sabemos que o XZ3 vai chegar ao mercado já com o Android Pie instalado, sendo que a Sony esforça-se por deixar a experiência Android o mais próxima possível da versão original. Ainda assim, a UI da Sony tem agora uma novidade que se chama Side Sense, uma ferramenta que vai aprendendo os nossos hábitos e as aplicações pelas quais temos alguma preferência. Ativa-se através de dois toques na lateral do dispositivo para depois fazer-se exibir através de um pequeno menu lateral, muito ao estilo do que já vimos noutras marcas.

É giro e tem algum potencial, porém requer algum hábito, uma vez que não é assim tão prático como dizem. Tenho dúvidas que muitos utilizadores passem a utilizar esta funcionalidade.

Por último, o preço. Por 799€ pode ser algo difícil para a Sony estabelecer-se perante os restantes players do mercado, já que a concorrência é muito forte. Talvez um preço na ordem dos 699€ tivesse sido mais acertado. Mas nada como aguardar para percebermos como é que o mercado vai reagir a esta nova investida da marca nipónica.

O Sony Xperia XZ3 chega a Portugal já no dia 5 de outubro.

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